Livros infantis oferecem uma viagem sem fim pelas maravilhas da imaginação, alfabetizam, educam, transmitem valores morais e divertem, tudo ao mesmo tempo, em doses generosas e sempre surpreendentes. Mas como fazer para que as crianças se interessem por literatura? Ainda mais diante da concorrência com outras atrações?
A iniciação ocorre pela intervenção dos adultos. Professora da Faculdade de Educação da Pontifícia Universidade Católica (PUCRS), Maria Conceição Christofoli destaca ser imprescindível que pais leiam para os filhos, desde pequenos. Em sala de aula, a professora é a responsável por despertar o prazer pela leitura.
— Em vez de ficar na frente da TV, os pais podem ler para os filhos. Além da questão da mediação, é um ato de afeto — diz Maria Conceição.
Para Carlos Urbim, patrono da Feira do Livro de 2009, a missão do escritor é honrar a magia do "Era uma vez...", contar histórias que façam "brilhar os olhos dos leitores" e libertem as asas da imaginação. O autor de Um Guri Daltônico e Bolacha Maria, entre outras obras, lembra que encontrou a felicidade proporcionada pela leitura com a cartilha de alfabetização, aquela do prosaico "Ivo Viu a Uva".
O escritor Caio Riter, doutor em Literatura Brasileira, cerca de 40 livros publicados, acredita que a criança se encanta pela palavra. Uma canção de ninar já a encaminha para a escrita nos livros.
— A literatura é capaz de transformar para melhor, é a própria salvação interna e psicológica, de se viver coisas que não se viveria — observa Caio.
A professora do Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Laura Castilhos, considera que os livros estão se tornando mais atrativos visualmente. Como ilustradora de mais de 30 títulos, nota que a gurizada e as meninas estão valorizando as imagens. É a arte a serviço da literatura, potencializando o texto.
O mercado do livro infantil vem crescendo. Júlia Moritz Schwarcz, da Companhia das Letras, diz que o movimento ocorre há 10 anos, devido ao reconhecimento das pessoas e do governo, além de maior espaço na mídia. A editora ressalta que as livrarias se qualificaram, instalando espaços adequados para as crianças e programando atividades nos finais de semana e nas férias. Os jogos eletrônicos e a internet são concorrentes, mas Júlia Schwarcz confia na permanência da literatura:
— Os livros falam a linguagem universal da infância, a da imaginação.
Escolha o livro ideal
O tipo de livro pode ser escolhido em função da idade da criança. Não há diferenças rígidas. Os familiares, os professores e a própria garotada podem eleger os preferidos. Confira as sugestões de especialistas, de zero a seis anos:
:: Quando a criança não sabe ler, pode tomar contato com o livro por meio da leitura feita pelos pais, tios ou avós. A voz de familiares é confortante.
:: Livros com ilustrações ajudam no entendimento da história. A criança não se preocupa com a escrita, mas vai construindo o seu entendimento.
:: Livros com outros atrativos (sons ou figuras que aparecem ao se abrir as folhas) também aumentam o interesse e o aspecto lúdico.
:: Contos infantis clássicos permitem que a criança se imagine como princesa ou herói. Ela repassa o que ouviu ou leu, conversa com os colegas.
:: Conforme a idade avança, a criança precisa de leitura mais profunda, que lhe exija tempo e meditação.
:: Professores devem organizar o tipo de leitura aos alunos. Mas é importante que a própria criança escolha o que mais gostar.
:: Livros da moda são benéficos, como os de bruxos, vampiros, mágicos, heróis, detetives, romances.
PRESTE ATENÇÃO!!!
A criança deve ler por prazer. Não para ser cobrada ou avaliada.
Fonte: Meu Filho - Zero Hora/ Reproduzido em DC na Sala de Aula
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