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terça-feira, 25 de maio de 2010

Sugestão de atividade com o Jornal: “A Obra de Jorge Amado se equilibra em opostos”

A partir de uma entrevista feita pela repórter Patrícia Moreira a Lilia Moritz Schwarcz, no Caderno 2 do Jornal A Tarde (BA), de 24 de maio de 2010, o programa A Tarde Educação sugere uma atividade aos educadores.

A entrevista foi sobre a obra de Jorge Amado. E para quem não conhece, Lilia Moritz Schwarcz é uma das fundadoras da Companhia das Letras, onde coordena as coleções de não-ficção e, desde 2008, é curadora do projeto dedicado a Jorge Amado.

Tema Transversal: Pluralidade Cultural
Áreas de Conhecimento e conteúdos relacionados:
Geografia: Bahia e Recôncavo baiano
História: A cultura baiana, origem
Português: Livros de Jorge Amado
Sociologia: Multiculturalismo
Sugestão de Atividade:
A entrevista apresenta características das obras de Jorge Amado, como este concebe a cultura baiana em seus livros. A partir do que foi exposto na entrevista, pesquisar alguns personagens famosos nas obras do autor e, a partir das características percebidas nestes, refletir sobre a cultura baiana, através da visão de Jorge Amado.
Dica:
Uma semana de literatura dedicada às obras de Jorge Amado!
Lilia Moritz Schwarcz é uma das fundadoras da Companhia das Letras, onde coordena as coleções de não-ficção. Desde 2008, é curadora do projeto dedicado a Jorge Amado, que se encerra esta semana com o Seminário Acadêmico Internacional Jorge Amado, em São Paulo e Salvador. Na sexta-feira, Lilia, que estava no Rio de Janeiro para uma reunião na Academia Brasileira de Letras, concedeu esta entrevista. Entre animada com os resultados até aqui obtidos e os inúmeros compromissos, nesta reta final, ela não consegue esconder que está nos últimos cem metros da maratona e otimista com a realização do grande evento que se propõe a dar novas interpretações à obra amadiana.

A TARDE: Qual a importância de se promover estas discussões em torno de JorgeAmado?

LIlia Moritz: O objetivo é revisitar Jorge Amadoa partir das várias possibilidades que a obra dele apresenta: com mesa sobre mestiçagens, sobre sincretismo, sobre gênero, sobre identidade. A ideia é mostrar como uma obra como esta é passível de novas leituras e novas interpretações,a partir dos novos contextos que a gente vivencia. Jorge Amado sempre foi um escritor de sucesso e usufruiu em vida do reconhecimento,embora também tenha sofrido críticas de muitos acadêmicos.

AT: Hoje há alguma mudança na forma de enxergar o seu legado?
LM:
Eu acho que tem uma mudança para o bem e para o mal. Como tem a das raças e das cotas, ele, muitas vezes, aparece um pouco como o divulgador da ideia das mestiçagens. Mas, na contramão, como há certos temas importantes na sua obra, como a questão da violência, ele pode ser revisitado com uma roupagem renovada. O que eu penso é que um bom autor é uma parte do contexto em que está inserido e acaba sendo adicionado a cada novo momento de discussão da sociedade.Assim, a obra de Jorge Amado é passível de inúmeras leituras. Em vez de tomá-la a partir de uma determinada vertente, partimos da ideia de que há um universo plural que pode ser recuperado.

AT: O que se buscou ao convidar o escritor angolano José Eduardo Agual usa para falar sobre a literatura amadiana?
LM:
Como é um seminário internacional, nosso interesse é justamente pontuar, com esses convidados, qual é a repercussão de Jorge Amado fora do País e que imagem de Brasil ele teria levado para fora. Isso como uma forma de não limitar a discussão ao nosso território.
AT: E que imagem foi essa, na sua opinião? O que fica da obra de Jorge Amado para quem é de fora, um Brasil estilizado?
LM:
É um certo Brasil, sem dúvida, tropical, das mestiçagens–de uma certa mestiçagem – das cores, dos idiomas, dos aromas, mas é também um Brasil profundamente hierarquizado. Então, na obra de Jorge Amado,não há só as prostitutas, há também o coronel. Ele é um autor que se equilibra em opostos: de um lado esta ideia da mestiçagem e,de outro, não há como negar que a violência aparece em muitas páginas dos romances. Então, Jorge Amado é, na minha opinião, um autor que se equilibra em opostos e é essa a imagem do Brasil que vai para fora do País.

AT: Há novos projetos em relação a Jorge Amado?
LM:
Este é um grande projeto que é coroado como seminário, e que incluiu a capacitação de professores em 12 cidades do Brasil, concursos de poesia, de cinema… Claro que vamos continuar publicando livros, ensaios, mas, por enquanto, estamos felizes por concretizar este projeto.

Fonte: Blog A Tarde Educação

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