Intitulado “Verdades e Mentiras sobre as Mídias Sociais”, o estudo aponta que, no Brasil, a mídia online é centralizada nos grandes portais, que concentram 78% da audiência da Internet. Nos Estados Unidos, esse tipo de sites fica com 33% da audiência, sendo blogs e sites colaborativos são bastante acessados. O estudo lembra que foi o blog TMZ o primeiro a divulgar a morte de Michael Jackson, em 2009.
“Faltam boas opções de conteúdo social. Os bons produtores independentes são incorporados pelos grandes portais”, avalia um dos responsáveis pelo estudo, Patrice Lamiral. A publicação sugere que as pessoas dão mais credibilidade a marcas ou personalidades já conceituadas.
Essa seria uma das hipóteses para explicar o diagnóstico do estudo: as mídias sociais, em geral, repercutem que é publicado na grande imprensa, sendo que os assuntos próprios das mídias sociais dificilmente viram notícia.
Tanto que entre os 10 assuntos mais citados no Twitter em 2010, no Brasil, todos tiveram origem na grande mídia. Entre eles estão o vazamento de óleo nos Estados Unidos, as vuvuzelas na Copa do Mundo, o Terremoto do Haiti e o cantor Justin Bieber.
“A vocação dos veículos é diferente. A mídia tradicional tem limitações de tempo e espaço, por isso as pautas precisam de uma curadoria. Nas mídias sociais não”, avalia Lamiral. “Elas podem ter papéis complementares, como em um caso de assalto a um shopping em São Paulo. O roubo aconteceu às 13h53. Às 13h54 estava no Twitter e às 14h16 na imprensa. O assalto seria notícia sem o Twitter, mas ele facilitou a circulação de informações”.
Além de buscar informações complementares, a imprensa usa as redes sociais para verificar tendências, comportamentos ou procurar notícias de celebridades, segundo o estudo. “Se uma menina tem um comportamento racista no Twitter isso não é notícia. Mas se um grupo grande de jovens a apoia, aí é notícia”, avalia Cris Dias, outro autor da pesquisa.
Para o levantamento, a agência JWT analisou, durante 2010, todas as matérias do Jornal Nacional e as revistas Veja e Época, sendo que da primeira só as capas e da segunda todas as reportagens, devido a disponibilidade de conteúdo na Internet. Ao todo, foram analisadas 7.418 matérias.
Nesse período a revista Época citou o Twitter 126 vezes, contra 294 citações para televisão e 69 para Google.
Fonte: Portal Aprendiz/ Sarah Fernandes 10/02/2011
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