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sexta-feira, 30 de julho de 2010

Especial leitura literária

Compartilhamos abaixo material da revista Nova Escola Especial sobre Leitura Literária.
O texto pode servir de inspiração para trabalhos em sala de aula unindo, inclusive, a literatura e o jornal, que tem sido importante aliado no estímulo à leitura e escrita.

A escola é um ambiente privilegiado para incentivar nos alunos o gosto pela literatura. Para isso, é preciso deixar de lado os questionários e colocar a turma em situações reais de leitura – dar acesso a diversas obras, discutir a história, trocar indicações de autores etc. Para ajudá-lo neste trabalho, reunimos aqui reportagens, entrevistas, planos de aula, vídeos, um jogo interativo e sugestões de livros. Tenha uma ótima leitura!

Oito ações para construir uma escola leitora
Garantir acesso a bons livros e criar um ambiente em que a leitura é rotina são maneiras eficazes de formar leitores de literatura. Veja como tornar isso realidade.


"Dentre os instrumentos inventados pelo homem, o mais impressionante é, sem dúvida, o livro. Os demais são extensões de seu corpo. O microscópio e o telescópio são extensões da visão; o telefone, uma extensão da voz e, finalmente, temos o arado e a espada, ambos extensões do braço. O livro, porém, é outra coisa. O livro é uma extensão da memória e da imaginação." Foi assim, no ensaio O Livro, publicado em Cinco Visões Pessoais, que o escritor argentino Jorge Luis Borges (1898-1986) resumiu a importância da literatura. Por meio dela, é possível conhecer personagens e culturas que fazem revelações sobre a natureza humana (e, portanto, sobre nós mesmos). Quem nunca se identificou com o protagonista de um romance e, tomando contato com as emoções vividas por ele, descobriu os próprios sentimentos? Quem, pelas frases de um conto, não viajou para outros lugares - reais ou fictícios - e criou em sua cabeça um mundo novo, único?

Mas não basta folhear as páginas de romances, contos, crônicas, fábulas, novelas e poesias para chorar, rir, recordar. É preciso aprender a ser um leitor literário. Infelizmente, na escola, esse é um conteúdo que vem sendo deixado de lado. Os textos são usados quase exclusivamente como um instrumento de estudo (sobre as figuras de linguagem, a pontuação e outros usos da língua ou a história da literatura, por exemplo). Esses, é claro, continuam sendo conteúdos curriculares importantes, que ajudam a desfrutar dos prazeres da leitura. Só que, sem o trabalho de ensinar a ler textos literários, eles são insuficientes. E como se faz isso? Lendo livros de literatura e mostrando às crianças e aos jovens como agem os adultos que já têm esse hábito. A

Aguns pontos de partida desse percurso são:
- Garantir o acesso ao acervo de livros
- Permitir que os alunos possam escolher os gêneros e os autores que desejam ler
- Mostrar a importância de trocar indicações de leituras e opiniões com amigos e colegas
- Destacar que é possível ler em qualquer lugar, desde que a pessoa se sinta confortável

Valorizar a literatura começa pela criação de um "ambiente leitor"


Como gestor, talvez você precise mudar alguns aspectos da rotina e dos espaços da escola para oferecer esse aprendizado a todos os estudantes. O ideal é pensar em como criar um "ambiente leitor", envolvendo gestores, professores, funcionários e pais nessa tarefa (afinal, o exemplo dos adultos como modelos de leitor é fundamental para estimular a garotada e atingir os objetivos). Isso não significa que seja obrigatória a montagem de uma biblioteca "oficial", com pelo menos um título por aluno matriculado e um bibliotecário formado cuidando das obras. Ao contrário, qualquer espaço pode ser adaptado para a montagem do acervo. "O que está em jogo é a importância que se dá à leitura. De nada adianta ter um local razoavelmente estruturado se esse valor não é parte da cultura do grupo", resume Roberta Panico, consultora de NOVA ESCOLA GESTÃO ESCOLAR. Até porque, segundo o Censo Escolar de 2009, apenas um terço das escolas públicas de Ensino Fundamental e Médio tem biblioteca (nas particulares, esse número sobe para 78%) - razão pela qual o governo federal aprovou, em maio, uma lei que define o prazo de dez anos para que todas as instituições de Educação Básica passem a ter uma (se você já tem uma biblioteca em sua escola, leia o quadro abaixo com dicas para melhor geri-la).

Nesta reportagem, apresentamos as oito ações mais eficazes para construir e manter viva a cultura de escola leitora. Elas estão divididas em quatro áreas da gestão (espaço, materiais, equipe e comunidade) para ajudar você, gestor, nesse trabalho. Como diz a espanhola Teresa Colomer, professora da Universidade Autônoma de Barcelona e especialista em literatura infantil e juvenil, "as maneiras para chegar lá são variadas, mas o objetivo final é sempre o mesmo: promover um entorno povoado de textos, tempos de leitura e conversações sobre eles".

Biblioteca para todosDe olho na equipe e no horário de funcionamento Mesmo as escolas que têm biblioteca podem sofrer com outros problemas. Um deles é a falta de bibliotecário, pois há menos profissionais formados do que espaços para eles trabalharem. Nesse caso, é possível preparar um professor para ser o responsável pelo local - ou alunos-monitores e estagiários. Outra atribuição do gestor é manter o espaço aberto em períodos e tempos adequados para melhor atender o público. No CMET Paulo Freire, em Porto Alegre, cinco educadores se revezam para que a sala fique aberta das 8 às 22h30, para as turmas dos três períodos. Vale lembrar que a biblioteca é um lugar de leituras individuais e de interação. "É ali que os alunos vão aprender a pedir indicações e dividir opiniões. Por isso, não se deve exigir o silêncio absoluto", completa Roberta Panico.

Gestão do espaço
1. Aproveite os mais diversos ambientes
Não é por falta de sala exclusiva que o acervo deve ficar encaixotado. "Já vi bibliotecas em corredores e até na entrada do banheiro", diz Celinha Nascimento, mestre em literatura brasileira e assessora de escolas públicas e particulares. Entre 2001 e 2009, Anália Fagundes Felipe foi diretora da EM Ivo de Tassis, em Governador Valadares, a 315 quilômetros de Belo Horizonte, e usou um carrinho para facilitar o contato com os livros. Ele passava nas salas e ficava no pátio durante o recreio (as professoras de leitura cuidavam do empréstimo). Depois, a equipe gestora instalou armários nos corredores, com portas que se abrem nos intervalos. "O espaço foi batizado pelas crianças de Ivoteca, em referência ao nome da escola", conta Anália. Perto das prateleiras, há murais com indicações dos títulos mais retirados, dados sobre os turnos que mais buscam obras - incentivando uma saudável competição - e dicas literárias feitas pelos alunos. Outra dica é decorar paredes com poemas, trechos de livros e dados sobre os autores.

2. Invista na organização do acervo
Para garantir que as obras transformem a maneira como crianças, jovens e adultos se relacionam com a literatura, não basta alinhá-las nas estantes da escola. Se o leitor precisa percorrer longas prateleiras sem entender a ordem dos livros, a busca pelo título desejado fica desanimadora. Uma das estratégias para fugir desse problema é separar as obras em literatura infantil, juvenil e adulta - bem como por tema, autor ou gênero. Uma boa inspiração é pensar em como funcionam as livrarias. Assim como elas usam estratégias para incentivar a compra, sua escola pode copiar o modelo com o objetivo de atrair leitores: expor logo na entrada os volumes mais retirados em determinado período, destacar as novidades em murais ou jornais internos, montar caixas com os livros divididos por faixa etária e colocá-las em locais de fácil acesso e deixar tudo sempre ao alcance dos estudantes - as prateleiras baixas, com itens para os pequenos, e as mais altas, para os mais velhos. "Muitas vezes, encontramos coisas maravilhosas e raras quando investimos em uma boa organização", afirma Celinha Nascimento.

Gestão de materiais
3. Busque maneiras de ter (mais) livros
Toda escola tem direito a um acervo variado e atualizado. Desde 1997, o Ministério da Educação (MEC) fornece, por meio do Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE), livros de literatura para as instituições públicas. Algumas Secretarias de Educação contam com projetos semelhantes: no Rio de Janeiro, gestores e professores estaduais recebem dinheiro para atualizar o acervo durante o tradicional Salão do Livro. Em Santa Catarina, alunos do Ensino Fundamental ganham da Secretaria Estadual títulos de autores brasileiros. Se o acervo de sua escola está há muito tempo sem ser renovado, os especialistas sugerem organizar campanhas de arrecadação junto à comunidade ou solicitar doações a livrarias. Nesse caso, é preciso ficar atento ao que chega para escolher apenas o que tem qualidade literária e é, de fato, interessante para os alunos.

4. Faça os livros circularem
Receio de que a capa estrague, as páginas se soltem ou o exemplar desapareça - eis algumas das inquietações que afligem os gestores. Antes de tudo é bom lembrar que, como todos os bens de consumo, os livros têm vida útil e, mais cedo ou mais tarde, precisam ser repostos. Por isso, nenhuma dessas preocupações pode impedir que os livros cumpram sua função: passar por alunos de todas as idades e chegar à comunidade. A equipe gestora da EMEIEF Carlos Drummond de Andrade, em Santo André, na Grande São Paulo, permite que as professoras levem exemplares para o jardim para que as crianças ouçam histórias e leiam num ambiente descontraído. Camila de Castro Alves Teixeira, da central pedagógica da Comunidade Educativa Cedac, em São Paulo, sugere campanhas educativas para ensinar os usuários a preservar os livros. Mais produtivo do que temer perdê-los é investir no controle de retirada (com programas de computador ou cadernos de registro). Um exemplar pode não ser devolvido por esquecimento ou porque o aluno quer ficar com ele. Discutir os direitos e deveres da vida em sociedade e elaborar regras de uso do acervo - prevendo a possibilidade de renovar o empréstimo da obra - pode ser um caminho. Mesmo as punições - sem exageros, por favor - são necessárias: enquanto não houver a devolução do livro atrasado, o usuário pode ficar impedido de realizar novos empréstimos.

