Se a população não tomar para si as discussões das políticas públicas de Educação de seus municípios, a Educação não vai se tornar prioridade. Sem participação, fiscalização e cobranças, as políticas educacionais vão sendo ‘tocadas’ de acordo com os interesses das administrações públicas, que muitas vezes não estão no mesmo compasso dos da sociedade. Isto não pode acontecer. Afinal, somos nós que financiamos a Educação. São os impostos — no mínimo 25% — pagos por nós, que usufruímos diretamente ou não a infraestrutura educacional das cidades, que devem ser investidos na pasta.
Segundo especialistas, os problemas não são da ordem financeira, mas de gestão e de política pedagógica. É preciso saber administrar, e bem, estes recursos e estabelecer proposta pedagógica de ensino que seja capaz de garantir uma boa aprendizagem das crianças e dos jovens. Muitas vezes, os municípios nivelam o ensino por baixo, garantindo o básico. É muito pouco.
Por isso, a sociedade tem que fazer valer seus impostos, consequentemente seus direitos. Participar de forma proativa das discussões da escola é ponto de partida. Exigir dos governantes escolas próximas de suas casas, professores qualificados, equipe pedagógica e de apoio, propostas pedagógicas consistentes e escolas bem equipadas e em horário integral deve ser questão de ordem.
Sei que os problemas das cidades vão muito além da Educação. Basta olharmos para a Saúde, um quadro lastimável. Enfim, é preciso sair do discurso, de um estágio de anestesia e ir para a ação. Exigir. Só com a pressão popular é que mudanças podem acontecer. A pergunta “Educação: o que eu quero para minha cidade?” está sendo feita pela Oscip Planetapontocom. Acesse www.revistapontocom.org.br e responda.
(*) Professor e jornalista especializado em Educação e Mídia