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sexta-feira, 30 de março de 2012

Associação Mundial de Jornais e Editores de Notícias (WAN-IFRA) organiza o concurso "A Entrevista dos Meus Sonhos


A Associação Mundial de Jornais e Editores de Notícias (WAN-IFRA), com sede em Paris, está organizando o concurso "A Entrevista dos Meus Sonhos - Um festival global de reportagens feitas por jovens sobre estórias de sucesso", sob a coordenação de Aralynn McMane, Diretora Executiva de Desenvolvimento de Jovens Leitores e do Programa Jornal e Educação da WAN-IFRA e Roxana Morduchowicz, coordenadora do Programa Escuela y Medios, do Ministério da Educação da Argentina. 

Aralynn McMane - WAN-IFRA
O concurso é voltado a escolas do mundo inteiro que tenham parceria com jornais associados à WAN-IFRA e associações nacionais de jornais.

Para quem: Classes de alunos com 11 a 15 anos, em colaboração com jornais locais.

O que: Equipes de quatro a seis crianças escolhem uma pessoa importante que gostariam de entrevistar. Alguém que atue no serviço público (como política, direitos humanos, jornalismo) ou ainda entretenimento, artes, esportes, etc, que represente sucesso através de trabalho árduo, sério. A equipe deve submeter sua ideia e questões para o jornal local participante, que escolhe o melhor conjunto de perguntas e ajuda a equipe vencedora a fazer a entrevista. 

Por que: Para ajudar os jovens a aprender sobre o valor da dedicação e do trabalho e ao mesmo tempo, ensinar entrevista jornalística e competências linguísticas. 
Roxana Morduchowicz

Onde: Jornais em uma variedade de países e 
continentes junto com escolas parceiras.

Como: Jornais configuram o festival localmente como quiserem. Podem trabalhar com uma ou duas escolas; podem torná-lo um concurso nacional ou municipal, etc e distribuem o Guia para Professores "Minha Entrevista dos Sonhos da WAN-IFRA" (disponível para o coordenador do concurso a partir da Rede Mundial Jovens Leitores) para as escolas parceiras. Em seguida, devem selecionar os dois conjuntos de perguntas da entrevista.A entrevista deve ser realizada em grupos de no mínimo quatro alunos. Nenhuma entrevista individual será aceita.

O jornal ajudará o grupo vencedor a fazer a entrevista com a pessoa escolhida.Essas entrevistas serão submetidas (em Inglês) para um júri internacional de jornalistas de renome, que devem selecionar os dois vencedores globais.As duas entrevistas vencedoras ganharão viagem para a cerimônia de premiação no "Media Port" durante a WAN-IFRA 
Expo, em Madrid, Espanha, dias 29 e 20/10, para o professor da turma vencedora e dois alunos.
Após a publicação no jornal vencedor, as entrevistas vencedores serão distribuídos em todo o mundo em Inglês www.theinterviewpeople.com e os royalties vão para as escolas vencedoras.

Quando: 
Fevereiro e Março - Guia de Entrevista para professores (em Inglês e Espanhol) fornecidas aos participantes pelo jornais

Abril a junho - Lançamento do projeto: Jornais terão até o final de maio para enviar as duas entrevistas de duas escolas.

Julho - O júri decide quais duas entrevistas são as vencedores.

Final de julho - Anúncio dos vencedores.
 
Outubro: Cerimônia Internacional de vencedores no Media Port, durante WAN-IFRA Expo (29-30 de Outubro, em Madrid, Espanha)

Mais informações com Roxana Morduchowiczroxana.morduchowicz@gmail.com ou wan-ifra.mydreaminterview@gmail.com (em espanhol) ou Aralynn McManearalynn.mcmane@wan-ifra.org (em inglês)

Perguntas frequentes:
Por que a entrevista tem que ser feito por grupos de estudantes ao invés de um indivíduo?O projeto quer promover habilidades adicionais e valiosas tais como: a capacidade de trocar idéias, respeitar as opiniões dos outros, para poder participar de debates democráticos e para chegar a conclusões. Ao trabalhar em grupos, os alunos aprendem o que é pluralidade e lberdade de expressão, assim como tolerância e democracia também.

Quais são os efeitos deste projeto?
Os estudantes aprendem a pesquisar para ir mais a fundo sobre o tema de suas matérias/entrevistas, além da importância de lerem e serem mais críticos em relação às entrevistas nos jornais, para entender como se faz uma boa entrevista.WAN-IFRA fará dois guias disponíveis para professores em todo o mundo: Como fazer entrevistas profissionais jornalísticas e como organizar um projeto Minha Entrevista dos Sonhos (concurso local ou nacional).

Após a entrevista eu estou correto em assumir que você quer que os alunos escrevam as perguntas e respostas no estilo de um artigo e não no estilo pergunta-resposta simples? 