Gestão de equipe
5. Desperte o gosto pela literatura
Para formar leitores, é preciso que o professor seja, ele mesmo, um leitor, certo? O que fazer, então, quando ele não lê? Na prática, o mesmo que se faz com os alunos: criar condições para que a literatura vire um hábito. Na UME Antônio Ortega Domingues, em Cubatão, a 55 quilômetros de São Paulo, os educadores começam as reuniões com uma leitura literária coletiva e uma discussão sobre as impressões de todos a respeito do texto lido. O objetivo é aproximar a equipe da boa literatura e oportunizar momentos para que esses profissionais ampliem seu repertório e se interessem em buscar outras leituras. Algumas ações podem ser contempladas num projeto institucional que preveja a montagem de um acervo literário específico para adultos, a produção de um mural com indicações na sala dos professores e a organização de círculos de leitura. Importante: os momentos de formação do professor leitor não eliminam a necessidade de capacitá-lo na didática da leitura - fundamental para ele poder ensinar os alunos a também se tornar leitores.

6. Incentive os funcionários a ler
Fazer com que o gosto pela leitura contamine toda a escola é um desafio que rende ótimos frutos. É essencial, portanto, incentivar os funcionários a frequentar o espaço destinado à leitura. Na EM Professor Luiz de Almeida Marins, em Sorocaba, a 99 quilômetros de São Paulo, todos têm uma carteirinha da biblioteca e é comum ver merendeiras e auxiliares de limpeza escolhendo exemplares para ler em casa. Também é importante convidar os funcionários para participar de momentos de leitura coletiva, em horários previamente acordados entre todos e em local aconchegante. "O ato de ler ainda é visto por muitos como uma experiência solitária. Mas não deve ser assim. A leitura em conjunto estimula o prazer e a familiaridade com os textos", destaca Camila Teixeira, da Comunidade Educativa Cedac. Ações como essa ajudam a despertar no pessoal da equipe de apoio a vontade de se tornar um contador de histórias, por exemplo. Nesse caso, cabe a você, gestor, abrir espaço para que a atividade aconteça (sem tirar dos professores a responsabilidade de ler para as turmas).

Gestão da comunidade
7. Forme redes literárias
Oferecer contato com os livros exige habilidade e jogo de cintura. Mapear na vizinhança as entidades que têm potencial para ser parceiras da escola e procurar os responsáveis por equipamentos urbanos são boas pedidas. Em São João do Oeste, a 676 quilômetros de Florianópolis, duas escolas públicas se valem do acervo da biblioteca pública, no centro da cidade, para ampliar a oferta de títulos. Para atender a um acordo feito com gestoras, a coordenadora pedagógica da Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Esportes, Teresinha Staub, aproveita as visitas semanais para levar alguns livros no carro da prefeitura. As obras são eleitas pela demanda das escolas ou por indicações de Teresinha.


8. Abra as portas para os pais
Finalmente, para formar uma comunidade de leitores, nada melhor do que estreitar o contato com as famílias e oferecer a elas a possibilidade de usufruir da boa literatura. Encontros com autores, saraus e atividades de contação de histórias atraem os familiares e ajudam a tornar a leitura uma prática difundida socialmente. A realização de uma Semana Literária foi o caminho escolhido pela EMEF Professora Maria Berenice dos Santos, em São Paulo. "A experiência foi enriquecedora desde o planejamento, quando alunos e funcionários trocaram indicações de textos e de autores que queriam conhecer", conta a professora Daniela Neves, idealizadora da festa. Já na EE Jornalista Francisco Mesquita, também na capital paulista, os saraus mensais fazem sucesso por contar com um variado repertório de leitura e declamações. Outra ideia, implantada pela EE Professor Astor Vasques Lopes, em Itapetininga, a 165 quilômetros de São Paulo, é incentivar os alunos a levar para casa um livro e um caderno de anotações para que as histórias sejam lidas e comentadas com os parentes. Além disso, o acervo deve estar sempre disponível à comunidade, principalmente nos locais em que a escola é a principal fonte de acesso aos livros.

Por uma imprensa livre

A organização Repórteres sem Fronteiras lançou uma campanha em que as fotos dos presidentes Mahmoud Ahmadinejad, do Irã, Kim Jong Il, da Coreia do Norte, e Muammar Kadafi, da Líbia, na página amassada de uma revista. Eles estão na lista dos 40 maiores “Predadores da Liberdade de Imprensa”, ranking publicado todos os nos pela organização.No ranking desse ano, entrou também Hu Jintao, da China. A campanha, da Saatchi & Saatchi e dos artistas Stephen J. Shanabrook e Veronika Georgieva, inclui ainda um vídeo com o close de uma pessoa amassando lentamente a página sob o slogan: “Somente a imprensa livre pode ferí-los”.



Fonte: Adriana Carranca/Pelo Mundo - Estadão

Gestão de tecnologias na escola

Disponibilizamos abaixo conteúdo do Módulo Gestão Integrada de Mídias na Educação, do curso Mídias na Educação do MEC

Apresentação: Gestão de tecnologias na escola

Hoje temos um número significativo de professores desenvolvendo projetos e atividades mediados por tecnologias. Mas ainda existem muitas escolas e professores procurando saber como utilizar pedagogicamente os recursos tecnológicos.
A gestão das tecnologias nas escolas, freqüentemente, passa por três etapas:
· Na primeira, as tecnologias são utilizadas para melhorar o que já vinha sendo feito, como o desempenho, a gestão para automatizar processos, diminuir custos. Na prática, o uso pedagógico das tecnologias ocorre de forma esporádica, para ilustrar um trabalho, digitar um texto, copiar uma informação da internet, ou seja, para tornar as aulas mais interessantes e atrativas.
· Na segunda etapa, a escola insere parcialmente as tecnologias no projeto educacional. Cria uma página na Internet com algumas ferramentas de pesquisa e comunicação, divulga textos e endereços interessantes, desenvolve alguns projetos. Há atividades no laboratório de informática, mas mantém-se intocada a estrutura de aulas, disciplinas e horários.
· Na terceira, que começa a evidenciar-se atualmente, se nota o amadurecimento do processo de implantação e o avanço da integração das tecnologias. As escolas repensam os seus projetos pedagógicos, o seu plano estratégico. A introdução de algumas mudanças significativas, como a
flexibilização parcial do currículo e a inclusão de novas dinâmicas, busca integrar as tecnologias com os conteúdos curriculares por meio de atividades disciplinares, de resolução de problemas e de projetos que podem partir de um tema disciplinar, uma questão investigativa ou um tema transversal.


O que leva a escola e os professores a transitar da primeira para a terceira etapa do processo de apropriação das tecnologias na educação, ou seja, de integrar as tecnologias e as mídias em uma nova perspectiva de ensinar e aprender são fatores envolvidos em várias instâncias do sistema escolar. No entanto, um dos principais fatores é a falta de domínio técnico-pedagógico para se fazer a gestão das TIC no contexto de ensino e aprendizagem.

Nesta etapa, o ponto de partida será a realização de um diagnóstico das tecnologias existentes na escola e de como são utilizadas para permitir a identificação de novas possibilidades de seu uso no ambiente escolar.

Objetivos específicos:
· Diagnosticar as tecnologias existentes na escola;
· Explorar novas possibilidades de uso das tecnologias na escola;
· Retomar os conceitos de tecnologias e mídias;
· Abordar os conceitos de gestão.

Retomando conceitos
Antes de mergulharmos no tema gestão das tecnologias na escola, vamos rever os conceitos de tecnologia, mídia e gestão. Segundo Almeida (2005):


Tecnologia é um conceito com múltiplos significados, que variam conforme o contexto (REIS , 1995). Por isso, a tecnologia pode ser vista como: artefato, cultura, atividade com determinado
objetivo, processo de criação, conhecimento sobre uma técnica e seus respectivos processos etc. Japiassu e Marcondes (1993, p. 232) acentuam o sentido da palavra técnica na ciência moderna como a aplicação prática do conhecimento científico teórico a um campo específico da atividade humana. (ALMEIDA,2005)


Ciência e tecnologia formam um complexo e, ao optar por determinada maneira de utilizá-las, o ser humano revela sua forma de ver e interpretar o mundo e se posicionar diante dele como sujeito histórico de seu tempo e lugar.

Questões para refletir:
- Você tem utilizado a tecnologia em seu cotidiano?
- Como e em que tipos de atividades?
- Em sua prática pedagógica a tecnologia se faz presente?
- Neste momento da sua prática, você já sentiu a necessidade de fazer a gestão das tecnologias que utiliza?


Outro conceito essencial para nossos estudos é o conceito de mídia.
O indivíduo se desenvolve e interage com o mundo utilizando suas múltiplas capacidades de expressão, por meio de variadas linguagens constituídas de signos orais, textuais, gráficos, imagéticos, sonoros, entre outros. As mídias passam a configurar novas maneiras para os indivíduos utilizarem e ampliarem suas possibilidades de expressão, constituindo interfaces atuais para captar o mundo e com ele interagir.
A interação homem-máquina é tão intensa, que ao mesmo tempo o homem produz a tecnologia, com ela interage, se transforma nessa interação e se expande como pessoa por das conexões que estabelece.


