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terça-feira, 15 de março de 2011

Envolvimento muito além das notícias

Veja abaixo como o jornal pode ser um excelente parceiro em projetos de cidadania. A matéria foi publicada no Jornal ANJ, de fevereiro de 2011. O próximo número será publicado em abril.

Não basta informar e entreter. Para diversos grupos de comunicação brasileiros, cada vez mais é necessário mobilizar. Protagonizando bem-sucedidas iniciativas na área social, as empresas do setor estão envolvendo a sociedade no debate de temas-tabu como o consumo de drogas ou ainda a preservação do patrimônio histórico e cultural. E as ações não se limitam a campanhas pontuais com apoio editorial e publicitário nos veículos de comunicação. Mobilizar leitores e comunidades em torno de causas positivas é uma tendência que vem sendo levada a sério. Muitas delas estão sob a bandeira da Educação.

Ação contra o crack mobiliza o sul do País
Em Porto Alegre, o Grupo RBS lançou em novembro do anopassado o Instituto Crack, Nem Pensar, uma organização de direito privado, sem fins lucrativos, que conta com o apoio de entidades públicas eprivadas - Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho, Associação do Ministério Público do Rio Grande do Sul (AMP/RS), Associação Catarinense do Ministério Público (ACMP), Associação dos Juízes do Rio Grande doSul (Ajuris), Associação dos Magistrados Catarinenses (AMC),Universidade Federal do Rio Grande doSul (UFRGS) e Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

O objetivo foi dar continuidade à mobilização que a campanha de mesmo nome promoveu em torno do assunto nos dois últimos anos. Desde que começou, em 2009, a iniciativa gerou resultados positivos no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina.O Grupo RBS estima que milhões de pessoas foram atingidas nos dois estados.

As 250 mil cartilhas produzidas não deram conta da demanda e mais de um milhão de adesivos continuam estampados nos carros dos gaúchos e catarinenses. Os reflexos aparecem também na área dasegurança pública. Segundo Alceu Nascimento, diretor executivo do Instituto Crack, Nem Pensar, o número de roubo de automóveis — crime associado diretamente ao uso da droga — registrou queda de 18% nos dez primeiros meses de 2010.Com o problema do crack em evidência, outras medidas surgiram.

ASecretaria da Saúde do Rio Grande do Sul criou 73 novos leitos para tratamento de dependentes químicos e a Secretariade Justiça e Movimento Social destinou R$ 2 milhões, por meio de dois editais públicos, para financiar projetos de prevenção nos municípios do Estado.

A Assembleia Legislativa e a Associação de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) formaram comissões para discutir o tema. Já o Ministério Público desenvolveu uma campanha paralela, e a Universidade Federal do Rio Grande doSul produziu o 1º Seminário Internacional de Crack e Outras Drogas, que reuniu duas mil pessoas por três dias em julho de 2010.“Tudo isso aconteceu de forma espontânea, à revelia da campanha,mas sem dúvida dentro do contexto, e buscando apoio do Grupo RBS e da Fundação Maurício Sirotsky”, afirma Alceu Nascimento.

“Não há dúvida de que essa mobilização agendou a sociedade local. E foi essa a razão de se criar o Instituto”. O ambiente de articulação está tão favorável que o RioGrande do Sul encabeça a criação de um projeto de lei para descentralizar os recursos mobilizados pela repressão ao crime, hoje concentrados em um fundo nacional.O movimento comandado pelo Ministério Público, Secretaria de Justiça e a Assembleia Legislativa conta com apoio do Instituto.

Outro sinal do bom desempenho da campanha é o estudo publicado em dezembro pela Confederação Nacional de Municípios (CNM): o Rio Grande do Sul é o estado brasileiro onde mais municípios desenvolveram ações de enfrentamentoao crack e a outras drogas. O levantamento indicou que 64,5% dos municípios gaúchos adotam algum tipo de medida contra a droga.A média brasileira foi de 48.15%.

Mais conhecimento
A primeira iniciativa do Instituto Crack, Nem Pensar será a criação do Observatório sobre o Crack e outras Drogas, um site colaborativo e dinâmico que facilitará o acesso à informação sobre o que está sendo feito em cada município do país para enfrentar o problema. O portal atenderá desde o cidadão comum até os profissionais que atuam nessa temática.“O principal papel da organização é produzir mais conhecimento e dotar demais inteligência as ações públicas e não governamentais que enfrentam o problema do crack e outras drogas ilícitas”, ressalta Nascimento.

A agenda do Instituto ainda prevê para julho um seminário com a participação de especialistas renomados. Desse encontro resultará o planejamento estratégico para o segundo semestre de 2011. Eventos de capacitação e ações junto a escolas de Ensino Médio são algumas das ações previstas para tornar a proposta doinstituto uma realidade no sul do país.

Fonte: Jornal ANJ/ Ana Crisitina Basei e Néia Oliveira - FEV/2011

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