De qualquer maneira está ok. Eles podem escolher. Ambos serão aceitos para o júri. É melhor e mais atraente para o leitor se eles puderem fazer uma mistura de perguntas e respostas e artigos. Mas é também mais difícil. Assim, eles podem fazer só pergtuntas e respostas, se quiserem. Em qualquer caso, perguntas e respostas deve ser parte do texto, mesmo se escolherem a característica do texto artigo. Porque a coisa mais atraente é ver que tipo de perguntas os jovens fizeram e como elas são respondidas pelo entrevistado.Concluindo, a  mistura é ideal, mas perguntas e respostas devem ser incluídas.

Comprimento - O comprimento máximo do artigo é de 300 a 400 palavras?Não, 300 ou 400 palavras é um texto muito curto. O objetivo mínimo é de 800 palavras e o máximo 1000 palavras, sendo que 800 palavras dá, em média, duas páginas.
 
Um jornal sempre pode cortar um texto antes da impressão mas, se a entrevista é interessante o suficiente para ser publicada, um jornal vencedor gostaria de dedicar uma página inteira a ela.
 
O que acontece se selecionarmos uma criança que tem grandes questões e formos incapazes de garantir a "pessoa do sonho" para a entrevista?
Primeiro de tudo, a entrevista de uma criança não é a idéia. As equipes precisam ter  pelo menos quatro crianças. Se o jornal não pode ajudar as crianças a entrevistar determinada pessoa, ele não pode aceitar a inscrição da mesma e precisa encontrar outra pessoa, porque o júri vai avaliar a entrevista como será alcançada com perguntas e respostas. 
 

Neste ponto as crianças podem entrevistas alguém mais? 
Sim ... Se eles tiverem tempo para escrever um novo questionário e entrevistar a pessoa, não há problema, contanto que eles fiquem dentro do prazo. 

Fonte: World Association of Newspaper

quinta-feira, 29 de março de 2012

Número de leitores caiu 9,1% no país em quatro anos, segundo pesquisa

Hábito de ler perde espaço para TV, tempo com amigos e diversão on-line.
Enquanto 24% dos brasileiros têm esse hábito, 85% costumam ver TV.


Dados da edição de 2012 da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, encomendada pela Fundação Pró-Livro e pelo Ibope Inteligência, mostram que os brasileiros estão cada vez mais trocando o hábito de ler jornais, revistas, livros e textos na internet por atividades como ver televisão, assistir a filmes em DVD, reunir-se com amigos e família e navegar na rede de computadores por diversão.
A pesquisa, divulgada nesta quarta-feira (28), revelou uma queda no número de leitores no país: de 95,6 milhões, registrada em 2007, para 88,2 milhões, com dados de 2011. O índice representa uma queda de 9,1% no universo de leitores ao mesmo tempo em que a população cresceu 2,9% neste período.
Foram entrevistadas para a pesquisa 5.012 pessoas em 315 municípios brasileiros entre 11 de junho e 3 de junho de 2011. Os entrevistadores classificam como leitores quem leu pelo menos um livro nos três meses anteriores à pesquisa. O resultado de 88,2 milhões de leitores corresponde a 50% da população total de brasileiros com 5 anos ou mais (178 milhões).
Pesquisa hábitos de leitura (Foto: Editoria de Arte/G1)
O Onúmero de entrevistados que afirmaram aos pesquisadores cultivar o hábito de ler durante o tempo livre caiu 8 pontos percentuais entre 2007 e 2011, de 36% para 24%.
No mesmo período, porém, a porcentagem de quem costuma ver televisão nas horas de lazer subiu de 77% para 85%. Vídeos e DVDs agora agora ocupam 38% das pessoas ociosas, contra 29% há quatro anos, e o hábito de navegar pela internet (mas sem de fato ler textos por prazer ou para se informar) aumentou de 18% para 24%. As reuniões com parentes e amigos também cresceu, de 31% para 44%. Os entrevistados puderam escolher mais de uma opção.
A ministra da Cultura, Ana Holanda, disse, após o lançamento da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, que é preciso incentivar a leitura nos jovens. "Trabalhando com o jovem, a gente forma o leitor para a vida toda", afirmou. Para a ministra, é preciso afastar o jovem da ideia da leitura como uma obrigação escolar. "É preciso mostrar o livro não como uma obrigação escolar, mas como uma forma de ele conhecer dimensões que estão além dele, outras vias, outras realidades", declarou.
De acordo com o diretor do Ibope Inteligência, Hélio Gastaldi, o aumento da expectativa de vida e a redução da concentração de brasileiros em idade escolar é um dos fatores causadores da diminuição de leitores. Além disso, Gastaldi afirmou que a leitura está mais pulverizada em diversos meios.
A presidente do Instituto Pró-Livro, Karine Pansa, acredita que ainda levará tempo para que o Brasil alcance níveis de leitura considerados ideais."A gente olha para países com índice de oito livros por ano. São países europeus. Isso é um futuro longo e a gente vai ter que batalhar muito por isso", disse.
Karina disse que é necessário que os professores incentivem o hábito da leitura nos alunos, já que a pesquisa os aponta como as pessoas que mais influenciam os indivíduos na hora de ler."Se você ver o prazer que o seu professor tem pela leitura, você vai se perguntar o porquê. E vai, no mínimo, ter essa inquietude de querer saber por que ele gosta tanto daquele livro", afirmou.
Perfil
Atualmente, as mulheres são maioria entre as pessoas com o hábito de ler pelo menos um livro a cada três meses (57%), e as faixas etárias que mais reúnem pessoas com o hábito de ler são entre 30 e 39 anos (16% do total), entre 5 e 10 anos (14%) e entre 18 e 24 anos (14%).
A queda do número de leitores foi apontada em todas as regiões brasileiras, com exceção do Nordeste, que ganhou um milhão de leitores entre 2007 e 2011, e onde a penetração da leitura subiu de 50% para 51%. Hoje, 29% de todos os leitores brasileiros vivem nesses estados, contra 25% em 2007. Por outro lado, no Sudeste, a penetração caiu de 59% para 50% do total da população e hoje responde por 43% do total de leitores, dois pontos percentuais a menos que na última edição da pesquisa. Nas regiões Norte, Centro-Oeste e Sul vivem 8%, 8% e 13% dos leitores brasileiros, respectivamente.
Os leitores brasileiros leram em média 1,85 livro nos três meses anteriores à pesquisa, número menor que a média de 2007 (2,4).
Os textos escolares são lidos com maior frequência: 44% dos leitores que leem esse tipo de texto o fazem todos os dias, e outros 44% afirmaram que leem textos escolares de vez em quando. O livro no formato tradicional vem perdendo espaço para os outros suportes. Os leitores de textos na internet afirmaram que têm o hábito de usar esse suporte com frequência: 38% o fazem todos os dias e 42% de vez em quando. Por outro lado, quase metade dos leitores (46%) que afirmaram ler livros em geral (ou seja, os que não são indicados pela escola, nem são jornais ou revistas) admitiram que cultivam esse hábito apenas uma vez por mês. Apenas 21% dessa faixa de entrevistados disse que lê livros em geral diariamente.
Ainda que o resultado da pesquisa mostra o enfraquecimento do hábito de leitura no país, os brasileiros se mostraram mais otimistas: 49% deles afirmou que atualmente lê mais do que no passado, e 28% admitiu que vem perdendo este costume. Outros 20% disseram que não aumentaram nem diminuíram o hobby de ler livros, jornais, revistas ou textos na internet.
Fonte: G1 - 
*Colaboraram Felipe Néri, Ana Carolina Moreno, Paulo Guilherme e Elvis Henrique Martuchelli, da editoria de Arte do G1.