Mídia
Termo usado para referenciar um vasto e complexo sistema de expressão e de comunicação.
Literalmente "mídia" é o plural da palavra "meio", cujos correspondentes em latim são "media" e "medium", respectivamente.
Na atualidade, mídias é uma terminologia usada para: suporte de difusão e veiculação da informação (rádio, televisão, jornal) e para gerar informação (máquina fotográfica e filmadora).
A mídia também é organizada pela maneira como uma informação é transformada e disseminada (mídia impressa, mídia eletrônica, mídia digital...), além do seu aparato físico ou
tecnológico empregado no registro de informações (fitas de videocassete, CD-ROM, DVDs).


Assim como ocorre com tecnologia e mídia, o conceito etimológico de gestão traz diversos sentidos decorrentes da ação:
Origina-se da palavra "gestione", que se refere ao ato de gerir, gestar, trazer, do efeito de gerir, administrar, dirigir, proteger, abrigar ou ainda, produzir, criar, ter consigo, nutrir, manter,
mostrar, fazer aparecer, digerir, pôr em ordem, classificar... (Dicionário Houaiss, 2001).


"A gestão, segundo Fernando José Almeida (2005), é entendida pela forma de se comprometer com o todo de um empreendimento: responsabilidade, capacidade de observação e descrição diagnóstica, análise e síntese, tomada de decisão - conjunta e solitária - comunicação,
democracia, memória, identidade e utopia: articulação de pessoas e projetos em torno de algo chamado vida: gerar, gestar,...organização, generoso ato de viver." (p.68).


O conceito de gestão é entendido no âmbito das organizações educacionais como os processos sociais que nelas se desenvolvem e as complexas relações que se estabelecem em seu interior e exterior.

Gestão organizacional passou a ser um conceito abrangente e dinâmico, que extrapola a concepção de organização administrativa como máquina e se aproxima dos paradigmas associados à sociedade da informação e às mudanças de suas práticas com o intenso uso das tecnologias de informação e comunicação, o que gera uma outra dimensão da gestão (VIEIRA, ALMEIDA, ALONSO, 2003).

A gestão pautada em princípios democráticos e participativos da comunidade escolar abrange outros aspectos: de informações e conhecimentos, de processo e produto, de tempo e espaço, de relações afetivas, de pessoas e suas potencialidades e de artefatos e instrumentos da nossa cultura.

"Gestão é ciência e arte, assim define o professor e doutor em Administração Paulo Roberto Motta. Como ciência, é um aprendizado por meio do qual o dirigente constrói conhecimento,
adquire novos valores, habilidades e competências, reconstrói sua experiência e aumenta o grau de compreensão sobre si mesmo e a realidade em que vive. Pode, assim, ampliar sua visão estratégica do trabalho e do mundo e sua capacidade de análise, julgamento, decisão e liderança, preparando-se para enfrentar os riscos e as incertezas de uma sociedade em mudança. Mas não basta aprender: é preciso a arte de traduzir todo o conhecimento em ação. E a ação gerencial é uma expressão de autonomia, de reflexão, de segurança profissional, de conhecimento de si próprio e de seu papel na organização. É, ainda, capacidade de negociação entre interesses e demandas múltiplas e de integração de fatores organizacionais cada dia mais ambíguos e diversos”. (NEVES, 2005 p.125)


A visão de gestão no contexto escolar representa a orientação e a liderança da rede de relações complexas que se estabelecem em seus espaços, caracterizada pela diversidade, pluralidade de interesses e movimentos dinâmicos de interação e mudanças que emergem no conflito de interesses e dinamizam a dialética das relações.

Veja o texto que está no próximo bloco!!!

Gestão inovadora da escola com tecnologias

Gestão inovadora da escola com tecnologias
Texto de José Manual Moran - Para o curso Mídias na Educação/MEC
Quando falamos em tecnologias costumamos pensar imediatamente em computadores, vídeo, softwares e Internet. Sem dúvida são as mais visíveis e que influenciam profundamente os rumos da educação. Mas é importante lembrar que o conceito de tecnologia utilizada no cotidiano da escola pode ser mais abrangente.


Tecnologias são os meios, os apoios, as ferramentas que utilizamos para que os alunos aprendam.A forma como os organizamos em grupos, em salas, em outros espaços isso também é tecnologia.O giz que escreve na louça é tecnologia de comunicação e uma boa organização da escrita facilita e muito a aprendizagem.A forma de olhar, de gesticular, de falar com os outros isso também é tecnologia.O livro, a revista e o jornal são tecnologias fundamentais para a gestão e para a aprendizagem e ainda não sabemos utilizá-las adequadamente.
O gravador, o retroprojetor, a televisão, o vídeo também são tecnologias importantes e também muito mal utilizadas, em geral.


Quando uma escola diz que não tem tecnologias isso é, em parte correto, porque sempre estamos utilizando inúmeras tecnologias de informação e de comunicação, mais ou menos sofisticadas. Na escola combinamos tecnologias presenciais (que facilitam a pesquisa e a comunicação estando fisicamente juntos) e virtuais (que, mesmo estando distantes fisicamente, nos permitem acessar informações e nos mantêm juntos de uma outra forma).

Agora vamos falar das tecnologias de gestão administrativa e pedagógica, principalmente através do computador e da Internet.

Gestão Administrativa
Um diretor, um coordenador tem nas tecnologias, hoje, um apoio indispensável ao gerenciamento das atividades administrativas e pedagógicas. O computador começou a ser utilizado antes na secretaria do que na sala de aula. Neste momento há um esforço grande para que esteja em todos os ambientes e de forma cada vez mais integrada. Não se pode separar o administrativo e o pedagógico: ambos são necessários.


Numa primeira etapa privilegiou-se o uso do computador para tarefas administrativas: cadastro de alunos, folha de pagamento. Depois, os computadores começaram a ser instalados em um laboratório e se criaram algumas atividades em disciplinas isoladas, em implementação de projetos. As redes administrativa e pedagógica, nesta primeira etapa, estiveram separadas e ainda continuam funcionando em paralelo em muitas escolas. Encontramo-nos, neste momento, no Programas de gestão que têm como princípio integrar todas as informações que dizem
respeito à escola. Eles possuem um banco de dados com todas as informações dos alunos,
famílias, professores, funcionários, fornecedores e, do ponto de vista pedagógico, bancos de
informações para as aulas, para as atividades de professores, dos alunos, bibliotecas virtuais, etc.

Todo esse conjunto de informações costuma circular primeiro numa rede interna, chamada Intranet, à qual alunos, professores e pais podem ter acesso, em diversos níveis, por meio de senhas.

Os programas de gestão diminuem a circulação de papéis, formulários, ofícios, tão comuns nas escolas públicas e convertem todas as informações em arquivos digitais que vão sendo catalogados, organizados em pastas eletrônicas por assunto, assim como o fazemos na secretaria, só que ficam armazenados num computador principal, chamado servidor.

Há outra área importante de informatização, do ponto de vista administrativo, que é o controle financeiro, de entradas e saídas de dinheiro: receita e despesa. O programa integra as despesas e permite fazer projeções sobre o tempo que levará para equilibrar receita e despesa,
se vai haver déficit ou superávit. Permite também que professores e funcionários possam
fazer seus pedidos de materiais: livros, cadernos, software on-line, isto é, diretamente pela rede, através do computador.


(Adaptado do texto original publicado em VIEIRA, Alexandre (org.). Gestão educacional e tecnologia. São Paulo, Avercamp, 2003. Páginas 151-164)

Gestão pedagógica
O administrativo está a serviço do pedagógico e ambos têm de estar integrados, de forma que as informações circulem facilmente – com as restrições de acesso necessárias, para visualizar qualquer informação que precisarmos checar ou para fazer previsões necessárias. A Internet é um espaço virtual de comunicação e de divulgação. Hoje é necessário que cada escola mostre sua cara para a sociedade, que diga o que está fazendo, os projetos que desenvolve, a filosofia pedagógica que segue, as atribuições e responsabilidades de cada um dentro da escola. É a
divulgação para a sociedade toda. É uma informação aberta, com possibilidade de acesso para todos em torno de informações gerais. Veja alguns sites de escolas:


Escola Municipal Prof. Eurico Accolini
http://www.escolaeurico.com.br/

E. E. Salvador Ramos de Moura
http://www.abcrede.com.br/salvador

Há um segundo nível de comunicação da escola pela Internet, que é com a comunidade local: com as famílias dos alunos, com as associações, empresas, grupos organizados, igrejas e outras instituições que estejam localizadas perto da escola.

Cada vez é mais importante que a escola se integre na comunidade local, que crie laços com pessoas e grupos significativos, que traga os pais para o colégio, que abra seus espaços para atividades de lazer e culturais, principalmente nos fins de semana e nas férias. E a página na Internet pode ser um espaço privilegiado de informação e de comunicação. Não basta só informar quais atividades existem, mas criar caminhos de comunicação, principalmente através de e-mail, listas de discussão, fóruns e chats.

