CRESCER: Por que os jogos e as brincadeiras em família são tão legais?
Hilda Sarti: Porque eles são uma forma de comunicação universal. Quando pais e filhos se reúnem para se divertir, eles estão fortalecendo os laços de afeto, o diálogo e trabalhando o conceito de respeito também. Respeito ao outro e às regras necessárias para jogar e também viver em grupo. Quando os pais se esforçam para garantir tempo e espaço para brincar com os filhos, eles estão contribuindo na formação de uma sociedade melhor.
C: Jogos como o da memória, o dominó e o quebra-cabeça podem ser apresentados às crianças de qual idade? Quais são os benefícios dessas atividades?
H.S.: Em geral, a partir de 1 ano de idade, essas brincadeiras são altamente recomendadas! Elas desenvolvem o raciocínio, a memória, os sentidos, a coordenação motora... Também auxiliam na fala, já que é preciso se comunicar enquanto se joga. Com o tempo, a complexidade pode ir aumentando. Propor novos desafios aos pequenos faz com que eles se desenvolvam, fiquem ainda mais espertos... Não esquecendo que é fundamental ter bom senso, ou seja, os desafios devem ser apropriados. Os pais precisam levar em conta as características do filho e o seu repertório. Cada criança é única. Devemos respeitar o ritmo de desenvolvimento e os interesses dela.
C: As regras dos jogos podem ser adaptadas?
H.S.: Podem, sim. Se os pais entenderem que um jogo é muito difícil, podem simplificar as regras e depois, com o tempo, acrescentar novos desafios. Aliás, é possível ainda criar novas regras, inventando novas maneiras de jogar. Outra possibilidade é criar novas brincadeiras. As peças de um dominó podem servir para construir "prédios", você também pode mostrar o "efeito dominó", em que cada peça derruba a seguinte... O importante é que os pais soltem a imaginação. Isso também vai estimular as crianças a fazer o mesmo!
C: Como explicar às crianças que nem sempre se ganha na disputa?
H.S.: Bem... quanto mais nova a criança, mais difícil será para ela aceitar a derrota no jogo. De qualquer forma, sempre dá para dizer que ela vai ter outra chance e, da próxima vez, ela poderá ganhar. O importante é ter paciência, explicar que ganhar ou perder faz parte do jogo, e repetir isso quantas vezes forem necessárias.
C: Se o filho não quiser mais jogar porque perdeu, os pais devem insistir?
H.S.: É normal algumas crianças desistirem de brincar porque não aceitam a perda. Forçar o jogo não é o caso. Afinal, as brincadeiras devem ser prazerosas! Mas é preciso novamente explicar que nem sempre a gente ganha. Na vida, é assim também... Essa é uma oportunidade de ensinar seu filho a lidar com as frustrações em geral. Nem sempre as vontades dele serão atendidas. Os pais não devem ter receio de dizer não aos filhos quando for necessário. Mas isso deve ser feito com muito diálogo, paciência e respeito mútuo.
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