Voz para a Educação!

Compartilhamos abaixo, depoimentos de secretários de 
Educação do interior do Paraná sobre o trabalho com
jornal na sala de aula. Eles são parceiros do programa
O Diário na Escola, desenvolvido pelo jornal O Diário do
Norte do Paraná. Os depoimentos foram publicados 
originalmente no blog do programa O Diário na
Escola. Confira!
“O jornal impresso em sala de aula como material didático
é muito importante, pois traz centenas de textos que  incentivam
a leitura, auxiliam na interpretação e ajudam muito a enriquecer 
a escrita. É um veículo de transmissão de ideias e de análises
profundas. O aluno interage com a informação que é instantânea
de uma forma mais concentrada e mais qualificada.” 
(Secretária de Educação de Cruzeiro do Sul/PR: 
Silvelaine Lopes)






 “O uso do jornal impresso na sala de aula é uma recurso
didático importante, porquanto, dispõe de assuntos que 
permitem uma reflexão sobre acontecimentos do momento, 
expõe a vida real acontecendo, além de ser um meio de 
desenvolvimento da leitura, escrita e oralidade, contribuindo 
para o conhecimento social e cultural, proporcionando um 
maior entendimento da sociedade globalizada.” (Secretário 
de Educação de Flórida/PR: João Nivaldo da Silva)






 “Não há como desconsiderar as inúmeras vantagens do 
uso do jornal como material didático, pois este possibilita 
o acesso à cultura, à informação atualizada, além de que, 
formaliza uma leitura dinâmica, pois é um meio de 
comunicação com vários tipos de informações de diferentes
 gêneros textuais, cada qual com uma função específica, 
atendendo ao currículo escolar de uma maneira prazerosa
 e eficaz.” (Secretária da Educação de Atalaia/PR: Solange 
Cezani Ruffo)
Fonte: Blog O Diário na Escola

terça-feira, 27 de março de 2012

A Educação em tempos de Control C e Control V

Como o “copiar e colar” da internet interferem no aprendizado das crianças e adolescentes nas escolas? Quais são os prejuízos? Há benefícios?
João Luís de Almeida Machado