Colégio Estadual do Paraná
http://www.cep.pr.gov.br/

Num terceiro nível, a página da escola focaliza diretamente os professores, os alunos e os funcionários, isto é, a comunidade de ensino-aprendizagem. Há áreas de informação e de comunicação. Cada professor pode ter uma página pessoal com suas disciplinas, atividades, projetos e materiais específicos. Pode haver também áreas de comunicação como listas de discussão, fóruns e chats.

Você sabia que o site de sua escola pode ter um link no Portal do Professor?
Portal do Professor
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/

Pedagogia da gestão pedagógica
Cada escola tem uma situação concreta, que interfere em um processo de gestão com tecnologias. Se atende a uma comunidade de classe alta ou de periferia, mesmo com os mesmos princípios pedagógicos, terá que adaptar o seu projeto de gestão a sua realidade.

Na implantação de tecnologias o primeiro passo é garantir o acesso. Que as tecnologias cheguem à escola, que estejam fisicamente presentes ou que professores, alunos e comunidade possam estar conectados. Mesmo ainda distantes do ideal temos avançado bastante nos últimos anos na informatização das escolas.

Mas a demanda por novos laboratórios, por conexões mais rápidas, por novos programas é incessante e isso deixa também amedrontado o gestor, porque não sabe se o investimento vale a pena diante da rapidez com que surgem novas soluções ou atualizações tecnológicas. Neste campo não convém ir na última moda (a última versão sempre é a mais cara e uma semelhante, um mínimo inferior, costuma custar muito menos) nem esperar muito, porque já estamos atrasados nos processos de informatização escolar.

O segundo passo na gestão tecnológica é o domínio técnico. É a capacitação para saber usar, é a destreza que se adquire com a prática. Se o professor só toca no computador uma vez por semana demorará muito mais para dominá-lo que se tivesse um computador sempre a disposição dele.

O terceiro passo é o do domínio pedagógico e gerencial. O que podemos fazer com essas tecnologias para facilitar o processo de aprendizagem, para que alunos, professores e pais acessem mais facilmente as informações pertinentes. Nesta etapa costumamos utilizar as tecnologias como facilitação do que já fazíamos antes. Por exemplo: se fazíamos a ficha de cada aluno manualmente, agora adquirimos um programa que automatiza o registro desse aluno e o acesso a essas informações a qualquer momento. É um avanço, mas ainda estamos fazendo as
mesmas coisas que antes, só de uma forma mais fácil.


O quarto passo é o das soluções inovadoras que seriam impossíveis sem essas novas tecnologias. No exemplo anterior, com a Internet, podemos não só facilitar o registro do aluno, mas o acesso remoto, o acesso do pai às notas dos alunos, a comunicação de alunos de várias escolas do mundo inteiro, a integração telemática dos pais e da comunidade na escola ou da escola em várias comunidades. A integração da gestão administrativa e pedagógica se faz de forma muito mais ampla com os computadores conectados em redes.

Possibilidades de uso de tecnologias na educação
Tecnologias na gestão da pesquisa

A escola com as redes eletrônicas se abrem para o mundo, o aluno e o professor se expõem, divulgam seus projetos e pesquisas, são avaliados por terceiros, positiva e negativamente. A escola contribui para divulgar as melhores práticas, ajudando outras escolas a encontrar seus caminhos. A divulgação hoje faz com que o conhecimento compartilhado acelere as mudanças necessárias, agilize as trocas entre alunos, professores, instituições. A escola sai do seu casulo, do seu mundinho para se tornar uma instituição onde a comunidade pode aprender contínua e
flexivelmente.


O Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), de Boston, que disponibiliza todo o conteúdo dos seus cursos em vários idiomas, facilitando o acesso de centenas de milhares de alunos e professores a materiais avançados e sistematizados, disponíveis on-line em www.universiabrasil.net/mit

Alunos, professores, a escola e a comunidade se beneficiam. Atualmente, a maior parte das teses e dos artigos apresentados em congressos está publicada na Internet. O "estar" no virtual não é garantia de qualidade (esse é um problema que dificulta a escolha), mas amplia imensamente as condições de aprender, de acesso, de intercâmbio, de atualização. Tanta informação dá trabalho e nos deixa ansiosos e confusos. Mas, é muito melhor do que acontecia antes da Internet, quando só uns poucos privilegiados podiam viajar para o exterior e pesquisar nas grandes bibliotecas especializadas das melhores universidades. Hoje podemos fazer praticamente o mesmo sem sair de casa.

Os professores podem ajudar o aluno incentivando-o "a saber" perguntar, a enfocar questões importantes, a ter critérios na escolha de sites, de avaliação de páginas, a comparar textos com visões diferentes. Os professores podem focar mais a pesquisa do que dar respostas prontas, ou aulas todas acabadas. Podem propor temas interessantes e caminhar dos níveis mais simples de investigação para os mais complexos; das páginas mais coloridas e estimulantes para as mais abstratas; dos vídeos e narrativas concretas para os contextos mais abrangentes e assim
ajudar a desenvolver um pensamento arborescente, com rupturas sucessivas e uma reorganização semântica contínua.


Uma das formas mais interessantes de desenvolver pesquisa em grupo na Internet é o Webquest. Trata-se de uma atividade de aprendizagem que aproveita a imensa riqueza de informações que, dia a dia, cresce na Internet. Resolver uma Webquest é um processo de aprendizagem atraente, porque envolve pesquisa, leitura, interação, colaboração e criação de um novo produto a partir do material e idéias obtidas.

A Webquest propicia a socialização da informação: por estar disponível na Internet, pode ser utilizada, compartilhada e até reelaborada por alunos e professores de diferentes partes do mundo. O problema da pesquisa não está na Internet, mas na maior importância que a escola dá ao conteúdo programático do que à pesquisa como eixo fundamental da aprendizagem.

Saiba mais sobre webquest
http://webquest.sp.senac.br/

http://www.educarede.org.br/educa/img_conteudo/tecnologia4.html
http://www.abed.org.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?UserActiveTemplate=4abed&infoid=110&sid=124

Galeria de webquest da Escola do Futuro, USP
http://www.clubedoprofessor.com.br/webquest/


Possibilidades de uso de tecnologias na educação
Tecnologias na organização e na mudança Quando focamos mais a aprendizagem dos alunos do que o ensino, a publicação de sua produção torna-se fundamental. Recursos presentes em ambientes virtuais de aprendizagem como o Portfolio, ou a Biblioteca de Materiais do Aluno, são espaços onde os alunos têm a possibilidade de disponibilizar suas produções (atividades,
comentários e participações) para serem compartilhadas com seus pares e
professores.


Os blogs, fotologs e videologs são outros exemplos de recursos interativos que permitem a publicação e troca de arquivos na Internet. Tais recursos apresentam possibilidades de fácil edição e atualização, bem como a participação de terceiros por meio de comentários ou colaborações.

Esses recursos começaram a ser utilizados inicialmente no formato de textos, depois evoluíram para a publicação de fotos, desenhos e outras imagens e, atualmente, estão na fase de utilização de vídeos pela Internet. Professores e alunos podem gravar vídeos de curta duração com câmeras digitais e disponibilizálos, por exemplo, como ilustrações de um evento ou pesquisa ou mesmo para expressar suas idéias por meio de diferentes mídias (som, imagem, animação,
vídeo...).


Os blogs, flogs (fotologs ou videologs) são utilizados mais pelos alunos do que pelos professores, principalmente, como espaço de divulgação pessoal, de mostrar a identidade, onde se misturam
narcisismo e exibicionismo (em diversos graus). Atualmente, há um uso crescente dos blogs por professores dos vários níveis de ensino, incluindo o universitário.
Os blogs permitem a atualização constante da informação pelo professor e pelos alunos, favorecem a construção de projetos e pesquisas individuais e em grupo. Com a crescente utilização de imagens, sons e vídeos, os flogs têm tudo para explodir na educação e integrarem-se com outras ferramentas tecnológicas de gestão pedagógica. As grandes plataformas de educação a distância ainda não descobriram e incorporaram o potencial dos blogs e flog.


Blog Escola Regina Célia
http://blog.escolareginaelia.com.br/

Blog Colégio Estadual Dom Alano
http://blog.aprendebrasil.com.br/dunoday

A possibilidade de os alunos se expressarem, tornarem suas idéias e pesquisas visíveis, confere uma dimensão mais significativa aos trabalhos e pesquisas acadêmicas.

A Internet possui hoje inúmeros recursos que combinam publicação e interação, por meio de
listas, fóruns, chats, blogs. Existem também os portais de publicação mediados, onde há algum
tipo de controle e existem outros abertos, baseados na colaboração de voluntários. O site
www.wikipedia.org/ traz um dos esforços mais notáveis no mundo inteiro de divulgação do
conhecimento. Milhares de pessoas contribuem para a elaboração de enciclopédias sobre todos os temas, em várias línguas. Qualquer pessoa pode publicar e editar o que outras pessoas colocaram.


Só em português foram divulgados mais de 30 mil artigos na wikipedia. Com todos os problemas
envolvidos, a idéia de que o conhecimento pode ser co-produzido e divulgado é revolucionária e nunca antes tinha sido tentada da mesma forma e em grande escala.


