Crianças com desempenho adequado em escrita têm notas acima da média em leitura (Revista Nova Escola)
Nas capitais brasileiras, 44% dos alunos do 3º ano do Ensino Fundamental não sabem o mínimo que deveriam em leitura. Com relação à escrita, 47% não conseguem produzir textos simples, como uma carta. Os dados são da Prova ABC, organizada pelo movimento Todos pela Educação em parceria com a Fundação Cesgranrio e o Instituto Paulo Montenegro. A pesquisa mostra também que os estudantes precisam estar acima do mínimo esperado em leitura para conseguir escrever bem.
A conclusão foi tirada com base em um cruzamento dos resultados das provas. Os pesquisadores notaram que quem alcançou 75 pontos na avaliação escrita (nível considerado adequado) obteve, em média, 196 pontos na prova de leitura - 21 a mais do que a nota satisfatória para a área, 175 pontos. "A leitura facilita a escrita ao enriquecer o vocabulário da criança e ao ajudá-la a internalizar a estrutura sintática da língua e conhecer diferentes gêneros textuais", explica Magda Becker Soares, professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e pesquisadora do Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita (Ceale). Isso, no entanto, não elimina a necessidade do ensino da produção de texto. "Não basta deixar a criança ler muito e achar que ela vai escrever bem", complementa ela.
Para ajudar a organizar esse aprendizado, a Prova ABC traz uma novidade interessante: a divulgação dos conteúdos avaliados, mostrando o que os alunos sabem e o que precisa ser revisto. Na avaliação de leitura, eles tiveram de responder a 20 questões em forma de teste. Quem alcançou nota 175 conseguiu identificar temas de enredos, perceber relações de causa e efeito contidas em narrativas, identificar características de personagens e localizar informações explícitas em textos como lendas, fábulas, contos e histórias em quadrinhos.
Já na prova de escrita, os estudantes foram convidados a escrever uma carta a um amigo. Os considerados bons escritores se adequaram ao tema e ao gênero indicados na prova e apresentaram coesão e coerência no conteúdo da correspondência fictícia e um bom registro quanto à grafia das palavras e à adequação às normas gramaticais - considerando desvios pontuais próprios dessa fase(veja na página seguinte duas redações consideradas adequadas).
Um retrato da alfabetização
Os resultados da Prova ABC trazem um panorama da alfabetização nas capitais brasileiras. Enquanto 52% dos alunos da rede pública não alcançam o nível de leitura esperado para o início da Ensino Fundamental, apenas 21% dos matriculados nas particulares apresentam a mesma defasagem. Com relação à escrita, os percentuais são de 56% da rede pública abaixo do patamar mínimo e 18% da privada.
Considerando apenas a rede pública, a região com a pior pontuação em leitura foi a Nordeste, com média de 159 pontos, e a melhor foi a Sul, com 228. Já em escrita, a Sudeste apresentou os melhores resultados, 66% dos alunos têm boas produções. A pior região foi a Nordeste, em que apenas 30% dos estudantes do 3º ano dominam a escrita.
A conclusão foi tirada com base em um cruzamento dos resultados das provas. Os pesquisadores notaram que quem alcançou 75 pontos na avaliação escrita (nível considerado adequado) obteve, em média, 196 pontos na prova de leitura - 21 a mais do que a nota satisfatória para a área, 175 pontos. "A leitura facilita a escrita ao enriquecer o vocabulário da criança e ao ajudá-la a internalizar a estrutura sintática da língua e conhecer diferentes gêneros textuais", explica Magda Becker Soares, professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e pesquisadora do Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita (Ceale). Isso, no entanto, não elimina a necessidade do ensino da produção de texto. "Não basta deixar a criança ler muito e achar que ela vai escrever bem", complementa ela.
Para ajudar a organizar esse aprendizado, a Prova ABC traz uma novidade interessante: a divulgação dos conteúdos avaliados, mostrando o que os alunos sabem e o que precisa ser revisto. Na avaliação de leitura, eles tiveram de responder a 20 questões em forma de teste. Quem alcançou nota 175 conseguiu identificar temas de enredos, perceber relações de causa e efeito contidas em narrativas, identificar características de personagens e localizar informações explícitas em textos como lendas, fábulas, contos e histórias em quadrinhos.
Já na prova de escrita, os estudantes foram convidados a escrever uma carta a um amigo. Os considerados bons escritores se adequaram ao tema e ao gênero indicados na prova e apresentaram coesão e coerência no conteúdo da correspondência fictícia e um bom registro quanto à grafia das palavras e à adequação às normas gramaticais - considerando desvios pontuais próprios dessa fase(veja na página seguinte duas redações consideradas adequadas).
Um retrato da alfabetização
Os resultados da Prova ABC trazem um panorama da alfabetização nas capitais brasileiras. Enquanto 52% dos alunos da rede pública não alcançam o nível de leitura esperado para o início da Ensino Fundamental, apenas 21% dos matriculados nas particulares apresentam a mesma defasagem. Com relação à escrita, os percentuais são de 56% da rede pública abaixo do patamar mínimo e 18% da privada.
Considerando apenas a rede pública, a região com a pior pontuação em leitura foi a Nordeste, com média de 159 pontos, e a melhor foi a Sul, com 228. Já em escrita, a Sudeste apresentou os melhores resultados, 66% dos alunos têm boas produções. A pior região foi a Nordeste, em que apenas 30% dos estudantes do 3º ano dominam a escrita.
Veja ainda: Exemplos de boas redações comentadas: http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-1/dados-prova-abc-ilustram-quanto-ler-ajuda-escrever-668205.shtml?page=1
Fonte: Revista Nova Escola - Com apuração de Mariana Queen / Editado por Elisa Meirelles
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