Nos anos 1970 e 1980 era comum que as famílias brasileiras fossem visitadas por vendedores de enciclopédias. Coleções de livros que traziam informações sobre todos os assuntos que interessavam aos pais e a seus filhos, neste caso, em especial para atender a trabalhos e pesquisas escolares. Barsa, Delta Larousse, Conhecer e tantas outras destas coleções ficaram bastante conhecidas e, além de presentes nas casas das pessoas, eram também encontradas em bibliotecas públicas e escolares.
A partir do momento em que uma tarefa escolar que exigia pesquisa era demandada pelos professores estes instrumentos do conhecimento eram logo acessados. Os alunos buscavam verbetes em suas páginas, liam o conteúdo, retiravam as ideias mais importantes - ou aproveitavam todo o conteúdo, e colocavam no papel. Dependendo do grau de maturidade dos alunos ou da série (ano escolar) em que se encontravam, muitos professores pediam que o conteúdo não fosse apenas uma cópia, mas sim uma seleção de informações que gerasse textos mais personalizados.
Nem todos os professores assim o faziam, é claro. Assim como, mesmo quando isso era pedido, muitos alunos, por motivos variados (preguiça, dificuldade, desorganização, por deixarem para a última hora...), ou não faziam ou quando realizavam esta releitura, a faziam apenas de modo acumprir tabela, ou seja, pró-forme. De qualquer modo, era esse o ensejo, o caminho, a trajetória percorrida por muitos estudantes daquelas décadas, guiados por suas enciclopédias.
Estes livros, por sinal, constituem um desejo humano tão antigo quanto a Bíblia e outros livros sagrados parecem expressar: A ideia de que nas páginas de uma publicação pudesse estar contida toda a sabedoria do mundo ou, pelo menos, a forma como nós conseguimos deduzir e interpretar tudo o que nos cerca. Arte, ciência, filosofia, matemática, literatura, música, história, educação, saúde e tudo o mais em forma de letras e imagens. Decodificado pela mente humana e colocado dentro de linguagem acessível que permita o acesso ao conhecimento a todos os mortais.
Este conceito veio a tomar forma e corpo, no modelo que conhecemos hoje, durante o movimento pré-revolucionário francês do século XVIII. Constitui uma das espinhas dorsais do Iluminismo ou Revolução das Luzes. Seus artífices foram os pensadores Denis Diderot e Jean D’Alembert que, no ensejo de legar a população de seu país (e do mundo) o direito legítimo de conhecer, de saber, de ter contato com a ciência, as artes e todas as áreas do conhecimento, produziram sua Enciclopédia. Atribuíram a alguns dos grandes nomes da época, como Voltaire e Rousseau, o compromisso de escrever alguns destes verbetes.
Na Era da Informação que estamos vivendo agora, com o advento da internet e outras tecnologias, as enciclopédias em papel parecem ter perdido o próprio sentido de existência. Há “organismos vivos” em gestação (em rede) que suprem, literalmente, a falta de todos aqueles livros. É possível, por exemplo, acessar a Wikipedia, atualizada diariamente em inúmeras línguas, e pesquisar dados sobre todos os assuntos de uma coleção como a Barsa e, ainda, encontrar muitos outros temas não abarcados em seus vários volumes.
Basicamente, no entanto, ainda que enriquecido por mídias como vídeos, podcasts, imagens e/ou infográficos, as enciclopédias digitais, ou mesmo as páginas resultantes de pesquisas em mecanismos de busca como o Google são apenas ferramentas, meios ou plataformas para se chegar à informação. Não são tão diferentes, portanto, dos livros e, de modo mais específico, as enciclopédias.
A relação das pessoas e, no caso, dos estudantes com a pesquisa em enciclopédias de papel ou em suas versões virtuais pode parecer, num primeiro momento, a mesma. O que faziam os estudantes da década de 1970 ao ler, selecionar trechos, reproduzir ou realizar uma releitura dos mesmos em suas produções para projetos e tarefas escolares não seria, neste sentido, o mesmo que hoje com a Wikipedia ou com o Google e seus resultados de busca. Será?
Na realidade, a ideia primordial é a mesma, ou seja, a da busca de informações para compor conhecimento, enriquecer saberes, realizar pontes inteligando conteúdos e leituras de sala de aula com novos autores, fatos e dados.
Há, no entanto, diferenças primordiais. Por exemplo, a leitura na internet tende a ser muito mais rápida e, assim sendo, menos criteriosa ou preocupada em entender as minúcias do texto, buscar suas conexões. A leitura, muitas vezes, pode até mesmo se restringir ao título, subtítulo e linhas iniciais, para saber se contempla a pesquisa demandada em sala de aula. É comum, em diferentes níveis de ensino, que os professores se defrontem com “trabalhos” supostamente de autoria de seus alunos nos quais há menções a outros estudantes, escolas e épocas...
