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quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Para pais, publicidade infantil influencia só o filho dos outros


Pais e mães acreditam que seus filhos são menos influenciados por publicidade infantil do que os filhos de amigos e conhecidos. É o que mostra uma pesquisa inédita feita entre fevereiro e março por pesquisadores da Universidade de Brasília.

O levantamento traz informações sobre quase 700 pais e mães, em 19 capitais e no DF.

Eles tiveram de responder à seguinte pergunta: "Quanto a publicidade influencia no que o seu filho consome?". Numa escala que vai da nota 1 (não influencia) até a nota 10 (influencia totalmente), os pais deram notas entre 5 e 6 para seus filhos, em média.

Quando a pergunta se referiu aos filhos de amigos, atribuíram pontuação entre 7 e 8. Considerando as crianças em geral, entre 8 e 9. A pesquisa foi feita como trabalho de conclusão de curso pelo psicólogo Lucas Caldas, que teve bolsa da Andi (Agência de Notícias dos Direitos da Infância).

Para o coordenador da pesquisa e professor do departamento de psicologia da UnB, Fabio Iglesias, o dado preocupa. "Quanto mais um indivíduo se considera imune, mais risco ele pode estar correndo."

Ele diz que há evidências do chamado efeito da terceira pessoa. "É quando o indivíduo acha que os outros são influenciados, enquanto ele se considera mais crítico."

A empresária Fabiola Lacerda Abdala, 30, conta que tenta reduzir o tempo que Luísa, 5, fica na frente da TV. "Quando ela vê mais TV, acaba pedindo mais brinquedos."

O pai de Luísa, Ricardo Abdala, discorda. "Ela não liga tanto para as propagandas como outras crianças", diz.

A pesquisa também analisou comerciais do programa TV Globinho, da Rede Globo, durante 15 dias antes do Dia das Crianças em 2010. A análise mostrou que 73% recorriam ao "consenso social" --ao mostrar crianças com um produto, cria-se a impressão de que todos já o têm.

Iglesias diz que só uma peça apelou para a tática do medo --mostra criança que não tem o produto sendo excluída. Nos últimos meses, o Congresso discute o projeto que objetiva proibir a publicidade infantil.

Defensores da medida alegam que a propaganda estimula o consumismo; quem é contra, que já há controle.

Fonte: Folha de São Paulo / Larissa Guimarães 11/10/2011

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