Representando atletas que colaboram com a campanha (tais como Raí, Rivelino, Rogério Ceni, Júnior, Sócrates e Basílio), o ex-jogador Zico participou do lançamento no Brasil da campanha mundial “1Gol: Educação para Todos”. A principal meta da iniciativa é zerar até 2015 no mundo inteiro o número de jovens fora da escola.
Segundo a iniciativa, em todo o mundo, 72 milhões de crianças em idade para cursar o ensino fundamental não possuem acesso à educação. No Brasil, 10% das pessoas com mais de 15 anos são analfabetas, isto é, 13,9 milhões de cidadãos. “Se somos campeões da bola, por que não também sermos campeões da educação?”, diz o ex-jogador.
“Só tive sucesso devido à ótima educação que tive dentro de casa, com meus professores, na escola. Isso foi fundamental para eu chegar onde cheguei”, ressaltou. Daniel Cara, diretor da CGE (Campanha Global pela Educação) e coordenador-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, frisa que embora o Brasil já esteja entre as maiores potências econômicas globais, o País ocupa hoje a 88ª colocação no ranking mundial da educação.
Pouco mais da metade (53,8%) dos brasileiros que ingressam no ensino fundamental conseguem concluí-lo. “Muito foi feito em termos de compromisso formal, mas houve poucas realizações. Nossa principal aposta é a de que os governantes mudam quando a sociedade pressiona.
Queremos que todos saibam que educação é um direito que não está sendo cumprido, nem respeitado”, explica o diretor, enfatizando a escolha do futebol como fator de mobilização social. A campanha conta com o apoio de políticos, atletas e grupos sociais. A Fifa e a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) também são parceiros.
Uma das metas da campanha é colher 30 milhões de assinaturas pelo mundo. No Brasil, o objetivo é alcançar 1 milhão. Mas Cara está otimista. Ele revela que já há 600 mil assinaturas e lança um desafio ainda maior: chegar a 1,6 milhão de signatários. “1Gol: Educação para Todos” pretende ainda pressionar o governo nacional na direção de um aumento de cerca de R$ 30 bilhões no investimento anual destinado à educação, ultrapassando os 5% do PIB (Produto Interno Bruto).
Em 2008, os recursos destinados à área representaram 4,7% do PIB. A média dessa taxa entre os países desenvolvidos é de 6,2%. A diretora da Unesco, Irina Bukova, prestigiou o lançamento. “Educação é crucial para o desenvolvimento. Porque não se pode alcançar a diminuição da pobreza, igualdade de gênero, saúde, sem a educação”, destacou Bukova.
A senadora Fátima Cleide (PT-RO), presidente da Comissão de Educação e Cultura do Senado, reforçou a urgência da regularização do piso salarial para docentes. “Para haver o resgate da valorização e dignidade da educação, é preciso haver valorização profissional. Hoje, só 2% dos jovens querem ser professores”, pressionou a senadora.
Fonte: UOL Educação/ Texto: Daniel Milazzo - 01/06/2010
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