A leitura criteriosa passa a ser, neste sentido, uma meta a ser atingida quando se propõe aos alunos pesquisas a serem realizadas na web e que venham a compor material para seus projetos. Isso pode ser atingido se os alunos são informados desde o princípio que, de algum modo, serão questionados quanto ao conteúdo do trabalho realizado, seja em aula ou em avaliações. É preciso que fique claro a todos os alunos que o professor leu (ou lerá) sua composição e que ela de algum modo poderá ser referenciada ou utilizada em questionamentos direcionados a ele ou a toda a turma.
A própria leitura do trabalho pelo professor, muitas vezes esmagado por uma grande carga de atividades a realizar em aula e também fora da escola, muitas vezes acaba fazendo com que sua correção seja rápida e que, com isso, não se percebam situações como reprodução de materiais da internet disfarçadas. O comprometimento do professor na correção dos trabalhos é uma forma muito eficaz de se combater esta ou qualquer outra ação indevida dos alunos. Sua leitura atenta e correção minuciosa permitem devolutivas plenas aos alunos e lhes transmite a ideia de que o docente está muito sintonizado, comprometido e engajado com o processo de ensino-aprendizagem que realiza e com a formação de seus pupilos.
Além da leitura com foco e condição de articulação em relação aos saberes trabalhados em aula, o trato da informação obtida no mundo virtual, ao ocorrer mecanicamente através do copiar e colar não oportuniza para o aluno a seleção de informações e, principalmente, a organização das ideias no papel.
A seleção de ideias é, muitas vezes, descartada ou substituída pela escolha aleatória de alguns trechos, com o intuito de compor a esperada tarefa que foi pedida. Isso quando não ocorre simplesmente a cópia e colagem de todo o material encontrado num site ou portal. O processo de escolha criteriosa de dados infere relacionar com o que foi estudado anteriormente, a leituras indicadas, a tarefas pedidas, a explanações do(s) docente(s) daquele ano ou de etapas anteriores do ensino. É, portanto, uma ação de racionalização, organização, construção e elaboração dos saberes e, como tal, não pode ser desprezada ou relegada a segundo plano.
Organizar as ideias no papel, por sua vez, é a parte do trabalho em que o estudante tem que dar aos recortes sobre as temáticas em estudo (trazidas pelas leituras, aulas e pesquisas on-line e off-line) a sua compreensão de todo este montante de dados. A isto trará, como contribuição e elemento de aglutinação o seu conhecimento de mundo, pautado em experiências e leituras que fez ao longo da vida e que lhe são próprias e únicas. Além disso, estará praticando a escrita, a organização das informações, enriquecendo o vocabulário e definindo a sua forma de escrever e de se comunicar através das letras.
Neste sentido, é praticamente um imperativo para o professor - ao pedir pesquisas, trabalhos ou qualquer tipo de projeto que demande levantamentos por parte dos alunos – que se estipulem metas além da simples busca de conteúdos. Os docentes precisam orientar o trabalho de pesquisa e almejar, além dos conteúdos adicionados, que também sejam atingidos objetivos como:
- Busca pelas melhores fontes;
- Utilização de mais de uma fonte;
- Uso de referências virtuais e também físicas;
- Leitura criteriosa e focada;
- Seleção das ideias mais importantes dos materiais pesquisados;
- Comparação/aproximação das ideias lidas com as aulas e materiais usados em sala de aula;
- Rascunho ou esboço do que irá escrever e levar para a aula;
- Enriquecimento do vocabulário e melhor conhecimento das regras gramaticais;
- Escolha de imagens, gráficos, tabelas ou outros materiais visuais que ajudem a tornar mais clara a ideia do projeto;
- Valorização de saberes que já possui quanto ao assunto (leituras e experiência de vida) e que possam ajudar a compor seu projeto;
- Desenvolvimento da escrita quanto às técnicas e também em busca de seu próprio estilo e forma de comunicar-se através das letras;
 Isso não significa dizer que não existam pontos positivos na pesquisa on-line, pelo contrário, sua agilidade e a disponibilização de base de dados e informações que vem de todo o mundo é um grande adendo para a educação. No entanto, o que não pode acontecer é o uso acrítico e inconsistente, ou seja, sem que o aluno pense seus procedimentos, os conteúdos por ele escolhidos e mesmo, que realize apenas um ato mecânico de copiar e colar para apenas atender uma demanda de seus professores... Neste sentido vale sempre destacar que a educação tem que ser, sempre, significativa para o aluno, ou seja, vinculada ao seu mundo, associada ao que ele vive ou viverá, sendo capaz, desta forma, de fazer com que tudo para ele no processo de ensino-aprendizagem seja realmente motivador e desafiador!

