Por Ayne Salviano
ayne.salviano@folhadaregiao.com.br
A internet criou um mundo sem fronteiras físicas. As informações estão na rede, e principalmente nas redes sociais. Não estar nelas é o mesmo que não existir hoje. Mas informação não é conhecimento. E conhecimento sem ética nas relações também não serve para nada. Por isso é preciso um mediador que transforme este conteúdo que se multiplica infinitamente em ações que beneficiem a sociedade. Este papel, segundo a advogada Patrícia Peck Pinheiro, especialista em Direito Digital, ainda é do educador, seja ele professor ou pai.
Ela fez palestra recentemente em Campinas para profissionais que participaram do 6º Seminário “O Professor e a Leitura de Jornal - Redes Sociais e Interatividade”, promovido pela ABL (Associação Brasileira de Leitura), Grupo RAC (Rede Anhanguera de Comunicação), Unicamp (Universidade de Campinas) e ANJ (Associação Nacional de Jornais). A Folha da Região, por meio do Programa Jornal e Educação Ler para Crescer, participou do evento.
SEM EDUCAÇÃO
De acordo com a advogada, atualmente as pessoas estão com as ferramentas, mas não têm educação, nem ética, para utilizá-las de forma consciente, correta e de forma legal. “Não dá mais para proibir o acesso à internet. Ao contrário, é melhor estimular, mas com orientação”, afirma. Ela defende que pais, professores e escolas adotem códigos de conduta que demonstrem bons comportamentos também na rede.
“Temos que criar uma cultura de proteção, de conhecimento. As pessoas precisam saber que podem criticar e opinar na internet, mas isso não significa que podem ofender”, ensina.
NA SALA DE AULA
Para a especialista, a mudança tecnológica propiciou uma geração mais autodidata, porque tem mais acesso à informação. Nessa mudança de cultura, as pessoas veem mais, entretanto não leem. Em sala de aula, isso significa que o tempo acelerou.
Com dispositivos que permitem o uso do e-mail, Facebook, Twitter, torpedos e MSN, ao mesmo tempo em que o professor explica o conteúdo, a síndrome da desatenção e dispersão ronda o educador que, obrigatoriamente, precisa ser mais rápido, tecnológico e gerar interatividade porque simplesmente a paciência acabou. “Por isso é preciso estabelecer regras éticas para esta sociedade digital”, retoma Patrícia.
SUGESTÕES
Ela afirma que todo educador deve estar nas redes sociais, para preservar o nome (para que outros não usem) e para saber o que dizem sobre ele.
Para os pais, a dica é acompanhar a navegação dos filhos sempre.
Fonte: Jornal Folha da Região 22/08/2012
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário