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quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Campanha do Programa Jornal e Educação/ Associação Nacional de Jornais pelo Dia Internacional da Alfabetização é destaque em jornal de Brasília


O Jornal da Comunidade, veículo semanal de Brasília/DF, publicou matéria sobre o Dia Internacional da Alfabetização e a ação da Associação Nacional de Jornais, a partir do Programa Jornal e Educação, de lembrar a data em seus jornais associados. Veja abaixo matéria publicada no final de semana (3 e 4/09).

Brasília contra o analfabetismo

O Dia Internacional da Alfabetização é comemorado no próximo dia 8 de setembro. A capital do país celebra os menores índices de analfabetismo do Brasil e cria propostas para diminuir ainda mais desse dado. Professores se realizam por introduzir as crianças no mundo das letras. (Texto: Maycon Fidalgo/ Foto: Rúbio Guimarães)

Com a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, os professores das séries iniciais começaram a ter uma formação sólida para alfabetizar as crianças


O analfabetismo no Brasil supera a média da América Latina – os brasileiros com mais de 15 anos são analfabetos e correspondem a 9,6% da população. O dado do Anuário Estatístico de 2010 da Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal) aponta para um atraso do sistema educacional brasileiro em relação aos de países vizinhos, como Uruguai, que possui 1,7% como taxa de analfabetismo; a Argentina aponta para 2,4% e o Chile para 2,95%.


No próximo dia 8 comemora-se o dia internacional da alfabetização. A data foi criada pela Organização das Nações Unidas (ONU), através da Organização das Nações Unidas para a Educação,  Ciência e a Cultura (Unesco), objetivando combater o analfabetismo mundial.


Em Brasília, a data é comemorada com o desenvolvimento de vários projetos que tentam reverter o quadro.


Os índices de analfabetismo no Distrito Federal são os menores do país. O percentual é de 3,25% e se iguala à Bósnia e Herzegovina. Em comemoração ao dia, Eliane Perdigão, a consultora de educação do colégio Le Petit Galois, destaca a satisfação dos professores ao alfabetizar uma criança: “O profissional de educação nunca desiste de alfabetizar. Temos de comemorar a possibilidade de fazer com que, mesmo com todas as adversidades, a criança ‘letrada’ seja capacitada para decifrar o mundo”.


Para Eliane, que acompanha os desafios da educação há 36 anos, a partir do momento em que a pessoa é capaz de decodificar um texto, ela desvenda o mundo: “Proporcionar ao outro a possibilidade de ver amplamente o mundo é um ato reflexivo”.


A figura do professor no desenvolvimento educacional da criança é essencial. A alfabetização e todo o processo de formação da pessoa determinam muitos aspectos de sua vida. Por experiência própria, Eliane lembra como se envolveu na questão da importância de saber ler e escrever: “Assim que me formei, por estimulação de um professor de logística, me vi envolvida na alfabetização”, lembra a consultora.


Há pouco tempo, o país não exigia formação profissional dos professores. A diretora de ensino fundamental da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (SE-DF), Kátia Franca, comenta que, com o surgimento da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), os professores de séries iniciais começaram a ter uma formação sólida. Através de uma criteriosa leitura do Brasil, ela reflete que, hoje, dificilmente se vê professores sem formação superior. “Desde o movimento de 1996, com a criação da LDB, o Brasil tem colocado o professor na universidade e na educação continuada. Isso é um processo facilitador”, comenta Franca.


A consultora educacional do colégio Le Petit Galois diz que, para ter uma evolução no processo de alfabetização no DF, o incentivo da família assume papel principal: “Que tipo de qualidade o Brasil quer ter? A partir deste questionamento, o profissional de educação teria mais reconhecimento e incentivo”. Eliane aponta para a importância do incentivo e estímulo dos filhos pela família: “O incentivo teria que ter o mesmo peso que a escolaridade. Os pais deveriam ter mais acesso às escolas ou até mesmo a cursos de capacitação para perceber a importância de manter o filho dentro das escolas”, sugere.


“Esta não seria apenas uma política para o profissional de educação, mas sim sociocultural por envolver empresas e segmentos de apoio à educação e à cultura no país”, completa a consultora.
Para Katia, a partir do momento que o Brasil investir na área de educação, o pensamento acerca da alfabetização mudará. “Com o investimento, você muda a lógica. O ideal seria ter uma fatia significante do PIB aplicada na educação. A educação é de fato para todos. Da escola pública à iniciativa privada – todos têm que ser atingidos”, destaca.

Pressuposto de uma sociedade mais justa

Ricardo Pedreira, diretor da ANJ, diz que os
 jornais são instrumentos fundamentais
para formação de cidadãos com visão crítica

A Associação Nacional de Jornais (ANJ) comemora o dia mundial da alfabetização propondo aos jornais associados a elaboração de anúncios e matérias sobre o dia e o papel do jornal na formação educacional e alfabetização. 



O diretor executivo da ANJ, Ricardo Pedreira, considera a alfabetização e a educação pressupostos para a construção de uma sociedade mais justa, na qual todos possam lutar para alcançar as oportunidades. “Jornais são instrumentos fundamentais para a formação de cidadãos com uma visão crítica e atuante da sociedade. Portanto, é absolutamente coerente que os jornais e a ANJ estejam ao lado de todo e qualquer esforço pela alfabetização”, detalha. “Cidadãos alfabetizados, que leiam livros e jornais, que se informem, são tudo de que precisa o nosso país”, observa.


O programa Jornal e Educação da ANJ foi criado em 1992 e compreende a importância e a responsabilidade dos jornais na formação de leitores. A coordenadora-executiva do programa Jornal e Educação, Cristiane Parente, orgulha-se do crescimento de novas propostas e de programas espalhados pelo Brasil. “Hoje temos cerca de 60 programas espalhados que trabalham mobilizados e em parceria com educadores, ONGs, asilos e até presídios para a formação de leitores-autores mais autônomos e cidadãos”.

Avaliação do programa
Implantado em 2005  em 52 escolas brasileiras, o Bloco Inicial de Alfabetização (BIA) é uma das medidas consideradas fundamentais para a incorporação das crianças de seis a oito anos de idade ao ensino fundamental. A iniciativa da Secretaria de Educação do Distrito Federal visa à promoção da aprendizagem de alunos e professores e o desenvolvimento da escola através de novos métodos de ensino.


“Trabalhamos com alunos de seis, sete ou oito anos de idade. O projeto é uma política pública do Distrito Federal e atua na concepção de continuidade e no círculo de alfabetização em três períodos”, explica Kátia Franca, diretora de ensino fundamental da Secretaria de Educação do DF.


A avaliação central do programa é feita em ciclos. A forma tradicional de análise do ensino do aluno – de aprovar ou reprovar – dá lugar a um novo processo de organização do trabalho pedagógico.
“Dentro dos blocos, temos articuladores do Centro de Referência à Alfabetização (CRA). Desse modo, trabalhamos especificamente para atender a alunos que apresentam dificuldades”, afirma Kátia Franca.


Os articuladores se reúnem de 15 em 15 dias para discorrer sobre o trabalho realizado. Desse modo, “não se tem só uma ação, temos um conjunto que determina as políticas dos anos iniciais”, especifica a diretora de ensino fundamental.


Nas reuniões, a equipe de articuladores reflete acerca da compreensão e do processo de construção do pensamento da criança em relação à aprendizagem da leitura e da escrita. O resultado incide na possibilidade de reconstrução de estratégias de intervenção dos professores como mediadores de um processo de alfabetização.

Fonte: Jornal da Comunidade (Brasília/DF)

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