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segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Educação e revolução

O programa Vamos Ler, do Jornal da Manhã, de Ponta Grossa (PR), deu a dica. E a gente compratilha artigo do professor Elias Januário, publicado no jornal A Gazeta (MT). Boa leitura. Boas reflexões!

Por Elias Januário
A questão que trazemos hoje para discussão é a influência do pensador alemão Karl Marx, um dos mais representativos dos tempos modernos, na função social da educação mundial.

Marx ao longo de sua trajetória de vida buscou relacionar o estudo das ciências humanas com a militância revolucionária, propiciando um sistema de pensamento que marcou época e fez seguidores por todos os continentes.

O seu pensamento está ancorado na perspectiva de que tudo se encontra em permanente processo de mudança, onde os conflitos, resultantes da luta de classes, provocam as transformações.

Marx viveu numa Europa marcada por convulsões e conflitos, que influenciaram vários pensadores dessa época a defenderem as doutrinas socialistas e anarquistas que permeavam os ambientes acadêmicos. A maioria desses pensadores defendia e acreditava em transformações socialistas nas diferentes esferas sociais.

Uma das preocupações do Filósofo alemão era chamar a atenção para os perigos dos estabelecimentos escolares ministrarem conteúdos que conduzissem os estudantes a formações de concepções partidárias ou classistas. Considerava importante o ensino gratuito, desde que não estivesse vinculado a políticas de Estado.

A produção intelectual de Marx consiste numa considerável variedade de textos, como por exemplo, o Manifesto Comunista, elaborado em parceria com Friedrich Engels e obras volumosas como O Capital.

No seu entendimento a educação deveria ser concebida de maneira conjunta articulando a intelectualidade, a técnica e a física. Não chegou a realizar uma análise profunda da educação com base nas teorias que concebeu. Foram os seus seguidores, como Antonio Gramsci, que aprofundaram essa discussão.

No Brasil as teorias de Marx começaram a serem difundidas após a fundação do Partido Comunista do Brasil, por volta de 1930, em particular em relação às políticas de formação profissional.

As teorias do filósofo alemão contribuíram para dar sentido de racionalidade e responsabilidade social necessária a existência humana e a educação do mundo moderno.

O ensino para Marx era como um instrumento para o conhecimento e também para a mudança da sociedade. Dessa forma, há a necessidade de um processo educativo fundado em um projeto político e pedagógico definido e voltado aos interesses da grande maioria marginalizada. Com isso surge o papel estratégico da escola e dos educadores para a construção da consciência de classe do trabalhador.

A educação para Marx não só estava diretamente ligada ao desenvolvimento material do mundo e a interesses de classe, mas, também, a um papel político e transformador social, a uma prática libertadora capaz de uma mudança de mentalidade e edificação de uma nova ordem social.
A educação tem, para o filósofo alemão, como tarefa histórica a emancipação do homem, sua libertação das ilusões ou ideologias, mostrando-lhe as origens sociais das mesmas e gerando uma prática revolucionária para modificar o mundo.

Elias Januário é doutor em educação, professor de Antropologia da Unemat e escreve às sextas-feiras em A Gazeta (MT)
Fonte: A Gazeta/MT - 18/02/2011

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