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terça-feira, 5 de julho de 2011

Facebook, Twitter e YouTube: eles podem ser os melhores amigos dos seus estudos

Se você considera Facebook, Twitter e YouTube companheiros só para a hora do lazer, está na hora de pensar diferente. Ferramentas como essas podem ser seus melhores amigos nos estudos, dizem especialistas de tecnologias da educação.

Quer escrever melhor? Conte com a ajuda de Twitter, Wikipédia e um blog. Treinar línguas estrangeiras? O Facebook pode dar uma bela mão. Entender melhor a reprodução das plantas gimnospermas? Talvez a resposta esteja lá no YouTube, entre todos aqueles vídeos de palhaçadas. São usos como esses e
muitos outros que estão fazendo das ferramentas aliadas do aprendizado.

As novas tecnologias nos tornaram consumidores vorazes de informação. Ao mesmo tempo, nos deram instrumentos poderosos para nos comunicar com quantas pessoas quisermos. “Nesse processo, podemos aprender muito mais sobre nós mesmos e o mundo”, diz Will Richardson, em seu livro Blogs, wikis, podcasts and other powerful Web tools for classrooms (Ed. Corwin, sem tradução para o português).

Não caia em armadilhas
Mas para tirar o melhor proveito da internet sem cair em armadilhas, é preciso responsabilidade e um tanto de cuidado. Isso é verdade principalmente para os mais novos, que em muitos casos aprenderam sozinhos a se virar no mundo virtual sem ter um guia. “A escola precisa ajudá-los nisso, pois tem por função preparar os alunos para a vida. Essa função cabe também aos pais”, diz Marcos Telles, consultor da DynamicLab, empresa especializada no uso da tecnologia no ensino.


É preciso preparo para entender as consequências do que se faz na internet. Também é essencial ter em mente que nem toda informação é confiável. Isso vale para os adultos também, para protegerem a si próprios e desempenharem o papel de mediadores na hora de falar sobre o assunto com os pequenos.

“É um trabalho em parceria. Os jovens sabem mais sobre tecnologia, enquanto os mais velhos têm mais noção sobre os riscos envolvidos”, diz Valdenice Minatel, coordenadora do Departamento de Tecnologia Educacional do Colégio Dante Alighieri, em São Paulo (SP).


Veja dicas de como usar as mídias digitais para estudar

Blogs
O blog é uma ferramenta fácil de mexer -uns poucos cliques bastam para colocar textos, imagens e vídeos no ar- e extremamente motivadora. Postar em um blog, com um público do tamanho do mundo, é diferente de escrever uma redação, que será lida somente pelo professor.
Ao falar sobre um assunto de interesse, como uma banda de rock ou um novo jogo de videogame, você tem de se esforçar para construir um texto lógico, analítico e criativo. Ainda pode combinar com recursos audiovisuais e desenvolver competências extras.


Pode servir como um grande arquivo de trabalhos online. É um jeito fácil de entregar as lições, apesar de invalidar a desculpa do "cachorro comeu minha lição", e torna possível olhar em sequência cronológica tudo o que foi desenvolvido ao longo do ano. Também dá para receber comentários dos colegas de classe e mesmo de pessoas de fora da escola, caso isso esteja em acordo com o propósito da tarefa.

O risco: para ser útil ao aprendizado, os blogs não podem ser simples diários ou reprodutores de links. Invista em textos analíticos, que exercitem a capacidade de emitir opiniões lógicas e bem embasadas.

Facebook
O Facebook -e outras mídias sociais do mesmo tipoajuda a manter contato com pessoas que nem sempre são tão próximas. Isso pode facilitar o intercâmbio de vídeos, fotos e notícias com os alunos de outras classes, que você não conhece muito muito bem, e com os professores.

Também é prático para entrar em contato, por exemplo, com nativos de outras línguas para treinar idiomas em grupos como este.

A recomendação dos especialistas é para que professores criem um perfil somente para seus alunos, a fim de não confundir a vida pessoal com a profissional.

YouTube
Ferramentas de vídeo como o YouTube estão associadas em geral a vídeos engraçados, no ponto certo para o lazer mas pouco interessantes para o aprendizado. Será que é só isso?
Experimente fazer uma busca por vídeos com "reprodução das plantas". Gravações de aulas, programas de televisão e -o melhor de tudo- material multimídia sobre o assunto aparecerão entre os resultados. Se a procura for feita em inglês, o número de ocorrências será ainda maior.
Pesquisas mostram que é mais fácil aprender com a combinação de palavras e imagens que só com um dos dois. Mas nem sempre é simples para a escola produzir materiais multimídia, que custam caro e dão trabalho. Nesse caso, o YouTube pode ser uma ótima fonte.

Como forma de expressão, o YouTube também é uma boa. Hoje em dia, qualquer celular grava vídeos. Com cuidado e responsabilidade, dá para fazer um trabalho, por exemplo, uma língua estrangeira gravando-se a encenação de uma história curta em inglês ou espanhol.
Veja mais dicas aqui (em inglês):
http://www.freetech4teachers.com/2010/09/47-alternatives-to-using-youtube-in.html

Twitter
Escrever de maneira clara, simples e concisa: não tem quem duvide de que o Twitter é um amigão na hora de desenvolver a habilidade de falar muito com poucas palavras.
Se utilizada como um grande fórum de discussão, a ferramenta ajuda a desenvolver também o senso crítico sobre tópicos do momento. O importante é publicar informações relevantes, que outras pessoas gostariam de ler.

Em vez de responder à questão "o que você está fazendo", pense em "o que atrai sua atenção". Não deixe de fazer perguntas quando ler algo que suscite dúvida. E se for falar sobre algo pessoal, tente fazer disso algo útil. Dê conselhos, sugira sites, fotos etc.

Wikipédia
Na hora de fazer pesquisas escolares, a Wikipédia oferece busca rápida e verbetes bem organizados. Não à toa, é a campeã do ?corta e cola?, título que rende a ela a injusta pecha de inimiga do aprendizado.

Para ajudar nos estudos, a Wikipédia requer senso crítico para distinguir a informação confiável daquela que provavelmente merece ser checada. Como qualquer enciclopédia, a Wiki está bem longe de ser a fonte da verdade ? e isso precisa estar sempre claro.
Um jeito simples de trabalhar isso é explorar o outro lado da Wikipédia. Quem são os responsáveis pelas informações que estão ali? Sim, somos nós. Contribuir como produtor de conteúdo, e não só consumidor, é um ótimo jeito de entender os pontos positivos e negativos da enciclopédia.

A versão em português da Wikipédia tem menos entradas que as versões em inglês, alemão ou japonês. Isso significa que uma enxurrada de verbetes está á espera de ser redigida. É uma chance e tanto.
Fonte: UOL Educação/Thiago Minami 04/07/2011

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