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quinta-feira, 14 de julho de 2011

Uma análise da sociedade na era digital


Compartilhamos para reflexão, artigo de Luciano Doll publicado em 14 de julho na página do Programa Vamos Ler, do Jornal da Manhã, de Ponta Grossa/PR


Por Luciano Döll

O impacto das tecnologias da informação na educação é, sem dúvida, um assunto atual, intrigante e complexo. Hoje, praticamente todos os estudantes do ensino superior assistem às aulas munidos de um notebook, tablet ou smartphone.



Afinal, até quando teremos o famoso laboratório de informática? Uma sala de aula normal, daquelas que até então exigia ‘cuspe’ e giz, se transforma em laboratório quando os alunos utilizam os seus próprios equipamentos conectados à rede.


Muitos gestores ainda têm o costume de impedir o acesso a determinados sites, redes sociais ou programas de mensagem instantânea. O medo constante é o uso indevido da internet. Mas, até quando isso será possível? Com conexão 3G, todos são livres. Um dia desses, um professor me relatou que um de seus alunos jogava poker durante a aula. Questionado pelo docente, o menino pediu para que permitisse a conclusão da última jogada, argumentando que várias mensalidades da faculdade já tinham sido pagas com o dinheiro da ‘jogatina virtual’.


Não adianta configurar rede, proxy, firewall e outras parafernálias telemáticas. A impressão que dá é que a geração digital sempre acha um meio de burlar o protocolo. Precisamos sim é de professores entusiasmados, motivadores, hábeis com a tecnologia, e que quando perturbados por um aluno com comportamento indevido, que teima em visitar um site impróprio, saibam se impor, mostrar o cartão vermelho e mandá-lo para o chuveiro mais cedo.


Segundo especialistas, 2011 é o ano da popularização do tablet no Brasil. Eu ainda duvido disso. Entretanto, vejo muitos cursos de graduação e pós-graduação sugerindo o seu uso de tablets e afins como ferramenta pedagógica, tal como uma escola no Ceará que acabou de implantar recentemente um laboratório de iPads. O fato é que as editoras não param de lançar versões eletrônicas de suas obras e, além disso, Android Market e AppStore transbordam aplicativos, tendo muitos deles fins educacionais.


Depois do laboratório de informática, será também o fim da biblioteca? Não tenho dúvida que o tablet será recurso imprescindível nas escolas e faculdades. Elas terão que se adaptar para bem receber seus alunos tecnologicamente equipados. É a chamada consumerização, que ocorre também nas instituições de ensino.


Eu sei que se você é professor, não é fácil concorrer com Facebook, poker e MSN. E é por esta razão que você terá que aprender a tocar música clássica em ritmo de rock. Temos que fazer a educação se aproximar não só da tecnologia como da realidade social. A inovação tecnológica cria, mas é a inovação social que transformar.


*Luciano Döll é professor e consultor de tecnologia da informação.

Fonte: Jornal da Manhã/PR 14/07/2011

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