Desde 2009, a Escola do Bosque, para meninos, e a Escola Mananciais, para meninas, funcionam no mesmo prédio em Curitiba, e seus estudantes não se cruzam, nem no intervalo das aulas.
"Meninos e meninas precisam de um aprendizado diferenciado, pois o amadurecimento deles é diferente", afirma Valdir Fernandes, diretor de formação da Escola do Bosque.
No Brasil, segundo Fernandes, há apenas quatro escolas no formato. No resto do mundo, no entanto, o número de escolas "single-sex" tem crescido --há cerca de 210 mil, em 70 países.
Os defensores do método afirmam que a separação de meninos e meninas durante a primeira parte da educação tem impacto nos resultados acadêmicos.
Segundo estudo da Easse (Associação Européia de Educação do Mesmo Sexo, em inglês), no Reino Unido, das 29 escolas públicas que se encontram entre as cem melhores, 25 são de educação diferenciada.
O Ofsed britânico (Gabinete para Padrões em Educação, em inglês) recomendou a separação por sexo.
Segundo eles, em escolas de educação diferenciada, as meninas se interessam por ramos considerados masculinos como a informática, a química e a matemática, pois os cursos são adaptados às suas necessidades.
Mas proposta de separação é controversa.
"Além da função acadêmica, há outros processos de aprendizagem que se dão dentro do espaço escolar. Por exemplo, a escola tornou-se importante na socialização", diz Helena Altmann, professora da faculdade de educação física da Unicamp.
Para Lise Eliot, neurocientista autora de "Pink Brain, Blue Brain", não há diferenças neurológicas que justifiquem a separação. "Meninos e meninas são mais parecidos do que diferentes."
Fonte: Folha.com 02/05/2011
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