A partir de quarta, 20 de junho, estão abertas as inscrições para o 3º Prêmio Ecofuturo de Educação para a Sustentabilidade. O projeto convida educadores sociais e professores de todos os níveis da educação no Brasil a ler, refletir e compartilhar, por escrito, ideias sobre como promover entre seus alunos o aprendizado sobre sustentabilidade, em seu sentido mais amplo, com o olhar dirigido para o entorno da comunidade escolar, a partir do tema Rio+20: E eu com isso? e da pergunta Qual é o evento educacional +20 possível e pertinente no seu pedaço de mundo? O objetivo é identificar e reconhecer os autores dos 10 projetos mais criativos. Educadores de mais de 7 mil escolas e mil universidades, públicas e privadas, além de 800 organizações sociais, já foram convidados a participar.
A partir da leitura de literatura e de materiais de referência como base para a reflexão, que estão disponíveis no site do Ecofuturo, o Prêmio orienta os professores a escrever uma narrativa em primeira pessoa contando onde estavam, o que faziam e como eram suas vidas, as vidas de seus alunos e da comunidade em 1992, quando acontecia a ECO 92. Depois devem refletir sobre o que mudou de lá para cá, ano da Rio+20, e compartilhar seus pensamentos sobre o que ainda pode melhorar em sua região e qual é a forma de envolver seus alunos em uma prática de ensino-aprendizado mútuo e transversal sobre sustentabilidade a partir da realidade local.
Os autores das 10 melhores propostas receberão um prêmio de R$ 5 mil e uma coleção de livros de literatura. As instituições em que os educadores vencedores lecionam também recebem a coleção. As inscrições podem ser feitas no período de 20 de junho a 30 de setembro. Serão aceitos projetos individuais ou coletivos, com até cinco educadores. Todos os processos são realizados em ambiente digital, pelo site do Ecofuturo, incluindo a inscrição e envio dos projetos.
“A ideia é chamar a atenção para o fato de que o cotidiano é uma “excelente sala de aula a céu aberto” e que sustentabilidade é um tema que só pode ser abordado em primeira pessoa: o que cada um faz, ou não faz, interfere na vida de todos. Utilizar temas em pauta como tema de conversa nas escolas é uma boa maneira de atribuir sentido ao aprendizado, pois quem fala são pessoas diretamente atingidas pelos desequilíbrios ambiental e social. Daí o convite do Prêmio aos educadores para desenvolverem projetos que promovam a Rio+20 local, através do diálogo com seus alunos, para que percebam que cada um pode fazer sua parte no seu pedaço de mundo”, comenta Christine Castilho Fontelles, diretora de Educação e Cultura do Instituto Ecofuturo.
A proposta do 3º Prêmio vem como incentivo à mudança de um pensamento que coloca a sustentabilidade como algo distante do cotidiano das pessoas. De acordo com dados da pesquisa “O que o brasileiro pensa sobre meio ambiente”, realizada pelo Ministério do Meio Ambiente, em 2006, o desmatamento e a contaminação do ar e da água foram os problemas ambientais mais lembrados no País. No entanto, metade dos respondentes não soube identificar os problemas ambientais de seu próprio bairro. E tem mais: um estudo da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) revelou, em 2009, que um terço dos alunos brasileiros tem nível mínimo de conhecimentos em questões ambientais. Entre as 57 nações comparadas, só foram piores os resultados dos países Catar, Quirquistão e Azerbaijão.
Para contribuir com o processo de reflexão e elaboração da ideia baseada no tema, o Instituto Ecofuturo disponibilizou no site www.ecofuturo.org.br/premio uma extensa bibliografia e materiais de referência que situam sobre a importância dos cuidados para a sustentabilidade de todas as vidas e do contexto das conferências mundiais sobre meio ambiente. Entre as publicações da Biblioteca Virtual estão os livros Cuidados com a vida, coletânea do Ecofuturo com artigos de 20 profissionais das mais diversas áreas do conhecimento, que contam sobre formas diferentes de cuidado, e os livros Saber Cuidar 1 e 2, que reúnem os projetos vencedores da primeira e segunda edição do Prêmio Ecofuturo de Educação para a Sustentabilidade, respectivamente, que podem ser usados como um acervo de boas práticas para inspiração, entre muitos outros.
Dentro desse acervo estão iniciativas tão simples quanto criativas de ensino sobre sustentabilidade como o projeto da Professora Erisdê da Silva Borges, de Santa Luzia, no Maranhão, apresentado no 1º Prêmio Ecofuturo de Educação para a Sustentabilidade. A partir de uma feira de Higiene e Limpeza realizada com os alunos de sua escola, a professora conseguiu mobilizar a comunidade para cuidar do açude da região. A iniciativa deu tão certo que a Câmara de Vereadores local recebeu até um pedido de implantação de fossas no povoado.
As redes sociais foram ativadas desde março para promover e animar reflexões e debates sobre o tema da premiação. Os educadores e professores interessados podem interagir através do Blog de Educação para a Sustentabilidade http://www.ecofuturo.org.br/premio/blog, atualizado com postagens semanais, além do facebook e twitter. “A ideia é que haja muita troca, muito bate-papo, entre os educadores brasileiros. E que esta rede siga em frente para além das datas de execução do projeto“, diz Christine.
O 3º Prêmio Ecofuturo de Educação para a Sustentabilidade é realizado pelo Instituto Ecofuturo e conta com a educadora Maria Betânia Ferreira e Dora Carasse para a produção dos conteúdos pedagógicos – presentes desde a primeira edição do projeto. Tem patrocínio do Instituto Península e parceria dos ministérios do Meio Ambiente e do Desenvolvimento Social, Associação Nacional de Jornais - ANJ), via Programa Jornal e Educação, Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (GIFE) e Todos pela Educação.
O Prêmio também conta com o apoio das seguintes instituições: Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras; Vieira, Drigo e Vasconcelos Advogados; Centro de Democratização da Informática (CDI); Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI); Centro de Voluntariado São Paulo; Conselho Nacional dos Secretários de Educação (Consed); Fundação de Amparo ao Preso (FUNAP); Editora Cortez; UMAPAZ; Instituto C&A; Editora Segmento e Editora Sextante.
Sobre o Instituto Ecofuturo
O Instituto Ecofuturo é uma organização não-governamental focada na promoção da educação para a sustentabilidade. Acredita que saber ler, escrever e argumentar com competência é essencial para acessar os conhecimentos necessários para promover a sustentabilidade de todas as vidas.
Atua em parceria com instituições, empresas, governo, pesquisadores, comunidade e universidades visando contribuir com a qualificação de políticas públicas e do investimento social privado nas áreas em que atua. Criado em 1999 e mantido pela Suzano Papel e Celulose, é qualificado como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) e tem atuação autônoma.
Fonte: Ecofuturo
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