Conheça alguns blogs desenvolvidos por professores e alunos de escolas públicas
Escola Estadual Cônego João Ligabue (São Paulo-SP)
http://joaoligabue.zip.net/

Escola Estadual Prof. José da Costa (Cubatão-SP)
http://escolaprofjosedacosta.zip.net/

NTE Parque Dez, Manaus, AM
http://ntemanausp.dez.sites.uol.com.br/

Escola 21 de dezembro
http://linca.futuro.usp.br/blogs/21dedezembroce


Gestão de tecnologias e valores humanos
Um dos grandes pontos de estrangulamento da gestão das tecnologias é a tensão entre os educadores humanistas e os tecnológicos.
· Os humanistas focam a comunicação, a interação, a construção do conhecimento, a criação de comunidades de aprendizagem.
· Os tecnológicos ressaltam o avanço dos softwares, a velocidade de transmissão, as soluções telemáticas.
· Os que conhecem as tecnologias têm nos prometido soluções, facilidades, grandes mudanças. Os que focam mais as dimensões humanas do ensino e da aprendizagem falam mais de “olho no olho”, de comunicação afetiva, de valores.
· Os humanistas dizem que as tecnologias são importantes, mas, em geral, resistem a uma utilização mais ampla, inovadora. Permanecem ancorados na sala de aula como espaço de resistência, fora do qual não vale a pena avançar.
· Os educadores tecnológicos, impulsionados por administradores em busca de resultados, ampliam mais e mais o número de alunos atendidos simultaneamente, focam predominantemente o conteúdo, a autoaprendizagem e limitam a interação ao mínimo porque encarece dramaticamente os custos.


Precisamos de educadores humanistas, que experimentem formas de articular a interação virtual com a presencial, que nos ajudem a encontrar os caminhos para equilibrar quantidade e qualidade nos diversos tipos de situações em que nos encontramos hoje. Precisamos que eles nos mostrem como criar novas formas de interação, como incentivar a pesquisa individual e em grupo, a avaliação ao longo do curso, o estabelecimento de vínculos, a discussão aberta de valores importantes para a sociedade.

Precisamos dos educadores tecnológicos para que nos tragam as melhores soluções para cada situação de aprendizagem, que facilitem a comunicação com os alunos, que orientem a confecção dos materiais adequados para cada curso, que humanizem as tecnologias e as mostrem como meios e não como fins.

É importante humanizar as tecnologias que são meios valiosos, caminhos para facilitar o processo de aprendizagem. É relevante também compreender que o uso das tecnologias revela concepções, valores e viabiliza a comunicação afetiva, na flexibilização de espaço e tempo de ensino e de aprendizagem.

Consulte outros artigos que tratam da relação entre tecnologia e valores humanos.
Dica: Sete pontos para concretizar a sociedade do conhecimento, de Luiza Ricotta.
http://www.comunicacao.pro.br/setepontos/5/valores.htm

Para que se possam usufruir as potencialidades das tecnologias e mídias para aprendizagem e desenvolvimento humano no sistema educacional, é fundamental realizar processos de gestão das tecnologias na escola e as respectivas linguagens que viabilizam as formas de expressão do pensamento e da comunicação.

A importância do diagnóstico
O ponto de partida para se fazer a gestão de tecnologias no contexto escolar é identificar quais são as tecnologias existentes e, em seguida, procurar conhecer como estão sendo utilizadas.
Em seu texto Gestão escolar e as tecnologias, Carmem Prata observa que é preciso mudar os paradigmas convencionais da estrutura escolar, em que muitas vezes a tecnologia é utilizada de forma superficial (como meio de comunicação) ou para aumentar o poder daqueles que possuem o conhecimento tecnológico, por exemplo.


Compreender as potencialidades inerentes a cada tecnologia e suas contribuições ao ensinar e aprender poderá trazer avanços substanciais à mudança da escola, que se relaciona com um processo de conscientização e transformação que vai além do domínio de tecnologias e traz subjacente uma visão de mundo, de homem, de ciência e de educação. (ALMEIDA, 2006).

"A integração das tecnologias como TV, vídeos, computadores e internet ao processo educacional, pode promover mudanças bastante significativas na organização e no cotidiano da escola e na maneira como o ensino e a aprendizagem se processam, se considerarmos os diversos recursos que estas tecnologias nos oferecem (...)." (PRATA, 2002, p. 77).

A mesma autora aponta para o papel fundamental que toda a comunidade escolar tem nesse processo de mudança e ressalta que os professores podem começar explorando as tecnologias disponíveis na escola para que possam integrá-las às suas atividades em sala de aula.

"A escola deve começar com o que tem de imediato, seja em relação a equipamentos, seja através de programas existentes e acessíveis a todos. As experiências vivenciadas servirão de referência pessoal e política para reivindicar mais e melhor tecnologia nas escolas e, conseqüentemente, despertar para as suas possibilidades pedagógicas." (PRATA, 2002, p79).

O diagnóstico é fundamental para levantar quais as tecnologias existentes na escola para, pensar nas estratégias, soluções e projetos para uso pedagógico dessas tecnologias.

Afinal, para que seja possível usufruir as contribuições das tecnologias na escola, é importante considerar suas potencialidades para produzir, criar, mostrar, manter, atualizar, processar e ordenar. Tratar de tecnologias na escola engloba processos de gestão de tecnologias, recursos, informações e conhecimentos que abarcam relações dinâmicas e complexas entre parte e todo, elaboração e organização, produção e manutenção. (ALMEIDA, 2006)

Dada à importância deste diagnóstico, a primeira atividade desta etapa é voltada ao mesmo, bem como suas formas de utilização na realidade escolar.

"A gestão deve partir da descrição da realidade. E para isto é necessário olhar, interpretar e diagnosticar as potencialidades, as fragilidades existentes no cotidiano da escola, os interesses e as demandas." (ALMEIDA, 2005).

Bibliografia
ALMEIDA, Fernando José. Contribuições teóricas sobre gestão: elementos para mapear o entendimento das práticas gestionárias e sua visão de mundo, de sociedade e de ser humano. In: Manual do curso - escola de gestores da educação básica. Brasília, 2005.

ALMEIDA, Maria Elizabeth Bianconcini de. Gestão de tecnologias na escola: possibilidades de uma prática democrática. Disponível em www.tvebrasil.com.br/SALTO/boletins2005/itlr/tetxt2.htm Acesso em 10/02/2006.

--------------. Prática e formação de professores na integração de mídias. Prática pedagógica e formação de professores com projetos: articulação entre tecnologias e mídias. In: ALMEIDA, Maria Elizabeth B. de & MORAN, José Manuel (orgs).

Integração das tecnologias na educação. Salto para o futuro. Secretaria de Educação a Distância: Brasília, Seed, 2005. p. 124-127. Disponível em: www.tvebrasil.com.br/salto Acesso em 10/02/2006.

LUCK, Heloisa. A evolução da gestão educacional a partir da mudança paradigmática. In Em Aberto, Brasília, v. 17, n. 72, fev /jun. 2000.

MORAN, José Manuel. Mudanças profundas e urgentes na educação. Artigo disponível em: http://www.eca.usp.br/prof/moran/profundas.htm Acesso em 20/02/2006.

_________. A gestão das tecnologias na escola. Artigo não publicado. Consultado em fev, 2006b.

MOREIRA, Tânia Maria. Blog pedagógico: é possível visualizar um novo horizonte? Disponível em: http://www.tvebrasil.com.br/SALTO/boletins2005/nfa/tetxt3.htm Acesso em 10/02/2006.

NEVES, Carmem Moreira de Castro. A televisão e o vídeo na escola. Uma nova dinâmica na gestão educacional. In: ALMEIDA, Maria Elizabeth B. de & MORAN, José Manuel (orgs). Integração das tecnologias na educação. Salto para o futuro. Secretaria de Educação a Distância: Brasília, Seed, 2005. p. 124-127. Disponível em: www.tvebrasil.com.br/salto Acesso em 10/02/2006.

PRATA, Carmem Lúcia. Gestão escolar e as tecnologias. In: ALONSO, Myrtes; ALMEIDA, Maria Elizabeth B. de; MASETTO, Marcos Tarciso; MORAN, José Manuel; VIEIRA, Alexandre Thomaz. Formação de gestores escolares para utilização de tecnologias de informação e comunicação. Brasília: Secretaria de Educação a Distância, 2002.

II Encontro Brasileiro de Educomunicação

Entre os dias 23 e 24 de agosto de 2010, a USP promove, no Auditório Freitas Nobre, na Escola de Comunicações e Artes, o II Encontro Brasileiro de Educomunicação. O evento que terá como objetivo promover um diálogo entre a Sociedade e a Universidade sobre o perfil do profissional a ser formado pelo próximo curso de Licenciatura em Educomuncação, reunirá representantes da UNESCO, de órgãos públicos, da mídia, do terceiro setor e do campo educacional.

Nesse sentido, o II Encontro Brasileiro de Educomunicação dá continuidade às trocas de experiências ocorridas ao longo dos últimos dez anos e que permitiram identificar e legitimar o conceito da Educomunicação, presente em experiências como as desenvolvidas por emissoras de rádio e TV de caráter educativo e cultural, redes públicas de escola, assim como organizações com atividades que relacionam mídia e juventude.

O evento trabalhará a partir de cinco sub-temas, a saber:
Educomunicação no espaço das políticas públicas
Mídia e Tecnologia no espaço educativo: a perspectiva da Educomunicação
A interface comunicação e educação na universidade: pesquisa e extensão
O profissional da Educomunicação
Licenciatura em Educomunicação

No painel de abertura, o diretor da área de comunicação da UNESCO, Guilherme Canela, falará sobre o esforço da ONU no sentido de promover políticas públicas em favor da convivência entre civilizações a partir de programas de educação para a mídia, em todo mundo. Já o educomunicador Alexandre Sayad, do Colégio Bandeirantes e secretário executivo da Rede CEP, associação de ONGs que trabalha com o conceito, explicará os motivos que levaram 3.900 escolas do ensino médio a optar pela prática educomunicativa no contexto do programa Mais Educação do MEC.

