“Atualmente, existe uma pressão social para recompor o sujeito. Não há sentido em continuarmos com uma educação que valoriza apenas os aprendizados cognitivo e intelectual. Nas políticas públicas, precisamos de uma atenção integral ao cidadão e seu território”, declarou , Maria do Carmo de Carvalho, superintendente do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec) – instituição que promove ações voltadas à melhoria da qualidade da educação pública.
Para ela, neste século XXI, a educação deve centralizar ações com os objetivos de reduzir as desigualdades sociais, melhorar a sustentabilidade ambiental do planeta e promover o exercício de valores.
No entanto, é necessário que as crianças e jovens tenham uma jornada de tempo integral da pré-escola ao ensino fundamental, unindo à educação atividades artísticas, esportivas, períodos para estudos individuais e outras. “Ainda, temos que reservar um tempo para agirem como acham melhor, fazerem escolhas. Importante também garantir um espaço doméstico. Não chegamos a um equilíbrio”, afirmou Maria do Carmo.
O diretor da ONG mexicana Investigación y Educación Popular Autogestiva (IEAAC), Guillermo Alonso, disse que seu país está vivendo um momento difícil no pós-crise econômica. Para superar, será necessário o investimento na educação integral vislumbrando a transformação da realidade. “No México, hoje, há uma democracia que não é de fato democrática”, avaliou.
Alonso contou que grupos de jovens com os quais a IEAAC trabalha foram expulsos da escola por terem protestado contra o governo vigente. “Eles eram potenciais jovens a deixarem o país, mas retomaram um caminho com o teatro e não enxergaram mais necessidade de imigrar para os Estados Unidos”. A IEAAC incentivou os adolescentes aproveitando a cultura e depois por meio do trabalho.
Segundo Alonso, além da educação deficitária, outro grande problema que o país enfrenta é a violência. Entre 2005 e 2010, 30 mil mortes ocorreram devido ao narcotráfico, sendo pelo menos mil crianças.
“Educar, reabilitar e reintegrar socialmente; empoderar e dar competência à comunidade; prevenir e atender situações de risco. Tudo isso faz parte da educação integral, que em qualquer momento, qualquer situação, aponta como via estratégica para mudar rumos”, concluiu.
Fonte: Portal Aprendiz/ Desirèe Luíse
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