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quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Jornais ajudam adultos a realizar o sonho de ler

8 de Setembro - Dia Internacional da Alfabetização
Jornais brasileiros mobilizados pelo tema. Veja abaixo matéria publicada no jornal A Gazeta, de Vitória/ES.

Celeste, Marlene e Jaci Silva são alunas de alfabetização do professor Wesley. "Eles podem não ter acesso a 
livros, mas têm o jornal. Não leem, mas gostam de manuseá-lo", diz Wesley
Os jornais que iriam para a reciclagem ganharam nova vida na sala de aula do professor Wesley Alexandre da Silva. Lá, jovens e adultos que estão sendo alfabetizados passaram a utilizar as edições de A GAZETA  e do Notícia Agora como instrumento de aprendizagem. 

O pequeno grupo tem 17 pessoas, com idades que variam de 17 a 76 anos. Sua luta para aprender a ler e escrever é um exemplo no Dia Mundial da Alfabetização. Querem deixar para trás uma triste estatística do último censo: a existência de 219 mil analfabetos no Estado.

O projeto do professor Wesley - "Da redação para a alfabetização" - teve início quando ele percebeu a identificação de seus alunos com os jornais. "Eles podem não ter acesso a livros, mas têm o jornal. Não leem, mas gostam de manusear", relata.

TarefaTodos os dias, Wesley escolhe um tema e discute as notícias com os alunos. Segundo o professor, é o momento em que identificam os assuntos que são importantes, quem são os personagens do Brasil e do mundo e as histórias parecidas com as vividas por cada um deles. "A alfabetização de adultos não parte do zero, mas da vivência de cada um", assinala o educador.

Ele conta que em sua sala há o jovem que quer melhorar de vida, o homem que quer crescer no mercado de trabalho e as senhoras que desejam ler a bíblia, como Celeste Rodrigues. Aos 76 anos, ela não abre mão de realizar seu sonho. "Já estou lendo algumas palavras", comemora.

São essas metas que ajudam o grupo a superar as dificuldades diárias. "Nessa fase da vida, há o cansaço após um dia de trabalho, a idade, a memória que já não ajuda muito e até a mão que nem sempre segura o lápis."

Oportunidade

Os que conseguem concluir o curso ainda vão conquistar uma alfabetização digital, aprendendo a abrir uma conta de e-mail, salvar um documento e conhecer alguns programas.

A oportunidade é oferecida com o curso "São João na ponta do lápis", parte de um programa da Faesa para alunos da região de Gurigica. Além do material didático, com aulas de segunda a quinta, eles têm atendimento médico.

Excluídos
219 mil analfabetos: Essa é a quantidade de pessoas que não sabem ler, no Estado. Dessas, cerca de 100 mil têm mais de 60 anos.

7.115 alunos: É o número de adultos que serão alfabetizados neste ano no Estado.

Campanha contra o analfabetismo
A Associação Nacional de Jornais (ANJ) lança hoje uma campanha por um país onde todos saibam ler e escrever. O objetivo é estimular a luta contra o analfabetismo e assegurar aos brasileiros um direito de todos os cidadãos: a educação. Cristiane Barreto, coordenadora executiva do Programa Jornal e Educação da ANJ, diz que os jornais sempre tiveram presentes nos processos de alfabetização. "Sempre fomos parceiros da educação."

Estado quer atrair 60% dos analfabetos para a sala de aula 

O número de pessoas que não sabe ler ou escrever do Estado já é bem maior do que o de São Paulo e do Rio de Janeiro. E essa é uma realidade que o governo do Espírito Santo pretende mudar a partir do próximo ano, com a meta de inclusão nos programas de alfabetização.

De acordo com Márcia Pacheco, gerente de Educação de Jovens e Adultos da Secretaria Estadual de Educação (Sedu), o objetivo é atrair pelo menos 60% dos 219 mil analfabetos capixabas a partir de 2012. "Será nossa prioridade", assinala.

Neste ano estão sendo alfabetizados 7.115 alunos, em 427 cursos oferecidos em igrejas, associações, centros comunitários, entre outros espaços próximos às comunidades. São cursos que levam cerca de dez meses.

Esse tipo de ensino, segundo Márcia, leva em consideração a experiência de vida que os alunos já possuem. "O método é adequado para que o aluno tenha motivação para aprender", pontua.

Outros 40 mil estudantes que conseguiram romper a barreira do analfabetismo estão matriculados em escolas regulares da Educação de Jovens e Adultos, onde vão poder
 dar continuidade à escolarização até o ensino médio.
Fonte: A Gazeta/ES Foto: Gabriel Lordêllo

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