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terça-feira, 5 de julho de 2011

Jornal ou mural?! Os dois.

Núcleo de Comunicação Maré Alta faz formação em escolas públicas; objetivo é estimular alunos a produzir conteúdo sobre o dia a dia.

“Jornalismo é o ato de contar a uma parte da sociedade o que a outra parte está fazendo”. A frase, atribuída a Heródoto Barbeiro, um dos mais importantes comunicadores do Brasil, ilustra perfeitamente a função social da mídia dentro da sociedade. E do jornalista, mais especificamente. Mas hoje vamos falar de uma comunidade um pouco menor, mas tão agitada quanto a nossa. E onde essa regra se aplica; desde que você troque “uma parte” por “uma sala”.

O Núcleo de Comunicação Maré Alta, iniciativa apoiada pelo Fumcad e que oferece formação de jovens em Jornalismo, Vídeo e Criação Gráfica, está expandindo as fronteiras do conhecimento produzido entre seus educadores e turmas. Na segunda e terça-feira (27 e 28/06), o Núcleo esteve na Escola Municipal Fagundes Varella, no Jardim Iracema, para dois dias especiais com turmas da sétima e oitava série. Unilson Mangine Junior, educador do Maré, é quem começa a contar essa história.

“A gente sempre quis fazer com que o conhecimento produzido aqui dentro pelos educadores, pelos jovens, durante as oficinas, circulasse, ganhasse vida. Conversamos e achamos que a escola seria a melhor forma disso acontecer”, conta Unilson.



A idéia é simples e a execução bem divertida. Junto com Amanda e Gabriela, jovens das oficinas do Maré Alta, Unilson fez uma série de atividades que mostrou como os alunos do Fagundes Varella poderiam pensar pautas e produzir matérias a partir do processo de entrevistar personagens. “Quando fomos visitar a escola e conversar com a coordenação descobrimos que eles já tinham um jornal mural, bem diferente da nossa proposta. Então começamos a tentar buscar no modelo deles o que a gente achava que estava faltando, em que poderíamos ajudar. Foi quando percebemos que era muito informativo, mas não tinha entrevistas”, diz o educador.


Mesclando conteúdos teóricos e práticos, Unilson e suas super ajudantes botaram a mão na massa, no mural, e viram ótimos frutos crescerem durante os dois dias.

“É muito gratificamente, muito bom ver os próprios alunos do Maré Alta passando conteúdo para outros jovens. Galera da mesma idade. Eu praticamente não precisei falar. Elas explicaram tudo, mostraram tudo. Isso é muito legal, pois a gente percebe que o conteúdo que estamos passando para essa galera aqui no Projeto Arrastão realmente é bacana, faz sentido”, lembra o educador, que complementa. “Quando as meninas começam a usar o que elas aprenderam com tanta segurança, como fizeram, isso significa que o que eles viram, leram, assistiram, virou conhecimento. Ela está usando de forma prática, então é conhecimento produzido”.


Fonte: Projeto Arrastão (http://www.arrastao.org.br) 01/07/2011

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