Professora Zilda mostra o ST Jornal com alunos Thaís e Clayton |
Desde o início do ano, um grupo de 25 alunos participa das atividades do Projeto Jornal em Sala de Aula. Trata-se do desafio de produzir um jornal inovador, publicado pela Folha da Região, mas com textos construídos pelos próprios estudantes, que têm entre 10 e 11 anos.
O trabalho está sendo desenvolvido pela professora de língua portuguesa Zilda de Fátima Rodrigues com o apoio da coordenadora pedagógica Carmem Silvia Martins de Paula Berteli e também da diretora Marister Vasques Faleiros.
AJUDA IMPORTANTE
Carmen foi uma das educadoras capacitadas pelo programa de formação continuada do Ler para Crescer para trabalhar o jornal como ferramenta lúdica, didática e pedagógica na sala de aula. É ela quem compartilha as técnicas e sugestões colhidas no programa entre seus professores. As atividades com jornais em sala de aula fazem parte do conteúdo pedagógico proposto pela escola para todas as séries, desde o maternal até a 4º série.
"O curso de formação continuada do Ler para Crescer trouxe um leque de possibilidades para trabalhar com jornal em sala de aula que tem valido a pena. Colocamos em prática e obtemos ótimos resultados", afirma.
PASSO A PASSO
A produção do ST Jornal foi realizada pela turma da 4º série B e visa, com a leitura e produção de textos dos mais diferentes gêneros, levar para as crianças melhores percepções sobre a sociedade em que elas estão inseridas. "O jornal aproxima o leitor do fato, da notícia. Queremos que as crianças leiam e consigam perceber que aquilo aconteceu de verdade", afirma a professora Zilda.
Ela acredita que com esse trabalho, os estudantes vão ler melhor e com mais qualidade para entenderem os fatos e os acontecimentos sociais. "Além de expandir o conhecimento do aluno e sua interpretação do mundo, a leitura amplia a capacidade criativa com a análise de imagens e textos para que depois eles possam reproduzir o que entenderam", ensina a educadora.
CONQUISTA
O processo de produção do ST Jornal foi feito em várias etapas. Primeiro, a professora Zilda explicou para os estudantes o que são notícias, reportagens, artigos, seções de entretenimento e classificados. "No começo, eles tinham resistência à leitura do jornal", conta a educadora. Para ela, isso acontecia pelo fato de eles nunca terem tido acesso a esse veículo de comunicação. Isso só aconteceu após a participação da coordenadora Marlene no curso do Ler para Crescer.
Todas as escolas que enviam educadoras para os cursos de formação continuada promovidos pelo programa passam a receber, gratuitamente, uma assinatura diária da Folha da Região para a biblioteca da escola. E todas as quartas-feiras são enviados mais 20 exemplares para as atividades em sala de aula.
Os jornais são patrocinados por empresas socialmente responsáveis que apadrinham o projeto: J. Dionísio, Remaq, Pekin Palace Hotel, Tomoson, Localiza, Laboratório Carlos Chagas, Imperius Livraria e Papelaria, Cultura Inglesa, Klin e Unimed Araçatuba. Atualmente, são 50 escolas de Araçatuba e região.
MOTIVAÇÃO
"A falta de contato dos alunos com o jornal impossibilitava a prática de sua leitura. Hoje, eles têm acesso à Folha, são motivados, orientados e, por vontade própria, manuseiam as páginas", afirmam as educadoras. Os estudantes têm feito a leitura sistemática da Folha e do suplemento infantojuvenil "Nossa Vez!". Após as leituras, são realizadas discussões sobre as notícias e os artigos.
Os alunos opinam sobre tudo, desde o tamanho das letras até o significado das manchetes,
como as ideias foram distribuídas nos textos, se eles são informativos ou opinativos. Também analisam gráficos e a previsão do tempo. Tudo para a confecção de páginas dos cadernos do ST Jornal.
JORNALISTAS
Os estudantes transformaram-se em jornalistas por alguns dias e produziram notícias que estavam relacionadas ao dia a dia deles e da escola. Também opinaram sobre o que leram, como fez o aluno Jonathan da Silva Marques, de 10 anos.
Juntamente com a mãe, ele leu as matérias sobre o caso do jogador Michael, do Vôlei Futuro, que sofreu discriminação pela sua homossexualidade durante partidas da Super Liga de Voleibol Masculino 2010/2011. Jonathan fez um resumo sobre o que entendeu das notícias e aproveitou para dar sua opinião. "Aprendi que devemos respeitar as pessoas como elas são", diz.
BENEFÍCIOS
As educadoras da escola Selma Trevelin acreditam que a utilização do jornal como um recurso didático e pedagógico melhora o grau de informação e cultura das crianças sobre a sociedade onde elas vivem. "O jornal possibilita incentivá-las a buscar um mundo de observação, identificação, criticidade, bem como a interpretação da realidade que está à sua volta", resume a professora Zilda.
Para a coordenadora Carmem, ao ouvir as diferentes opiniões dos amigos sobre as matérias publicadas de diferentes assuntos, o debate de ideias possibilita às crianças desenvolverem suas próprias opiniões. "Mas o melhor de tudo é que elas passam um tempo divertido com a leitura do jornal, elevando o prazer da linguagem, compartilhando informações, conceitos e valores diversos", afirma.
Ao colocar o jornal como recurso para melhorar o aprendizado, Carmem afirma que ele também auxilia a construir um espaço que, muitas vezes, a criança não possui em casa. "O diferencial dessa ferramenta é poder estimular o desejo de ler todos os dias e se enriquecer com diferentes assuntos. Além, é claro, de o aluno poder desenvolver um ambiente alfabetizador mesmo fora da escola".
RESULTADOS
A aluna Thais Inara Pompeu, de 11 anos, escreveu sobre a importância de ler jornais e escrever. Abordou especialmente o que esta experiência acrescentou para ela: "Adorei fazer este jornal. O legal é que eu pude colocar a minha opinião". Segundo a professora Zilda, o jornal também serviu como fonte de pesquisa e enriquecimento aos temas trabalhados em sala de aula. "Ler desenvolve um sentimento de autoestima, cria valores, ensina conceitos, afasta pré-conceitos, ensinamentos que fazem parte da vida de todas as pessoas".
Fonte: Folha da Região - 04/10/2011
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