Folha 90 anos: Conheça a história por trás das 29.907 edições




História da Folha de São Paulo
Leia mais aqui: http://www1.folha.uol.com.br/folha90anos/877027-video-conheca-a-historia-por-..

Como se faz um jornal impresso - 2





Matéria da TV Paraná sobre como se faz um jornal impresso desde a pauta, a apuração e a impressão!

Como se faz um jornal impresso


Como se faz um jornal? Como é o fechamento de um jornal impresso? Que cadernos são fechados primeiro e vão para a impressão antes de todo os outros? O que fica por último? O que deve ter numa capa do jornal? Conheça as dicas de alguns profissionais do jornal O POVO, de Fortaleza/CE.


Informação do YouTube: Reportagem sobre o fechamento de uma edição do jornal O Povo/CE. Foram entrevistados: Erick Guimarães (jornalista), Giselle Dutra (jornalista), Pedro Marques (diagramador), Clóvis Holanda (jornalista), Chiquinho (gráfico) e Ana Rocha (contadora). Matéria do repórter Fábio Monteiro, exibida em 09/01/08, no programa Viva Fortaleza, da TV O Povo -- emissora afiliada à TV Cultura em Fortaleza, Ceará.

II Seminário Retratos da Leitura no Brasil acontece no dia 28 de março e apresenta os resultados da 3ª edição da pesquisa sobre o comportamento leitor

Maior e mais completo estudo dedicado a conhecer o perfil do leitor brasileiro, encomendado ao IBOPE Inteligência pelo Instituto Pró-Livro, será mostrado em Brasília.



No próximo dia 28 de março, o IPL – Instituto Pró-Livro divulga os resultados da 3ª edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, considerada o mais aprofundado estudo do mercado dedicado a conhecer o perfil do leitor brasileiro. No seminário realizado em Brasília, o levantamento será apresentado a autoridades, dirigentes, especialistas de órgãos de Educação e Cultura, entidades, estudiosos e formadores de opinião.

Para a presidente do IPL, Karine Pansa, o estudo “visa mostrar muito além do comportamento do leitor brasileiro, mas também promover reflexões e debates sobre os avanços e os impasses que os resultados revelarão”. Encomendado pela instituição junto ao IBOPE Inteligência, o encontro está marcado para as 13h15 na capital federal. “Esperamos que os cenários apresentados possam contribuir para a avaliação e a implementação de políticas públicas que melhorem os índices de leitura no Brasil”, destaca.

Dentre os aspectos levantados pela pesquisa Retrato da Leitura no Brasil, o seminário apresentará as percepções da leitura no imaginário coletivo, os perfis do leitor e do não leitor de livros e as preferências e motivações dos leitores, o que inclui os livros digitais e os canais e as formas de acesso ao livro, com destaque às bibliotecas públicas. Na apresentação, o Instituto Pró-Livro espera contar com as presenças dos Ministros da Educação e Cultura.

Metodologia

Com a visita a mais de cinco mil municípios brasileiros, o propósito da pesquisa é diagnosticar e medir o comportamento leitor e levantar junto aos entrevistados opiniões relacionadas à leitura. Para isso, foi utilizada a pesquisa quantitativa de opinião com aplicação de questionário estruturado por meio de entrevistas presenciais (com duração média de 60 minutos).

O desenvolvimento do estudo foi realizado sob a coordenação do Instituto Pró-Livro, com apoio da Abrelivros – Associação Brasileira de Editores de Livros Escolares, da CBL – Câmara Brasileira de Livros e do SNEL – Sindicato Nacional dos Editores de Livros e de especialistas convidados responsáveis pela análise dos dados coletados.

Sobre o Instituto Pró-Livro
Em meio a estudos e encontros para discutir os caminhos da leitura e do livro no país, representantes do Governo e de entidades do livro, firmaram em outubro de 2006 a criação do Instituto Pró-Livro (IPL). Com o papel de impulsionar as ações de melhoria do hábito de leitura do brasileiro e o acesso ao livro, o IPL tem como principal objetivo promover e incentivar ações para a reversão deste quadro. A associação de caráter privado e sem fins lucrativos conta com o apoio de três importantes entidades do mercado livreiro, a Câmara Brasileira do Livro (CBL), o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), e a Associação Brasileira de Editores de Livros (Abrelivros). 

Serviço
Seminário do Instituto Pró-Livro
Objetivo: apresentar a 3ª. Edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil Data e horário: dia 28 de março, das 13h15 às 18h15
Local: Centro de Convenções Brasil 21, em Brasília
Endereço: SHS Quadra 06, Lote 01, Conjunto A, Setor Hoteleiro Sul
Informações: www.prolivro.org.br

segunda-feira, 26 de março de 2012

Por uma ética 'hacker'

No mundo cada vez mais informatizado em que vivemos, saber lidar com a tecnologia de computação, mesmo que apenas como usuário, é um fator de extrema importância. Mas como fazer a inclusão digital – permitir que toda a população se torne fluente nessa nova linguagem? Respostas para essa questão são parte dos estudos do físico e educador Nelson De Luca Pretto, professor da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e coordenador do Grupo de pesquisa em Educação, Comunicação e Tecnologias (GEC). Ele também foi o co-organizador do livro Inclusão digital: uma polêmica contemporânea, lançado em dezembro último.

Pretto trabalha com uma definição mais ampla do tema. Nesta entrevista a Ciência Hoje, ele explica que inclusão digital não é apenas dar à população computador e conexão à internet; é fazer com que o indivíduo possa ter acesso a todos os elementos do mundo digital de maneira a tornar-se um produtor de cultura e não um mero consumidor. Por isso, ele e seu grupo defendem uma ética hacker. “Em essência, é uma ética que trabalha a partir dos princípios da colaboração, da horizontalidade e da descentralização”, explica. Pretto fala ainda das consequências de não se investir em inclusão digital, da situação do Brasil, de software livre e do seu projeto Tabuleiro Digital.

