Este ano, participam 13 escolas públicas, municipais e estaduais, envolvendo diretamente 149 professores e 2.989 estudantes. Cada escola recebe dois jornais por sala de aula.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), do Ministério da Educação (MEC) sugerem que o professor trabalhe com diversos textos e portadores de textos para que a aprendizagem faça sentido.
A Associação Nacional de Jornais (ANJ) incentiva os jornais brasileiros a fazer esse trabalho de educação com os exemplares nas salas de aulas. Atualmente, são 60 empresas jornalísticas que desenvolvem o Programa Jornal e Educação.
Em Mossoró, o jornal GAZETA DO OESTE leva para as escolas da cidade não só a informação, mas também a oportunidade de os alunos aprenderem sobre o veículo de comunicação e discutirem seu conteúdo, num debate plural e buscando a leitura crítica.
Os professores recebem capacitação para isso e são acompanhados pela equipe pedagógica do jornal GAZETA.
A Escola Municipal Professor Manoel Assis, localizada no bairro Boa Vista, recebeu ontem 18 exemplares para trabalhar em sala de aula. O jornal chegou pela manhã e vai atender um público de 386 alunos e 11 professores do 4º ao 9º ano.
A novidade é que este ano crianças entre 8 e 9 anos passam a receber também o jornal. Até o ano passado, apenas estudantes a partir do 6º ano recebiam os exemplares.
Desde o início do programa que a escola Manoel Assis participa dessa atividade. Para a gestora, Gerusa Gomes, é um programa muito rico, porque dá oportunidade para que as crianças possam se informar e também aprender a ler. “Como eles não têm em casa essa prática de leitura, eles veem no jornal uma forma de se aproximar dessas notícias. Ano passado trabalhamos com as crianças os vários textos. Aí trabalhamos o artigo, a reportagem, a charge. Mesmo os pequenininhos já têm contato com o jornal”, ressaltou a gestora.
Procura pelo jornal começa logo cedo
Nas escolas, quando o jornal chega, a procura é grande. De acordo com professores, muitos estudantes começam a perguntar pelo jornal logo que chegam à escola. É uma demonstração de que eles se interessam, sim, pela leitura.
Durante o recreio, estudantes procuram a biblioteca para ler o jornal. Pais também vão mais cedo buscar o filho na escola apenas para ter acesso ao jornal.
Para a professora Carmina Nóbrega, que leciona para crianças do 3º ano, no início é difícil trabalhar com as crianças, porque elas não são ainda alfabetizadas. Vêm de uma realidade em que a leitura não é habitual. “Tem uns que têm dificuldade, mas com outros já é mais fácil. Fizemos uma aula-passeio, quando fomos à Barragem de Genésio, e, na volta, fomos recortar coisas que falavam das enchentes. Eles mesmos procuram aquelas notícias que mais interessam a eles”, diz.
Os professores trabalham não só a parte pedagógica do jornal, associando suas notícias aos conteúdos das respectivas disciplinas, mas também aproveitam para levantar discussões a respeito do papel da imprensa na educação e levar o estudante a ler de forma crítica, analisando a notícia e a ideologia da mídia.
HISTÓRICO – Desde 2005, quando iniciaram as atividades do programa, cerca de 50 mil alunos e 4 mil professores foram atendidos em 117 escolas públicas e privadas de Mossoró e região.
O programa funciona de março a novembro, com a distribuição dos jornais e palestras e oficinas para professores e alunos.
Diretamente, o jornal atinge professores e alunos das escolas. Indiretamente, o número de leitores aumenta, porque muitos pais pedem para que o filho leve o jornal para casa para que possa ficar por dentro das notícias. Seus vizinhos, consequentemente, têm acesso ao conteúdo do jornal também.
Fonte: Jornal Gazeta do Oeste/ Texto: Marcos Antonio - Foto: Edinilto Neves 04/05/2011
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