A resposta para a pergunta do título seria “estereotipado”, segundo Jô Levy, professora do curso de comunicação social (habilitação em audiovisual) da Universidade Estadual de Goiás (UEG) e coordenadora pedagógica do projeto Telinha de Cinema.
Jô pesquisou 567 telenovelas produzidas de 1951 a 2006. 31 apresentaram personagens professores. O estudo deu origem à dissertação de mestrado “O professor como personagem na telenovela: identidade docente e interação com a imagem da TV”, defendida na Universidade Federal de Goiás. Foram sete categorias de professores classificados pela pesquisadora: atrapalhado, arcaico, objeto de desejo, a pura e a casta, o show men, os malditos e os heróis e heroínas.
A RevistaPontocom entrevistou Jô Levy e trouxe novos olhares sobre como a educação – em especial o professor – é tratada pela Tv. O blog O Diário na Escola separou alguns trechos da entrevista para seus leitores (abaixo). Para ler a entrevista na íntegra, no site da RevistaPontoCom, acesse aqui!
revistapontocom – Que tipo de professores encontramos na teledramaturgia brasileira?
Jô Levy – Uma galeria de tipos. Especificamente nas telenovelas, de forma mais recorrente observo sete tipos: o atrapalhado, o arcaico, o objeto de desejo, a pura e casta, o show men, os malditos e os heróis e heroínas. Cheguei a esta classificação fazendo um levantamento num universo de 567 telenovelas brasileiras, produzidas desde 1951, quando foi ao ar a primeira, até 2006, ano da pesquisa de mestrado que realizei pela Universidade Federal de Goiás. A presença desses tipos confirma o que talvez supomos como espectadores, isto é, a presença de estereótipos na composição dos personagens.
revistapontocom – Na teledramaturgia brasileira e considerando os personagens professores, a ficção imita a realidade?
Jô Levy – Não, porque a realidade vivida por um professor brasileiro é muito mais complexa do que as composições estereotipadas de professores criadas na ficção. Entretanto, há um diálogo entre ficção e realidade, de tal maneira que é possível encontrar elementos de uma dimensão na outra. revistapontocom – A ficção da teledramaturgia ajuda a construção da representação social do que é professores pelos telespectadores? Jô Levy – Sim. E nisso reside a preocupação com o tipo de imagem de professores que circula em veículos de grande audiência como a televisão. Nosso imaginário é alimentado por imagens midiáticas, muitas delas tipificadas e classificadas segundo os parâmetros de relevância e visibilidade, próprios do mundo midiático. Do total de 567 telenovelas pesquisadas, apenas 31 apresentam personagem professor. Para levantar esse dado, considerei a sinopse das novelas e a relação dos personagens. Na classificação do material pesquisado, 13 protagonistas foram identificados como professores, entretanto, na trama, sua condição profissional se apresentava, na maioria dos casos, como assessória ou apenas como um componente dramático, ou seja, um elemento cuja função é complementar, não possuindo a profundidade que se requer de um personagem mais elaborado. Os poucos personagens identificados como professores não tornam relevante a categoria profissional docente, porque na lógica da mídia, o que é relevante é aquilo que é mais visto.
Fonte: O Diário na Escola e RevistaPontoCom
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