O QUE EFETIVAMENTE QUEREMOS QUANDO DISCUTIMOS INCLUSÃO DIGITAL
É QUE O CIDADÃO TENHA ACESSO A TODOS OS ELEMENTOS DO MUNDO DIGITAL
PARA FORTALECER A SUA DIMENSÃO DE PRODUTOR DE CULTURAS E CONHECIMENTOS,
E NÃO DE MERO CONSUMIDOR DE INFORMAÇÃO

Ciência Hoje - O que é inclusão digital? É simplesmente dar computadores e conexão à internet para as pessoas? 
Nelson Pretto - Existem duas grandes perspectivas sobre a inclusão digital. Uma é essa a qual você se referiu, que é colocar computadores e internet disponíveis para a população. É óbvio que isso, para nós, não se configura como uma política correta para esse fim – ela não é suficiente, apesar de ser um aspecto muito necessário. Precisamos entender o que se quer dizer com inclusão: incluir em quê? O que efetivamente queremos quando discutimos inclusão digital é que o cidadão tenha acesso a todos os elementos do mundo digital para fortalecer a sua dimensão de produtor de culturas e conhecimentos, e não de mero consumidor de informação. Esse é o foco central das pesquisas desenvolvidas pelo nosso grupo e, em particular, do segundo livro que acabamos de publicar.

CH - Como a inclusão digital se relaciona com a social? Ela é um veículo para a inclusão social ou as duas são apenas aspectos da mesma questão? 
NP - Elas estão absolutamente relacionadas. A inclusão digital é um fator de inclusão social, mas isso só será verdade se compreendermos a inclusão digital nessa perspectiva mais ampla que estamos defendendo. Por que os filhos das famílias privilegiadas socioeconomicamente participam da cibercultura e do mundo digital? Porque eles têm acesso à internet nos seus quartos, com banda larga de qualidade, serviço de suporte gratuito e liberdade de navegação para efetivamente se constituírem como membros daquilo que chamamos de geração ‘alt+tab’. Se eu tenho programas de inclusão digital na linha de telecentros e infocentros que não compreendam essa dimensão, estou criando uma política perversa que disponibiliza para os filhos das camadas mais populares máquinas ruins para dar aula de software proprietário [aqueles cuja cópia ou redistribuição depende da permissão do proprietário]. Essa dicotomia entre o acesso privilegiado e o mais restrito cria uma segunda exclusão mais grave ainda, pois dá a ideia de que a pessoa está imersa nesse universo cibercultural, mas, na verdade, ela é apenas um coadjuvante reproduzindo a pirâmide de desigualdade que vemos em todos os outros campos.

CH - E quais seriam as consequências para o país de não se investir nessa inclusão?
NP - Seriam graves. Por um lado, o sistema educacional não daria conta dos desafios contemporâneos, porque o mundo hoje está articulado por essas tecnologias digitais. Por outro lado, não se conseguiriam formar cidadãos plenos que pudessem participar do desenvolvimento científico, tecnológico e cultural do país. Estaríamos construindo uma nação onde os poucos privilegiados seriam os criadores e produto-
res de conhecimento, enquanto uma grande maioria seria apenas consumidora. Podemos ir mais longe e dizer que essa é a crise da universidade. Ela está excessivamente voltada para o mercado, que é volátil e está em plena transformação. Dados recentes liberados pelo programador australiano Reto Meier, chefe da equipe de desenvolvimento do sistema operacional Android, no Google, mostram que, em 2050, 95% do nosso conhecimento será novo. Ou seja, hoje só conhecemos 5% do que saberemos daqui a 40 anos. De onde virá
esse conhecimento novo? Dos países que investirem pesado em ciência e tecnologia, em educação e no fortalecimento da cultura.

HOJE SÓ CONHECEMOS 5% DO QUE SABEREMOS DAQUI A 40 ANOS.
DE ONDE VIRÁ ESSE CONHECIMENTO NOVO? DOS PAÍSES QUE INVESTIREM PESADOEM CIÊNCIA E TECNOLOGIA, EM EDUCAÇÃO E NO FORTALECIMENTO DA CULTURA

CH - Como está o Brasil nessa questão? 
NP - Ainda temos grandes desafios para enfrentar. Acho particularmente importante o Ministério das Comunicações ter criado uma secretaria específica para a inclusão digital e também acredito que o projeto Telecentros.BR avançou, pois articula todas as políticas públicas que estavam dispersas. Mas efetivamente progredimos muito pouco tanto do ponto de vista do Plano Nacional de Banda Larga quanto do marco regulatório da internet. Essa discussão é importante e precisamos urgentemente da aprovação do marco regulatório. Entre outros aspectos, esse marco regulatório deve garantir a neutralidade da rede e a liberdade de navegação, que tem sido profundamente ameaçada. Essa ameaça tem
ocorrido não só no Brasil, com o chamado ‘AI-5 digital’ – legislação proposta pelo senador Eduardo Azeredo para regular a internet – como também no mundo, por causa dos grandes projetos de lei internacionais, como o Sopa [sigla em inglês para a lei Pare com a Pira-
taria On-line] e o Pipa [sigla em inglês para a lei Proteja a Propriedade Intelectual], que visam estabelecer um controle forte da propriedade intelectual.

