A discriminação racial ainda é uma forte realidade dentro das escolas. Pequenas ofensas entre os colegas sobre a característica do cabelo (liso, crespo, ondulado), a cor da pele e o tipo físico predominam nas salas de aula e acabam influenciando o comportamento da criança ao longo de sua vida. Por isso, é de extrema importância que haja um trabalho de estímulo à igualdade já na educação infantil.
Pensando nisso, o Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades – CEERT, em parceria com o Instituto Avisa Lá, aUniversidade Federal de São Carlos – UfsCar e o Ministério da Educação – MEC, desenvolveu um material de apoio aos profissionais de Educação para promover a igualdade racial entre os alunos da educação infantil.
Composto por quatro vídeos educativos e um guia prático, o Educação Infantil e práticas promotoras de igualdade racial foi lançado exclusivamente para diretores e gestores de escolas, professores da educação infantil e secretarias de educação e pode ser adquirido pelo portal do MEC. “A ideia é introduzir a temática racial sem induzir ao preconceito. O objetivo do material é justamente quebrar essa visão das crianças”, explica a coordenadora geral do projeto, Silvia Pereira de Carvalho, do Instituto Avisa Lá.
Dessa forma, o material ensina o profissional a inserir a cultura africana nas aulas ou na própria gestão da escola. “Eles terão contato com discussões geradas pelos conteúdos dos vídeos. Assim, é possível desenvolver um processo consistente de formação, que incluirá a dimensão da igualdade racial nas práticas pedagógicas das instituições”, disse Carvalho.
Um exemplo simples é a inserção dos padrões de estética africanos nos contos de fadas. “A princesa loira de olhos azuis pode virar uma princesa africana. Acho que isso até aproximará os contos de fadas, que obedecem os padrões europeus, à realidade brasileira. Afinal, nossas crianças, em sua maioria, não são parecidas com as bonecas Barbie”, relatou a coordenadora.
Lei
Inserir a igualdade racial na educação infantil não é uma questão apenas de valores. Desde 2003, a Lei 10.639 obriga o ensino da cultura afro-brasileira nas escolas. As disciplinas devem englobar no currículo os seguintes temas: história da África e dos africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política, pertinentes à história do Brasil.
Para adquirir o material, clique aqui para baixar.
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