A atividade terá como intuito fornecer ao público fundamentos básicos de como olhar uma fotografia. Como entender a temática? Como interpretar a luz? Enfim, como trazer a fotografia para dentro da sala de aula e da realidade do jovem. Para isso, as duas fotógrafas vão falar dos fundamentos básicos da fotografia, de como ler uma imagem. A atividade será realizada na exposição da Coleção de Fotografia Contemporânea do Tomie Ohtake, para que o usuário possa conferir, na prática, exemplos de como a fotografia pode assumir mais do que um papel ilustrativo e de fato tomar parte na aquisição de conhecimento.
ROTEIRO
Existem diversas maneiras de ver uma exposição e cada indivíduo tem uma forma de
análise e crítica, que varia de acordo com a sua bagagem cultural. Mas nós aqui
iremos sugerir uma forma de observação em grupo, baseada em quatro passos entre observação e análise.
1º. Passo. Observação geral:
Em um primeiro momento convidamos a uma observação geral, de caráter
sinestésico, ou seja, quais as sensações produzidas pela obra. Estas sensações têm
a ver com aspectos como cor, luz, composição, simetria. Na obra cabeça #22 do
autor Philip-Lorca Dicordia, presenta nesta exposição, por exemplo, temos uma tela
quase que completamente negra que pode causar sensações diversas no espectador,
como força, tristeza, luto... Já as fotos em preto e branco costumam trazer uma certa
nostalgia. No entanto, na foto de Helena Almeida, esta nostalgia é quebrada por uma
simples intervenção em tinta acrílica vermelha. Tentar “sentir” a obra nos aproxima do autor e é uma maneira interessante de tentar compreender a ideia ali expressa.
2º. Passo. Observação detalhada:
Após concluída esta observação geral é interessante fazer uma observação mais
detalhada, analisando os objetos, personagens, o ambiente. A observação dos
signos nos traz informações, que somadas à bagagem do interlocutor, podem ser
decodificadas de diferentes formas. Tivemos uma experiência interessante sobre a
foto Seduzir de Helena de Almeida. Foi unânime a opinião de que se tratava de uma
foto de uma mulher de status, mas um elemento trazido por uma das observadoras
confirmou esta sensação. O vermelho nos pés da modelo pode remeter aos sapatos
da grife francesa Christian Louboutin, que patenteou esta marca de solados
vermelhos. Esta grife traz status a quem a veste. A modelo está de costa, não tem
rosto, nem identidade, mas tem status e, em determinados meios, isto é o que realmente importa.
3º. Unindo elementos extras:
Insistir na observação. E verbalizar as sensações no grupo
Em um terceiro momento podemos unir nossas interpretações às informações
fornecidas pelo autor, como materiais utilizados, data, localização e até mesmo o
processo de execução da obra. Na obra intitulada Cabeça # 22, conseguimos
compreender o nome da obra após saber como a foto foi elaborada. Esta fotografia de
Philip-Lorca faz parte de uma série de retratos em que o personagem não sabe que
está sendo fotografado, sem esta interlocução o personagem passa a não ter identidade, sendo discriminado por um número.
Falando em processo uma obra que interessante de ser analisada pelo seu processo
de execução é a desastre de chocolate de Vik Muniz. Vik Muniz é conhecido por
compor suas obras utilizando alimentos, por este motivo, a fotografia se tornou
ferramenta essencial para sua obra. Nesta obra apresentada, temos todo o processo de criação, do branco ao “negro”, do nada ao nada.
A obra ¨Cambien pour ce chapeau? (1987)¨ é composta por três fotos iguais, porém com diferentes legendas, que agregam informações distintas a este conjunto.
Se separarmos e mostrarmos as fotos isoladas, uma para cada grupo, cada foto com
uma legenda produziria diferentes percepções da mesma imagem. Esse é resultado
produzido por uma informação agregada, como é o caso de uma legenda, data, local ou mesmo o nome da obra.
4º. Passo descrição oral e/ou escrita
Sugerimos que a cada obra observada seja feita uma descrição. Percebemos que a
cada passo a interpretação sobre a imagem sofre alteração a medida em que
acrescentamos elementos para a análise. Esta descrição oral em grupo faz com que
troquemos pontos de vistas. Como já falamos, cada indivíduo faz a sua análise de
acordo com suas experiências, vivências, bagagem cultural, etc. Então, ao trocarmos
estas análises pessoais, agregamos elementos em que não havíamos reparado ou
decodificado da mesma maneira. E mais uma vez nossa interpretação pode ser
alterada pela visão do outro.