CH - E o que precisaria mudar nesses projetos para se tornarem mais eficazes? 
NP - Além dos aspectos jurídicos já mencionados, precisamos de banda larga de qualidade, de uma infraestrutura pública nacional que garanta o acesso de todos. Não é possível pensar em uma política de conectividade que não garanta para as pessoas uma conexão de banda larga com velocidade decente. E, mais do que tudo, sem limitação de tempo de navegação ou de volume de arquivos baixados. Não adianta uma escola ter uma conexão de 512 kilobits/segundo, ou mesmo 1 megabit/segundo, se ela tem centenas de computadores portáteis na mão dos alunos e não é possível conectar nem 30 deles de uma vez, porque senão ninguém consegue fazer coisa alguma. Além da garantia da capilaridade da conectividade, temos que trabalhar de maneira forte a ideia da qualidade e da garantia da qualidade do serviço oferecido pelas operadoras privadas. Esse é o maior nó do Plano Nacional de Banda Larga.
Do ponto de vista do marco regulatório, ele tem que garantir o acesso pleno e a não criminalização de tudo na internet. Sem isso, fica impossível pensar em uma perspectiva de inclusão digital que não seja meramente a de distribuição de informação. Essas restrições seriam a grande bandeira – embora ninguém a assuma – de uma política de inclusão que apenas botasse computador e internet nas escolas. Você se conectaria aos grandes portais, que distribuiriam as informações. É aquilo que eu e o [professor da Faculdade de Comunicação da UFBA] André Lemos chamamos de ‘portais-currais’. Traz-se a lógica da comunicação de massa para um novo meio, a internet, que é, por natureza, extremamente capilarizado, descentralizado e horizontal. Os meios de comunicação de massa, materializados essencialmente pelo sistema de televisão, são uma rede que funciona a partir de grandes centros distribuidores para centros consumidores espalhados no Brasil e mundo afora.
Já, na internet, o sistema é articulado por nós, em um nível horizontal, em que a comunicação é muito mais democrática.

Leia a entrevista completa acessando o link: http://cienciahoje.uol.com.br/revista-ch/2012/290/pdf_aberto/entrevista290.pdf 

Jornal, coisa de criança

Projeto de incentivo à leitura promove a cidadania entre crianças e jovens paranaenses
“Jornal é coisa de adulto”. Levante a mão quem já não ouviu essa frase de um aluno! Mas essa realidade certamente não é a mesma das escolas que participam do Ler e Pensar 
 – e longe disso. O projeto, realizado pela Gazeta do Povo e pelo Instituto GRPCom, tem como ferramenta principal o uso da mídia impressa no incentivo à leitura e desenvolvimento da cidadania. Há doze anos mobiliza professores e alunos da rede pública e particular de escolas paranaenses, do Ensino Fundamental ao Médio.
Na Escola Municipal Pedro Biscaia, em Araucária, o projeto chegou nesse ano, e graças ao patrocínio da Petrobras, os professores recebem edições diariamente. Edipe Lopes Santana, coordenadora pedagógica, conta com entusiasmo como já é sensível a mudança no comportamento dos jovens em menos de um mês de participação. “Nos 4º e 5º anos, em que os alunos têm mais autonomia, o jornal já integrou o cotidiano. Eles leem mesmo, discutem por própria iniciativa e escolhem as notícias que querem estudar.”
Desde o início de março, a equipe da escola criou o “Cantinho da Leitura”. Em um local de grande circulação, acomodam edições do jornal do dia, para que todos na escola possam ter acesso às notícias. Ao lado, instalaram um mural, onde as crianças expõem as matérias pelas quais mais se interessam.
“O jornal está sendo utilizado em todos os anos e a cada dia da semana é a vez de um professor associar notícia e conteúdo escolar. Já estudamos linguagem com a nota sobre curso de mandarim, abordamos sustentabilidade com o auxílio da reportagem do dia internacional da água... As formas de utilização do jornal em sala de aula são infinitas!”, afirma Edipe.
Educomunicação
Segundo Ana Gabriela Borges, mestre em educação pela UFPR e coordenadora no Instituto GRPCom, um trabalho completo em 
educomunicação pode contemplar três abordagens. A primeira, chamada de educação com a mídia, prevê o uso dos meios de comunicação como recursos didáticos, ou como pretextos para ensinar os conteúdos escolares. A segunda, educação para a mídia, prevê uma preparação uma leitura mais ampla e crítica do é veiculado nos meios de comunicação, conhecendo os meios e suas características, linguagens e formas de produção. A terceira e última, chamada de educação pela mídia, prevê a atuação dos alunos como protagonistas das mídias. É uma forma de se trabalhar a expressão dos alunos, criando um jornal falado, um vídeo caseiro ou uma rádio escolar, de forma que os alunos sintam-se produtores e não apenas consumidores de informação.
Um município inteiro
Em 2012, todas as escolas municipais e estaduais de Araucária ingressaram no projeto Ler e Pensar graças ao patrocínio da Petrobras, e em parceria com as Secretarias Municipal e Estadual de Educação, por meio do programa Petrobras Desenvolvimento & Cidadania. Com a iniciativa, mais de 27 mil alunos e 1.560 professores são beneficiados pelo projeto.
Fonte: Artigo publicado no Blog Educação & Mídia do jornal Gazeta do Povo e Instituto GRPCOM
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