Os jogos eletrônicos figuram no rol das brincadeiras preferidas das crianças. Para muitos pais, deveriam ser abolidos a todo custo. Especialistas, entretanto, discordam de tal visão apocalíptica.
Para muitos, é possível enxergar pontos positivos na cultura digital. O termo inglês edutainment explica justamente a mistura de educação (education) e diversão (entertainment).
Na opinião da professora Tizuko Morchida, da USP, cada brincadeira tem o papel de desenvolver uma habilidade na criança–inclusive os jogos eletrônicos. Segundo a especialista, negar à criança o acesso a tais produtos pode até ser negativo. “Se a tecnologia hoje faz parte da nossa história, impedir o uso desses jogos é como voltar à Idade Média”, diz a professora – e, para os pequenos, Idade Média é sinônimo apenas de simulação de lutas com espada e escudo.
Limites devem existir Uma recomendação aos responsáveis é acompanhar e limitar os horários permitidos para utilização de tais formas de brincar. É o que busca o pai de Nicolas Nogueira, 11 anos.
“Se deixar, ele fica o dia inteiro no computador”, diz André Nogueira. Para ele, “todo pai gostaria de ver o filho brincando, jogando futebol”.
Mas quando a turma se junta, a bola rola na tela do computador.
André lembra que tais modalidades de diversão podem ajudar na inserção da cultura digital, tão valorizada na contemporaneidade.
“Mas o que não pode é se esquecer do mundo real” diz, corroborando com a visão da pesquisadora da Ufba Ilka Bichara: “Só é ruim quando substitui a sociabilização por uma atividade solitária”, diz.
A conversa com Nicolas quase é impedida de acontecer justamente pelo tema da matéria (“larga um pouco ocomputador”, disseopai).O estudante obedece e confessa: gosta de brincar, sim, com as formas mais tradicionais de diversão.
“Adoro papai ajuda”, citando a brincadeira cujas regras parecem com aquelas do pega pega.
Fonte: Jornal A Tarde (BA) - 07/06/2010
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