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terça-feira, 19 de junho de 2012

DM na Sala e Aula tem nova colaboradora no projeto

O DM na Sala de Aula, programa desenvolvido pelo jornal Diário da Manhã, tem nova colaboradora. É a psicóloga e arteterapeuta Letiane dos Santos Schwalbert, que  trabalhou com alunos do ensino fundamental, na rede municipal de ensino do município de Lagoa dos Três Cantos/RS. 

A ideia das colaborações de Letiane é dividir um pouco com os leitores do DM as experiências que a Arteterapia pode proporcionar. “A arteterapia pode fazer a diferença nas escolas, mas que ainda falta ser mais vivenciada e, principalmente, mais divulgada pelos meios de comunicação à população escolar, para que ela possa buscar a arteterapia como mais uma ferramenta de expressão”, declarou Letiane.



Abaixo, o primeiro artigo da psicóloga e arteterapeuta para o programa:


Arteterapia na escola
A arteterapia é uma área do conhecimento humano que utiliza a arte como meio de expressão e comunicação, através de técnicas orientadas pelo arteterapeuta. Assim, as emoções ganham forma e via de manifestação por meio de procedimentos com tinta, argila, colagens, sucatas, entre outros.

Além de ser um processo terapêutico, a arteterapia é também um instrumento educativo, porque “[...] pode possibilitar atividades preventivas tanto no âmbito psicopedagógico, já que oferece uma interação entre arte e cognição, quanto no contexto de re-significações de atitudes pessoais”. (URRUTIGARAY, 2008, p. 38). 

(Letiane acredita nos benefícios da Arteterapia e no impacto positivo
das ações no ambiente escolar-Foto/Arquivo Pessoal)


De acordo com Sberse (2009), a arteterapia é importante no processo educacional por desenvolver as potencialidades dos alunos, o senso crítico, o espírito criativo e a capacidade de perceber o mundo no qual estão inseridos, aumentar a percepção interna e a autoestima, vivenciar momentos em que se permitam analisar criticamente suas atitudes, valorizar suas potencialidades individuais e, sobretudo, criar um vínculo afetivo com a arteterapeuta e a professora, de forma a estabelecer uma relação de confiança que lhes forneça a liberdade de buscar orientação e ajuda quando for necessário. 



(Voz a expressão-Foto/Arquivo Pessoal)


A partir desses conceitos, aliados às minhas percepções como psicóloga atuante na área clínica e escolar, emergiu o desejo de aproximar a arteterapia da escola. Atuei na rede municipal de ensino do município de Lagoa dos Três Cantos/RS e, nesse contexto, obtive total apoio e liberdade para levar a arteterapia, literalmente, para dentro da sala de aula; pude trabalhar junto às turmas da educação infantil até o terceiro ano do ensino fundamental. As oficinas de arteterapia visam atender as necessidades e demandas dos alunos e, por isso, cada atividade foi desenvolvida para atingir objetivos específicos. O processo de arteterapia foi dividido em três momentos, no mesmo encontro:
 Relaxamento: técnicas de sensibilização;
 Criação: processo de construção e elaboração das atividades propostas;
 Reflexão: entendimento da criação e explanação do que foi produzido por cada participante.

























(Mostra dos trabalhos realizados no projeto-Foto/ Arquivo Pessoal)

Os alunos se sentem motivados na realização das atividades devido ao caráter “libertador” da arteterapia, pois não existe “bonito ou feio”, “certo ou errado” na produção dos trabalhos, o que realmente implica é o significado do que foi produzido e o orgulho de produzir. A diversidade de materiais oferecidos encanta os alunos, pois através destes é possível vislumbrar um “mundo de possibilidades” na construção das “obras”.
De acordo com o feedback recebido pelos alunos no final de cada atividade, somado aos relatos de pais e professoras, concluiu-se que as oficinas de arteterapia transcenderam os objetivos propostos; os alunos tornaram-se mais tranquilos, amorosos e empáticos, o que resultou na melhora no relacionamento escolar e familiar, além das conquistas individuais de alguns participantes. 

Apesar de todas as explanações feitas neste texto, a respeito da arteterapia, ainda fica difícil definir o verdadeiro sentido desse processo terapêutico para aquele leitor que nunca vivenciou uma técnica arteterapêutica, pois seu significado vai muito além das palavras: é necessário um misto de sensações, emoções, sentimentos, capacidade de entrega, para poder compreendê-la na totalidade de sua essência. 
Fica o desejo de que a arteterapia possa envolver outros ambientes escolares e que alunos, professores e pais possam se beneficiar desta ferramenta propulsora de transformações.

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