Fonte/ Veja os comentários sobre essa atividade em: http://encuentro2011.educared.org/group/usando-affotografia-na-sala-de-aula
análise e crítica, que varia de acordo com a sua bagagem cultural. Mas nós aqui
iremos sugerir uma forma de observação em grupo, baseada em quatro passos entre observação e análise.
1º. Passo. Observação geral:
Em um primeiro momento convidamos a uma observação geral, de caráter
sinestésico, ou seja, quais as sensações produzidas pela obra. Estas sensações têm
a ver com aspectos como cor, luz, composição, simetria. Na obra cabeça #22 do
autor Philip-Lorca Dicordia, presenta nesta exposição, por exemplo, temos uma tela
quase que completamente negra que pode causar sensações diversas no espectador,
como força, tristeza, luto... Já as fotos em preto e branco costumam trazer uma certa
nostalgia. No entanto, na foto de Helena Almeida, esta nostalgia é quebrada por uma
simples intervenção em tinta acrílica vermelha. Tentar “sentir” a obra nos aproxima do autor e é uma maneira interessante de tentar compreender a ideia ali expressa.
2º. Passo. Observação detalhada:
Após concluída esta observação geral é interessante fazer uma observação mais
detalhada, analisando os objetos, personagens, o ambiente. A observação dos
signos nos traz informações, que somadas à bagagem do interlocutor, podem ser
decodificadas de diferentes formas. Tivemos uma experiência interessante sobre a
foto Seduzir de Helena de Almeida. Foi unânime a opinião de que se tratava de uma
foto de uma mulher de status, mas um elemento trazido por uma das observadoras
confirmou esta sensação. O vermelho nos pés da modelo pode remeter aos sapatos
da grife francesa Christian Louboutin, que patenteou esta marca de solados
vermelhos. Esta grife traz status a quem a veste. A modelo está de costa, não tem
rosto, nem identidade, mas tem status e, em determinados meios, isto é o que realmente importa.
3º. Unindo elementos extras:
Insistir na observação. E verbalizar as sensações no grupo
Em um terceiro momento podemos unir nossas interpretações às informações
fornecidas pelo autor, como materiais utilizados, data, localização e até mesmo o
processo de execução da obra. Na obra intitulada Cabeça # 22, conseguimos
compreender o nome da obra após saber como a foto foi elaborada. Esta fotografia de
Philip-Lorca faz parte de uma série de retratos em que o personagem não sabe que
está sendo fotografado, sem esta interlocução o personagem passa a não ter identidade, sendo discriminado por um número.
Falando em processo uma obra que interessante de ser analisada pelo seu processo
de execução é a desastre de chocolate de Vik Muniz. Vik Muniz é conhecido por
compor suas obras utilizando alimentos, por este motivo, a fotografia se tornou
ferramenta essencial para sua obra. Nesta obra apresentada, temos todo o processo de criação, do branco ao “negro”, do nada ao nada.
A obra ¨Cambien pour ce chapeau? (1987)¨ é composta por três fotos iguais, porém com diferentes legendas, que agregam informações distintas a este conjunto.
Se separarmos e mostrarmos as fotos isoladas, uma para cada grupo, cada foto com
uma legenda produziria diferentes percepções da mesma imagem. Esse é resultado
produzido por uma informação agregada, como é o caso de uma legenda, data, local ou mesmo o nome da obra.
4º. Passo descrição oral e/ou escrita
Sugerimos que a cada obra observada seja feita uma descrição. Percebemos que a
cada passo a interpretação sobre a imagem sofre alteração a medida em que
acrescentamos elementos para a análise. Esta descrição oral em grupo faz com que
troquemos pontos de vistas. Como já falamos, cada indivíduo faz a sua análise de
acordo com suas experiências, vivências, bagagem cultural, etc. Então, ao trocarmos
estas análises pessoais, agregamos elementos em que não havíamos reparado ou
decodificado da mesma maneira. E mais uma vez nossa interpretação pode ser
alterada pela visão do outro.
Fonte/ Veja os comentários sobre essa atividade em: http://encuentro2011.educared.org/group/usando-affotografia-na-sala-de-aula
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