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quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Cresce uso de computador na pré-escola


Apesar de controvertidos, programas são adotados cada vez mais nos EUA; estratégia é utilizada, por exemplo, em classes grandes



LOS ANGELES - Lena Barrett, que cursa o pré-primário, sentou diante do laptop, na sala de aula, e clicou numa série de ícones. O apresentador de um programa de desenhos animados apareceu na tela. “É hora de mostrar o que você sabe, encontrando palavras”, disse ele. “Você vai clicar nas palavras que significam a mesma coisa que o narrador disser. Então, clique na palavra que significa ‘maravilhoso’.”



Lena, de 6 anos, clicou em “magnífico”. O apresentador deu outra palavra. Minutos depois, ela hesitou com a palavra “frágil”, até clicar em “delicado”.
O ensino pelo computador nos primeiros níveis da instrução pode ser controvertido e raramente é usado diariamente para substituir as aulas tradicionais. Mas um número crescente de escolas vem adotando tais programas, que, segundo os proponentes, permitem que o aluno avance no seu próprio ritmo e ajudam os professores a administrar salas de aula com grande número de alunos, à medida que os orçamentos para as escolas são cortados nos Estados Unidos.
A escola onde estuda Lena foi inaugurada em 2010 para atender alunos de minorias e famílias de baixa renda no sul de Los Angeles. Os alunos participaram de um experimento - o Programa Conhecimento é Poder (Kipp, na sigla em inglês)-, “um aprendizado misto”, em que aprendem com computadores e professores. Os resultados foram tão promissores que os diretores continuaram utilizado computadores nas aulas do pré-primário neste ano.
Membros do Kipp esperam que o uso do computador se expanda por sua rede de 109 escolas em 20 Estados e no Distrito de Colúmbia. A Rocketship Education, outra rede nacional de escolas, também coloca seus alunos do pré na frente dos computadores e algumas escolas e distritos de Califórnia, Arizona, Virgínia e outras áreas estão fazendo experiências com um ensino baseado em computador.
“As primeiras indicações são de que a experiência pode ser repetida em salas de aula no futuro, à medida que vamos subindo de classes”, disse Richard Barth, diretor executivo da Kipp Foundation. A fundação adota um modelo de ensino que se caracteriza por um aumento nos dias de aula, um ano escolar mais longo e testes padronizados frequentes.
O diretor da Kipp, Mike Kerr, concebeu um sistema de alternância em que os alunos passam meia hora nos laptops, duas vezes por dia. Segundo ele, os computadores permitem que se crie grupos pequenos, crucial para o sucesso da criança. Aquelas que começaram o ano atrasadas em relação aos colegas se formaram no mesmo período que os outros. No fim do ano, mais da metade dos alunos ficaram entre os 25 melhores do país em matemática e leitura.
Com apenas um ano de dados, ainda é preciso ver se os computadores podem melhorar os resultados dos alunos a longo prazo. Além disso, especialistas se mostram cautelosos com a ideia. “Pais, professores e educadores estão certos em se preocupar com o tempo que a criança fica diante do computador, no caso de ele substituir experiências e atividades de aprendizado básicas”, disse Chip Donohue, diretor de ensino à distância no Erikson Institute em Chicago. / TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO
Fonte: Estadão.Com.Br/Educação - New York Times

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