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sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Reportagem e projeto garantem prêmio mundial de jornalismo à Rede Gazeta

No dia 18 de outubro de 2009, o jornal A GAZETA denunciou, através do relato da jornalista Vilmara Fernandes e das imagens do repórter-fotográfico Gildo Loyola, que as casinhas brancas de janelas azuis - símbolo da cultura pomerana - estavam desaparecendo do cenário rural do Estado ao serem desmontadas e vendidas como madeira e móveis de demolição, para o mercado de decoração de antiguidades.


Quase dois anos depois, a última quarta-feira foi o dia de colher o reconhecimento desse trabalho. Pelas mãos do diretor de Mídia Impressa, Álvaro Moura, o jornal recebeu o prêmio Commend na categoria Newspaper in Education Program - Programa Jornal e Educação - da Associação Mundial de Jornais e Editores de Notícia (WAN-IFRA). A entrega aconteceu na cidade de Viena, na Áustria.



O Prêmio Mundial Jovens Leitores da WAN é uma homenagem internacional de todos os jornais que fazem a diferença em suas ações voltadas para educação, incentivo à leitura e ao serviço público.

A vitória começou a ser construída com a publicação da matéria - de três páginas. Daí surgiu o projeto "Lar Doce Lar, quanto vale sua história", na Escola Fazenda Frans Schneider, de Santa Maria de Jetibá.

Por meio dele, as professoras Brunelle Gaiba Jastrow e Irinete Ponath Henke, monitoras do programa A Gazeta na Sala de Aula no município, ajudaram a sensibilizar as crianças sobre a situação das moradias características da região.

A proposta provocou uma mudança de pensamento sobre as moradias de madeira. "Se antes as crianças tinham vergonha das casas, hoje o sentimento é de orgulho", disse a professora Brunelle, que ajudou a destrinchar a reportagem em vídeos, análises, visita a casas típicas e concursos de desenho.

Matéria denunciou o comércio de casas por R$ 4,5 mil

As casas brancas de janelas azuis, uma das marcas da cultura pomerana, formavam um patrimônio arquitetônico que estava sendo vendido por até R$ 4,5 mil e recebendo uma destinação nada histórica. Após o desmonte, eram transformadas em madeira e móveis de demolição para o mercado de decoração e de antiguidades.

A reportagem de Vilmara Fernandes e Gildo Loyola constatou que, só em Santa Maria de Jetibá - onde está situada a maior colônia de pomeranos do Estado - estimava-se que mais de 500 unidades já haviam sido demolidas, algo que a Secretaria de Cultura definiu como "um genocídio cultural".

Aos poucos, num processo iniciado na década de 80, as casas foram levadas em carretas para a cidade mineira de São João Del Rey, de onde vinha o maior número de compradores. O destino final, após a transformação, eram os mercados de São Paulo, Rio de Janeiro e até do Espírito Santo, os maiores consumidores de antiguidades no país, onde o preço de um móvel pode chegar ao valor de venda da casa.

A matéria apontou que a situação foi identificada pela arquiteta Bianca Corona durante a produção de seu trabalho de conclusão de curso para a faculdade Univix. Nele, a profissional constatou não só a existência de uma arquitetura típica dos pomeranos, como também a destruição deste patrimônio. Segundo ela, à época, menos de 100 casas permaneciam de pé.

Empresa recebe mais homenagens

Além do prêmio internacional, a matéria sobre a venda das casas tradicionais de Santa Maria de Jetibá rendeu à Rede Gazeta, na última quinta-feira, homenagens da prefeitura do município, pelo apoio prestado para manter a cultura pomerana.

Estiveram presentes a jornalista Vilmara Fernandes, autora da matéria, a coordenadora de Projetos da Rede, Cristina Barbiero Moraes e a gerente de Comunicação Empresarial da empresa, Letícia Lindenberg.

Letícia agradeceu o reconhecimento e apontou a importância do trabalho das professoras Brunelle Gaiba Jastrow e Irinete Ponath Henke. "Elas colocaram em prática a ideia", ressalta.

Com o projeto, casas deixaram de ser vendidas e foram reformadas, como disse o chefe de Divisão de Cultura, Nilton Capaz, na época da divulgação do prêmio.



Fonte: A Gazeta/Frederico Goulart 15/10/2011

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