Por Ayne Freire - Coordenadora do programa Ler para Crescer, do jornal Folha da Região (Araçatuba/SP)
Paulo Freire mencionou certa vez que "ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo". Este papel de mediar conhecimento tem sido feito cada vez mais pelos veículos de comunicação, especialmente na sociedade pós-moderna. Sabe-se hoje que as pessoas aprendem história, geografia, português, ciências e muitos outros conteúdos em programas de TV, sites da internet e páginas de jornais e revistas.
Assumindo o papel
A responsabilidade é grande! Já não basta informar, é preciso educar, formar. E para isso, alguns veículos de comunicação já estão testando novas maneiras de fazer jornalismo. Nos Estados Unidos e na Europa, por exemplo, já é comum praticar o civic journalism (termo sem tradução ideal para o português) , um formato diferente que permite aos veículos de comunicação participar efetivamente da vida da comunidade. Além de investigar, mostrar e muitas vezes denunciar, eles também ajudam a solucionar os problemas locais e regionais.
Informação horizontal
No civic journalism, há um consenso para que a decisão sobre o que publicar seja horizontal e não vertical, de cima para baixo. Ouvem-se leitores (por meio das ferramentas próprias, como as colunas dos leitores, por exemplo); os repórteres, que estão na rua e têm contato direto com a população, e também as universidades, as organizações não-governamentais, os poderes constituídos, enfim, todos aqueles que podem representar a sociedade.
No pódio
A nova visão é que os leitores formam o quinto poder, capaz de vigiar o Executivo, o Legislativo, o Judiciário e a imprensa, o quarto poder. Ouvir o leitor, então, passou a ser essencial para garantir a sobrevivência dos veículos de comunicação no mercado aqui, em São Paulo ou em Nova York.
Nova era
É para esta nova fase que o Ler para Crescer está preparando professores e estudantes, de Araçatuba e região. Para que se tornem leitores proficientes dos veículos de comunicação, mas especialmente cidadãos ativos, capazes de ajudar os veículos de comunicação a construir uma sociedade melhor. Não basta reclamar, é preciso construir, juntos. Juan Diaz Bordenave já pontificou uma vez: "me diga como é sua comunicação e eu te direi como é sua sociedade." Assim, se as pessoas querem uma comunicação melhor, precisam ajudar a construí-la. A era da passividade já passou.
Fonte: Ler para Crescer 24/05/2011
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