No campo da mediação tecnológica, Sonia Sette, da UFPE, coordenadora do programa Mídias na Educação, da Secretaria de Educação a Distância do MEC demonstrará como vem se implementando em todo o país a formação de professores para o uso das linguagens da comunicação em sala de aula a partir da perspectiva da educomunicação. O tema da educação a distância será também objeto da palestra de José Augusto de Melo Neto, do Centro de Mídias na Educação do Estado do Amazonas, responsável por um dos mais premiados programas brasileiro de formação a atingir o interior da floresta amazônica levando o ensino médio a comunidades ribeirinhas e aldeias indígenas através o uso das tecnologias digitais.

O perfil do educomunicador ficará por conta de apresentações e debates sobre a atuação do profissional no espaço da mídia, tendo como referência a ação educomunicativa do Canal Futura, bem como o trabalho desenvolvido no âmbito do terceiro setor, como ocorre na Viração, revista, site e movimento social e na ONG Cidade Escola Aprendiz. O trabalho educomunicativo na universidade contemplará a produção da revista Comunicação & Educação (USP/PAULINAS). O evento finalizará suas atividades com a apresentação da proposta do novo curso, seus fundamentos, estrutura e carga horária.

Informações e inscrições: www.cca.eca.usp.br

II Encontro Brasileiro de Educomunicação
Diálogo entre sociedade civil e universidade
São Paulo, 23-24 de agosto de 2010
Auditório Freitas Nobre, ECA/USP
Promoção:Licenciatura em Educomunicação – CCA-ECA-USP
Núcleo de Comunicação e Educação – NCE-USP
Revista Comunicação & EducaçãoApoio:Edições Paulinas

Programa
23 de agosto0
8h00 – Recepção dos participantes
09h00 – 10h30 – Sessão de Abertura
Coordenação: Ismar de Oliveira Soares, Chefe do CCA-ECA-USP
Saudação: Prof. Dr. Mauro Wilton de Sousa, diretor da ECA-USP
Entrega do Prêmio Mariazinha Fusari de Educomunicação

11h00 – 12h30 – Painel I – Educomunicação no espaço das políticas públicas
Guilherme Canela, Coordenador da área da Comunicação da UNESCO/Brasil.
Tema: Educomunicação: a perspectiva internacional a partir do mandato do Fórum das Nações Unidas sobre a Aliança das Civilizações.
Alexandre Sayad, Secretário da Rede CEP. - Comunicação, Educação Participação.
Tema: Contexto nacional: “a Educomunicação no programa Ensino Médio Inovador do MEC”
Carlos Lima, Coordenador do Programa de Educomunicação da Prefeitura de são Paulo.
Tema: O Programa de formação de Educomunicadores no Projeto nas Ondas do Rádio, no Município de São Paulo
Sandro Ilídio da Silva, Coordenador do Centro de Referência em Educomunicação e Meio Ambiente da Fundação Hélio Augusto de Souza, da Prefeitura de São José dos Campos.
Tema: O programa de formação em Educomunicação da FUNDHAS

14h30 - 17h00 - Painel II – Mídia e Tecnologia no espaço educativo: a perspectiva da Educomunicação
Sonia Schechtman Sette, Coordenadora de Educação a Distância da UFPE.
Tema: A importância do Programa Mídias na Educação para a melhoria da qualidade do Ensino Público no Brasil
Patrícia Horta, Coordenadora de implantação do curso a distância “Mídias na Educação” no Estado de São Paulo (parceria entre MEC, UFPE e NCE-USP).
Tema: O caráter educomunicativo do programa Mídias na Educação
José Augusto de Melo Neto, do Centro de Mídias na Educação do Estado do AM - Seduc-AM. Tema: A especificidade educomunicativa do programa “Ensino Médio Presencial mediado por Tecnologias”
Luiz Fernando Santoro, ECA/USP.
Tema: Potencial aberto ao educomunicador pela convergência midiática

18h00 – Lançamentos:
Revista Comunicação e Educação (ECA/USP – Edições Paulinas)
Livro “Do MEC a WEB” - Coord. Nelson Pretto e Sandra Tosta.

24 de agosto
09h00 – 10h30
Painel III– A interface comunicação e educação, na universidade: pesquisa e extensão
Coordenação: Sandra Pereira Tosta, Faculdade de Educação, PUC/MG.
Tema: Pesquisa e extensão sobre a interface Comunicação e Educação no âmbito da Educação
Maria da Graça Setton, FE-USP
Tema: A pesquisa em torno da interface Comunicação e Educação na Faculdade de Educação da USP
Maria Aparecida Baccega, Professora do Programa de Pós-Graduação da SPM.
Tema: Pesquisa e extensão desde a Comunicação: o papel da revista Comunicação & Educação da ECA/USP
Ana Julia Campos – pós-graduanda no ILCE – Instituto Latino-americano de Comunicación Educativa, no México.
Tema: A experiência de pesquisa em educomunicação no México

11h00 – 12h30
Painel IV – O profissional da Educomunicação
Coordenação: Vivian Romão, Editora da Viração, revista, site e movimento social.
Tema: O papel e as funções dos profissionais da Educomunicação: a experiência da revista Viração
João Alegria, Gerente de Programação e Jornalismo do Canal Futura.
Tema: O caráter educomunicativo da programação do Canal Futura
Marina Rosenfeld, Coordenadora do núcleo de tecnologias em educomunicação da Associação Cidade Escola Aprendiz.
Tema: O profissional da educomunicação nos espaços da educação não formal
Maria Cristina Costa – Coordenadora do Curso de Especialização em Gestão da Comunicação. Tema: O gestor da comunicação: projetos voltados para a educomunicação.

14h30 - 17h00
Painel V – A Licenciatura em Educomunicação
Coordenação: Ismar de Oliveira Soares, CCA-ECA-USP.
Tema: Razões da opção pela Licenciatura, perspectiva a partir da comunicação
Adilson Odair Citelli, CCA-ECA-USP.
Tema: Razões da opção pela Licenciatura: perspectiva a partir da Educação
Roseli Fígaro, Comissão de Graduação do CCA-ECA-USP.
Tema: Estrutura curricular da Licenciatura

Fonte: ECA/USP/ Mídias na Educação/

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Educação: como as avaliações podem contribuir efetivamente para melhorar a qualidade de ensino

A divulgação de resultados do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) e do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) traz à tona uma série de questionamentos envolvendo não só a qualidade do ensino brasileiro, mas também a importância e as deficiências das avaliações nacionais.

Em meio a esse debate, o Unicef, a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), o Ministério da Educação (MEC) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) lançou na última semana a publicação "Caminhos do Direito de Aprender", que retrata experiências de 26 municípios que conseguiram melhorar de maneira considerável o seu Ideb entre 2005 e 2007.

Realizada entre outubro de 2008 e março de 2009, o estudo abrangeu municípios de diferentes portes - de 3.814 (Pejuçara/RS) a 720.070 habitantes (Campo Grande/MS) - , contemplando todos os estados da federação. Foram entrevistados dirigentes municipais de educação, professores, alunos, pais, funcionários, coordenadores pedagógicos e parceiros das redes, tendo como questão central os fatores responsáveis pela melhoria do Ideb no município.

A parte inicial do livro destaca que "os pesquisadores identificaram um processo ativo de trabalho conjunto, de persistência e de determinação realizado de forma articulada por diversos atores que compõem a comunidade escolar".

A publicação enfatiza ainda que a divulgação do Ideb foi decisiva para transformação da realidade da educação na cidade. "Nos 26 municípios visitados pelos pesquisadores, o Ideb apareceu como fator conscientizador, agregador e impulsionador, que desencadeou uma mobilização geral da comunidade e chamou todos à responsabilidade de garantir um ensino de qualidade".

Essa mobilização e responsabilização de cada um dos atores envolvidos no processo de aprendizagem permitiram que diversos fatores fossem trabalhados concomitantemente, propiciando avanços nos indicadores.

Dentre esses fatores, destaca-se a formação dos professores, mencionada por 24 dos 26 municípios como fundamental para melhoria dos resultados. Os municípios com melhores resultados no Ideb, acima de 6,0, apresentam taxas superiores a 80% de professores graduados. A média nacional, de acordo com o Censo Escolar 2007, é de 68,4%.

Uma outra conclusão da pesquisa foi a importância da relação escola e comunidade na garantia do direito a aprendizagem. Foi recorrente na fala dos entrevistados os ganhos obtidos em termos de qualidade do ensino quando é feita a gestão democrática das políticas de educação - o que vai desde a participação dos pais nas decisões até a oferta de atividades culturais e esportivas para a comunidade nos finais de semana e no contraturno.

Debate

Diversas questões mencionadas na publicação do Unicef foram discutidas também no debate promovido pela revista Época na terça (20/07). Compuseram a mesa os especialistas Reynaldo Fernandes, ex-presidente do Inep, Maria Helena Guimarães Castro, ex-secretária estadual de Educação de São Paulo, e José Marcelino Rezende, professor da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo de Ribeirão Preto e especialista em financiamento da educação.

Para Fernandes, "estamos vivendo no Brasil uma mobilização pró-qualidade da educação e isso teve impacto nos resultados do Ideb". Maria Helena também se mostrou otimista em relação aos dados: "Há um quadro de melhora tendencial".

