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quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Especialistas defendem uso de recursos educacionais abertos


Crédito:REA BrasilCredito:REA Brasil
A materialização dos REAs nas escolas brasileiras ainda depende de investimentos, mas será um caminho sem volta, na opinião de Débora Sebriam, da comunidade REA Brasil
A segunda reportagem da série Gerações Digitais, publicada pelo Instituto Claro (www.institutoclaro.org.br), aborda o conceito de Educação Aberta e os Recursos Educacionais Abertos (REAs), novas práticas educacionais, surgidas na última década junto com as tecnologias digitais, que vêm promovendo grandes mudanças na forma como as pessoas se informam e aprendem. Dentro desse cenário há menos de dez anos, a educadora especializada em tecnologias digitais, Débora Sebriam, ressalta que as pessoas passaram a produzir mais conteúdos e conhecimentos de forma colaborativa, e uma das formas de trabalhar o espírito colaborativo da cultura digital em sala de aula, tanto no que diz respeito aos recursos quanto à metodologia de utilização, é através do REA, ou seja, fazendo uso de ferramentas que estão em domínio público, ou licenciadas de maneira aberta, e que podem ser utilizadas e/ou remixadas por terceiros.

Débora lembra que este movimento chegou ao Brasil em 2008. Hoje, já existe uma comunidade que apóia projetos de disponibilização e produção de recursos abertos. No entanto, é preciso destacar que os REAs, sozinhos, não fazem a diferença. Para o pesquisador do Núcleo de Informática Aplicada à Educação (Nied/Unicamp) e coordenador do grupo de trabalho Educação Aberta, Tel Amiel, o que importa são as práticas que podem ser modificadas em sala de aula e para além dela. “Os REAs são uma maneira de professor e aluno pensarem questões que a cultura digital impõe”, afirma.

Para o doutor em educação e tecnologia e professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Nelson Pretto, “se pensarmos no formato tradicional das escolas, que só transmitem educação, as tecnologias digitais são mais efetivas. Educação, porém, não é isso, não é transmissão de informação”, alerta. Para Pretto, que possui um histórico de atuação com tecnologias no ensino anterior à web 2.0, as novas gerações se manifestam e produzem conhecimentos de maneira diferente. “A escola precisa se modificar. O esforço que tem que ser feito agora é o de transformá-la em um ecossistema pedagógico de produção de cultura e conhecimento. Para isso, é preciso uma mudança de currículo”, afirma Pretto.

Débora ainda lembra que o ‘copiar e colar’ é uma prática anterior ao mundo online. “As pessoas copiavam coisas da Enciclopédia Barça, por exemplo. A questão é: com vários trabalhos copiados e colados, sem citações de fonte, o professor precisa propor releituras e reflexões. O que se impõe é uma questão metodológica”, afirma.
A série Gerações Digitais vai ao ar a cada duas semanas e pretende registrar a trajetória das tecnologias digitais na educação nas últimas décadas. 

Evento
UniBrasil e Projeto REA Brasil promovem seminário em Curitiba 
Começou nesta segunda-feira (24) e termina hoje a ‘Semana de Estudos Interdisciplinares sobre Recursos Educacionais Abertos’ que está acontecendo no campus da UniBrasil, em Curitiba. O evento é uma parceria entre a universidade e o Instituto Educadigital, organizado pelo Projeto REA Brasil. Na noite de hoje, a partir das 19 horas, Awdrey Miquelin, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), irá falar sobre ‘O papel do conhecimento tecnológico e a prática educacional em sala de aula’. Na sequência, o professor Antônio Marques, da Secretaria do Estado do Paraná, encerra a Semana com a palestra ‘Educação, tecnologia e software livre’. O Seminário é aberto à população e a entrada é franca.

REA
Recursos Educacionais Abertos são materiais de ensino, aprendizado e pesquisa em qualquer suporte ou mídia, que estão sob domínio público, ou licenciados de maneira aberta, permitindo que sejam utilizados ou adaptados por terceiros. Não se trata somente de conteúdo digital; livros e outros materiais impressos também podem ser recursos educacionais abertos.

Fonte: Jornal da Manhã 26/09/2012

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