Ela atribuiu os avanços no índice ao combate à cultura da repetência, fortemente defendida nas escolas até a década de 90. "O fluxo escolar tem efeito real sobre aprendizagem", analisou.

A ex-secretária de educação ponderou ainda a necessidade de se realizar análises mais rigorosas e detalhadas dessas avaliações. "Faltam relatórios pedagógicos dos resultados que ensinem as escolas sobre como utilizar os resultados para melhorar a qualidade do ensino", destacou Maria Helena, mencionando São Paulo, Minas Gerais, Ceará e Acre como estados que tem elaborado bons relatórios.

Já Rezende fez uma série de críticas ao indicador. Inicialmente, traçou um histórico da criação no Brasil das políticas de avaliação, mencionando desde o desmonte do Inep - instituição ligada ao MEC responsável pelo desenvolvimento das pesquisas educacionais - até o pressuposto inicial a partir do qual foram elaboradas: a de que o investimento destinado à educação era suficiente.
"As condições objetivas [de oferta da educação] eram tomadas como adequadas", lembrou.

"Hoje, o Fundeb destina R$ 120 por mês por aluno, enquanto o valor médio da mensalidade de uma escola particular é de R$ 500", comparou.

Na visão do professor, a política de avaliação atual leva em consideração apenas o "produto" - o aluno - quando, na verdade, é preciso monitorar todo o processo. Por essa razão, também considera um erro a divulgação de rankings das escolas, sem haver qualquer ponderação nas notas do nível socioeconômico dos alunos. "A nota diz muito sobre o capital cultural do aluno, mas diz muito pouco sobre a escola", destacou.

Outro problema do Ideb apontado por Rezende está na sua composição. "A taxa de aprovação [um dos indicadores que compõem o índice] sinaliza pouco. Pode se alterar sem que isso signifique uma melhoria do aprendizado". Nesse sentido, defende a inclusão de indicadores que mensurem as condições de oferta do ensino, como, por exemplo, o nível de formação dos professores e a infraestrutura da escola. "Qualidade está ligada a insumos", salienta.

Vale lembrar que Rezende é um dos idealizadores do CAQ, o Custo Aluno Qualidade, que define o valor mínimo que deve ser investido por aluno para a oferta de um ensino de qualidade.

Fonte: CENPEC

Educação: a equação do futuro

A educação do amanhã substitui a padronização pela criatividade e troca o foco no currículo pela atenção ao aprendiz
(Entrevista concedida ao jornal O Estado de S.Paulo, publicada na edição de 25 de julho de 2010)

Flávia Tavares, de O Estado de S. Paulo

Ano após ano, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) reprova o Brasil no quesito igualdade. O ranking das escolas com melhor desempenho reproduz o abismo da diferença entre a qualidade do ensino oferecido em instituições públicas e privadas. Assim, distancia ainda mais os alunos com a garantia de um futuro bem-sucedido nas universidades dos que engordarão a massa de trabalhadores com escolaridade limitada. O teste final que as avaliações da educação brasileira propõe é como resolver um problema antigo com soluções diferentes e inovadoras.

Para Andreas Schleicher, diretor de Programas de Análise e Indicadores em Educação da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e responsável pelo Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), os dados de verificações como o Enem podem sugerir alguns caminhos. Mas a resposta está mesmo na formulação de um novo modelo de educação, "menos centrado no currículo e mais no aprendiz". "Precisamos entender que a aprendizagem não é um lugar, é uma atividade. Sistemas educacionais precisam reconhecer que os indivíduos aprendem de formas diferentes", diz o físico alemão.

Em entrevista por e-mail, Schleicher defende que, quanto mais autonomia a escola e os professores tiverem, maior será sua interação com os alunos. Além disso, os educadores terão de reinventar suas ferramentas para formar jovens preparados para problemas que nem sequer surgiram ainda. "No passado, professores sabiam que o que eles ensinassem duraria por toda a vida do aluno. Nos dias de hoje, a escola precisa preparar os estudantes para profissões que não foram criadas e tecnologias que não foram inventadas." Schleicher faz ainda um alerta aos gestores de educação: "As nações que não têm bons fundamentos nunca pagaram um preço tão alto por essa deficiência".

Quais as razões para avaliarmos tanto os estudantes, com exames ao fim de cada nível de escolaridade? É para filtrar quem deve chegar ou não ao ensino superior?

O propósito das avaliações não é prioritariamente o de definir caminhos de entrada ou saída para os estudantes, mas sim o de identificar necessidades e melhorias no processo de ensino. Bons sistemas de avaliação reconhecem que um aprendizado de excelência abrange tanto o processo quanto seu conteúdo. O resultado dessas avaliações não produz apenas notas para as escolas, mas tenta fornecer uma compreensão abrangente sobre os estudantes e as estratégias conceituais que eles usam para resolver problemas.

O que mais se aproveita do resultado desses exames?

As verificações melhoram o aprendizado de alunos, professores, administradores de escolas e formuladores de políticas públicas. A partir delas, pode-se construir um quadro claro para atribuição de responsabilidades. Isso significa gerar informação que pode ser transformada em ação. Boas avaliações deixam professores mais conscientes de suas deficiências e isso normalmente resulta numa mudança de comportamento. Em vez de simplesmente selecionar e filtrar aqueles que parecem ser os alunos mais talentosos, escolas e professores competentes usam esses dados para distinguir os alunos extraordinários dos medianos, para estimular a capacidade individual.

Qual a importância desse estímulo?

É simples: as oportunidades para aqueles bem educados nunca foram tantas, mas também os indivíduos - e as nações - que não têm bons fundamentos nunca pagaram tão caro for essa deficiência. Na verdade, o preço econômico e social que as sociedades pagam por não educar bem a totalidade de suas crianças é muito mais alto do que seria o investimento na própria educação.

Números do Enem mostram que o Brasil ainda sustenta uma enorme diferença entre o ensino particular e o privado. Estamos investindo pouco em educação?

É importante analisar o contexto dos dados do Enem. Essa é outra lição que bons sistemas de avaliação nos dão: a comparação deve ser feita entre diferentes períodos da mesma escola, para se analisar quanto ela melhorou. O mesmo parâmetro é verdadeiro quando comparamos países. Não é possível comparar substancialmente países como Finlândia e Japão com o Brasil sem levar em conta o contexto socioeconômico. Na verdade, quando se considera esse pano de fundo, o Brasil está entre os mais bem-sucedidos em melhorar seu desempenho educacional e a igualdade. Sistemas educacionais sempre falam de igualdade e agora nós conseguimos medir seu sucesso nisso, na forma como as escolas conseguem moderar o impacto que o background social tem na educação.

O que países como Finlândia e Japão têm a nos ensinar?

Educação de alta qualidade existe em todo o mundo. Na América do Norte, o exemplo é o Canadá. Na Europa, a Finlândia. Na Ásia, temos Japão, Coreia do Sul e Cingapura. Eles são diferentes entre si, mas têm pontos em comum relevantes. Primeiramente, onde estudantes atuam num ambiente caracterizado pelas expectativas de um bom desempenho a relação com os professores melhora e o moral dos educadores aumenta. Muitos países mudaram suas prioridades, saindo do simples controle dos recursos e do currículo para um foco maior nos resultados do processo educacional. Isso tem direcionado esforços no sentido de uma articulação das expectativas que a sociedade tem e a tradução dessas expectativas em parâmetros e objetivos.

O que esses parâmetros determinam?

Eles ajudam a estabelecer conteúdos rigorosos e coerentes em todos os níveis de escolaridade; reduzem as diferenças de currículos entre esses níveis; diminuem a variação desses currículos de classe para classe; facilitam a coordenação de formuladores de políticas públicas; reduzem a desigualdade de currículos entre diferentes grupos socioeconômicos. Muitos sistemas somaram o desenvolvimento desses parâmetros a uma maior atribuição de responsabilidades à linha de frente do ensino, encorajando escolas a dar respostas assertivas aos problemas locais e ajudando escolas e professores a fazer isso de forma significativa.

Como dar essa autonomia a escolas e professores?

Parâmetros claros e específicos permitem acesso às melhores práticas profissionais nas escolas e ajuda os professores a expandir seu repertório de estratégias pedagógicas para personalizar o ensino para todos os alunos e adotar abordagens inovadoras. Os melhores sistemas educacionais do mundo escolhem as pessoas certas para se tornarem professores porque sabem que a qualidade de educação será proporcional à qualidade do corpo docente e porque a escolha errada desses profissionais pode resultar em 40 anos de ensino fraco. Países como a Finlândia e a Coreia do Sul recrutam seus professores entre os 10% dos que se formaram nos primeiros lugares.

E com relação às escolas?

Na maioria dos países exemplares as escolas se tornaram um ponto chave na reforma educacional, e elas são responsáveis pelos resultados que apresentam. Na Finlândia, por exemplo, o planejamento estratégico acontece em todos os níveis do sistema. Cada escola discute a visão nacional do assunto e, paralelamente, o que essa estratégia representam para ela. O mais impressionante nos ótimos resultados de países como Finlândia e Canadá não são apenas as altas médias de desempenho, mas o fato de eles conseguirem que todos os estudantes e as escolas alcancem essa média. A eventual intervenção e apoio nas escolas não é a aplicação de ideias pré-concebidas - ao contrário, trata-se de diagnosticar problemas em cada escola e desenvolver soluções personalizadas. Também se trata de garantir que as escolas que encaram os maiores desafios tenham acesso aos professores e diretores mais talentosos.

Ou seja, profissionais do ensino têm mais responsabilidades.

Exato. Em todos os países que se saíram bem no Pisa, é responsabilidade das escolas e dos professores se engajar na diversidade de interesses dos estudantes, em suas capacidades diferenciadas e em seus diversos contextos socioeconômicos, sem a alternativa de fazer o aluno repetir de ano ou se transferir para uma escola menos exigente - atalhos normalmente usados em países com desempenhos ruins, onde os diretores de escola e professores podem enganar a si próprios dizendo que fizeram a coisa certa, mas têm os alunos errados.

Como a tecnologia está transformando os antigos modelos de ensino?

Uma palavra-chave para o uso da tecnologia na educação costumava ser o aprendizado "interativo". Agora, ele precisa ser "participativo". E, embora a educação a distância seja uma peça importante da educação no futuro, o ensino permanecerá uma experiência humana. Nas gerações passadas, professores sabiam que o que eles ensinassem duraria por toda a vida do aluno. Hoje, a escola precisa preparar os estudantes para mudanças econômicas e sociais mais rápidas do que nunca, para profissões e tecnologias que não foram inventadas e problemas que ainda não sabemos se surgirão. Como podemos criar uma cultura de educação para a vida inteira e para todas as áreas da vida que atinja a todos? O dilema dos educadores é que as habilidades cognitivas rotineiras, aquelas fáceis de ensinar e de avaliar, são também as mais facilmente digitalizadas, automatizadas e terceirizadas. O sucesso em educação não é mais a reprodução de conteúdo e conhecimento, mas é a capacidade de aplicar esse conhecimento em situações inéditas.

Dê um exemplo.

A questão não é se o ensino da matemática deveria ser mais ou menos rigoroso. O desafio é garantir que a matemática não se restrinja a um mundo de equações e teoremas, mas se transforme numa linguagem que permita aos alunos descrever, estruturar e compreender o mundo. O caminho até esse ponto é desafiador.

Estamos nos preparando para esse desafio? Qual seria o modelo de ensino ideal para o século 21?

Num sistema educacional antigo e burocrático, professores eram deixados sozinhos nas classes com uma receita do que ensinar. O modelo moderno estabelecerá objetivos ambiciosos, será mais claro sobre o que os estudantes devem se tornar capazes de fazer, atribuirá responsabilidades e arregimentará professores com ferramentas para ensinar seus alunos individualmente. A educação do passado se resumia a um conhecimento despejado, a do futuro é um conhecimento gerado por professores e estudantes. No passado, alunos diferentes eram ensinados da mesma forma. Hoje, o desafio é incluir a diversidade no ensino. O objetivo do passado era a padronização. Agora, é a criatividade, a personalização das experiências. O passado era centrado no currículo, o futuro é no aprendiz. Nós também precisamos entender que a aprendizagem não é um lugar, é uma atividade. Sistemas educacionais precisam reconhecer que indivíduos aprendem de formas diferentes - inclusive, de formas diferentes ao longo de suas vidas.

Fonte: O Estado de São Paulo - 25/07/2010

Educação exige participação de todos os atores

Muitos são os fatores que medem o desempenho escolar. Indicadores devem ser vistos com olhar crítico

Por Salvatore Carrozzo

O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2009, divulgado no início do mês,apontou que o ensino na Bahia está mal das pernas. Apuarema, no sul do Estado, ocupa o último lugar da lista, com nota 0,5. A nota vai de zero a dez; a Bahia obteve média 3,4. A meta para o Brasil é seis para o ano de 2022.

Entretanto, há casos que fogem à regra. Muitos são os fatores que levam uma escola pública localizada em um bairro pobre e com altos índices de violência a obter uma nota dez vezes maior que a de Apuarema.

A escola municipal Recanto dos Coqueiros, espremida entre casas sem planejamento urbano em Pituaçu, não conta com professores de artes, informática ou educação física (o único lugar onde as crianças podem correr é um corredor). Nesse cenário, a nota5,2 destoa da maioria das escolas da capital baiana. Na primeira edição do índice,em 2005, a nota foi 1,4, uma das piores de Salvador.

Para Norma Baião, diretora da unidade desde 2005, o segredo está no empenho daqueles que trabalham com educação (“do porteiro à direção”, ressalta). Na opinião de Norma, os baixos salários não devem servir de desculpas para a falta de empenho.

“Quem entra na rede pública sabe como as coisas são”, acredita.

Liberdade apertada
Outra escola com bom desempenho no último Ideb é a Maria Bonfim. Funcionando precariamente em um imóvel alugado na Liberdade e com pouco mais de cinco metros de largura (na parte de cima funciona um escritório de advocacia), a escola teve nota 5,3 no último Ideb (quatro anos antes, obteve 2.8).

“Aqui,quando aluno começa a faltar, ligo logo para saber o que está acontecendo”,pontua a diretora Iracema Nery.

Coordenador de um grupo de pesquisa em gestão educacional na Uneb, o professor Eduardo Novaes é enfático em relação ao engajamento dos educadores no dia a dia da escola. “Se o profissional é desinteressado, o ensino não funciona, mesmo que a estrutura seja excelente”, diz.

Para Novaes, índices como o Ideb e o Enem são, a princípio, válidos. Entretanto, acredita, é preciso manter sempre o debate e questionar o que é uma “boa escola” para definir quais os indicadores.

Poucos alunos Um ponto em comum entre as duas escolas é a média de alunos por sala (vinte estudantes).

“Isso favorece o ensino. Dessa forma, conseguimos lidar com eles de maneira individualizada”, afirma Iracema.

A professora Cleide Marques, da Recanto dos Coqueiros, já passou por outras escolas da rede. “Nelas, o comportamento dos alunos era pior”, afirma.

Na rede municipal,amédia é de 25 a 30 alunos por turma (número 25% a 50% maior que das escola em Pituaçu e na Liberdade), afirma Manoel Calazans, coordenador de ensino e apoio pedagógico da Secretaria Municipal de Educação.

“O antigo modelo, de grandes escolas, começa a ser repensado entre os gestores”, opina. Sobre as metas soteropolitanas impostas para 2021 (passar de 3,7 a 5,1 no 5º ano e de 2,8 a 4,5 no 9º ano), Calazans resume: “é um desafio muito grande”.

O professor da Faculdade de Educação da Ufba José Albertino Lordelo defende o período integral de atividades aos estudantes como forma de melhorar o ensino. “A educação pública, de fato, é um horror”, diz Lordelo, que pesquisou a gestão escolar na Bahia durante doutorado.

O especialista aponta ainda altos índices de evasão escolar como outro ponto negativo – e aluno fora de sala é premissa básica para queda nos indicadores. Educacionais e sociais.

Fonte: Jornal A Tarde de 26 de julho de 2010

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Projeto Ler e Pensar e a evolução do IDEB

No dia 15 de julho, durante o 5º Seminário Nacional sobre o professor e a leitura de jornal, a pedagoga Mary Natsue Ogawa, da Secretaria Municipal de Educação de Curitiba, apresentou os resultados de pesquisa sobre o desenvolvimento das escolas cadastradas no Projeto Ler e Pensar, do Instituto RPC, e as contribuições do jornal para a aprendizagem escolar. Ogawa mostrou que o projeto contribui para o aumento do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica - IDEB.

Para apresentar os resultados, o estudo contou com um acompanhamento desde o conhecimento do planejamento dos professores e cadernos dos alunos, passando pelas capacitações oferecidas pelo Instituto RPC e conferência dos índices avaliados pelo MEC.

Para a pedagoga, “o acompanhamento dos trabalhos desenvolvidos nas escolas dessa Rede Ensino aponta para uma significativa melhora na produção textual, indicando ampliação do vocabulário, aperfeiçoamento quanto à utilização da gramática e ortografia, e textos mais críticos dos estudantes das unidades de ensino pesquisadas”. Uma das escolas pesquisadas apontou evolução no IDEB de 4.6, em 2007, para 5.7, em 2009.

Sem desconsiderar os outros fatores que compõe o Índice, Ogawa foi categórica ao dizer que o Projeto Ler e Pensar contribuiu para o aumento do IDEB em Curitiba ao estimular o exercício de uma leitura crítica e atual. “O jornal é mais do que um material didático, é um elemento midiático que permite estimular a criticidade”, afirmou. Para ela, a participação e o interesse do aluno no projeto se devem ao fato de o jornal ser um veículo contextualizado, que faz parte da vida dos estudantes.

O Ler e Pensar atua no município de Curitiba desde 1999 e está presente, atualmente, em mais de 70 escolas. Trata-se do único projeto que pode acontecer no horário das aulas, já que possui interação com a grade curricular e contribui para a efetivação do planejamento do professor.

Fonte: A Gazeta do Povo/ Ler e Pensar

Coordenadores de programas Jornal e Educação do Brasil participam de seminário em Campinas

Cerca de 35 coordenadores de Programa Jornal e Educação no Brasil participaram do V Seminário Nacional O Porfessor e a Leitura de Jornal: Educação, Mídia e Formação Docente, na UNICAMP, entre 14 e 16 de julho. Além de reuniões do grupo, que se reúne a cada ano para discutir novas estratégias de ação, troca de experiências e apresentações.

O seminário foi uma realização da Associação de leitura do Brasil (ALB), Rede Anhaguera de Comunicação (RAC), Programa Jornal e Educação da Associação Nacional de Jornais (PJE/ANJ), Faculdade de Educação da UNICAMP e grupo de pesquisa Alfabetização, Leitura e Escrita, da FE/Unicamp.

Abaixo, fotos dos coordenadores: