Por Ayne Salviano (*)
Enquanto escrevo, centenas de pessoas interessadas na inter-relação entre comunicação e educação estão reunidas para celebrar a Década da Educomunicação. Nesse período, houve um crescente interesse de governos (federal, estaduais e municipais), educadores, profissionais da comunicação, mas especialmente dos jovens, pelas atividades que dão vez e voz ao público.
POLÍTICAS PÚBLICAS
O exemplo de valorização mais importante vem do governo federal com o Programa Mais Educação, que se baseia no conceito e pressupostos educomunicativos como uma forma de agregar à busca constante por uma educação integral. O programa, criado como parte do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), tem como proposta articular diferentes ações, projetos e programas nos Estados, e municípios, em consonância com o projeto pedagógico da escola, ampliando tempo, espaços e oportunidades educativas nas escolas de período integral.
CRESCIMENTO
O Mais Educação só cresce. De acordo com a jornalista Daniele Próspero, especialista em jornalismo social e em educação comunitária, e pesquisadora do NCE - Núcleo de Comunicação e Educação da USP - Universidade de São Paulo, em 2008, 1.378 escolas de ensino fundamental no país foram contempladas com o programa; em 2009, 5.040; e, em 2010, mais de 10 mil. Em 2011, 15.018 escolas públicas passaram a oferecer educação integral. A previsão é atingir 3 milhões de alunos, com estimativa de recursos de R$ 574 milhões.
MAIS EDUCAÇÃO
As escolas que participam do programa têm uma jornada mínima de sete horas e no horário diverso às aulas tradicionais praticam atividades em pelo menos três dos dez macrocampos: acompanhamento pedagógico (obrigatório); meio ambiente; esporte; direitos humanos; cultura e arte; inclusão digital; prevenção e promoção da saúde; comunicação e uso de mídias; educação científica; e educação econômica e cidadania.
USO DAS MÍDIAS
A educomunicação insere-se em “Comunicação e Uso de Mídias”. As escolas podem optar por atividades de rádio, jornal, fotografia, vídeo e histórias em quadrinhos. Elas recebem recursos para a compra de equipamentos e contratação de monitores.
SÃO PAULO
Na capital, a educomunicação faz parte das políticas públicas da Secretaria de Educação desde 2005 quando o então prefeito José Serra assinou o Decreto nº 46.211 que instituiu o Programa EDUCOM cujo objetivo é “promover a inter-relação entre processos e tecnologias da informação e da comunicação e as demais áreas do conhecimento e da vida social, ampliando as habilidades e competências e envolvendo diversas linguagens e formas de expressão para a construção da cidadania”.
CIDADE E REGIÃO
Em Araçatuba, embora não haja decreto semelhante ao de São Paulo, na prática a Secretaria Municipal de Educação ‘adotou’ as práticas educomunicativas ao apoiar o Programa Jornal e Educação Ler para Crescer, pois permitiu que grande parcela de seus educadores participasse dos cursos de formação continuada promovidos pela Folha da Região ao longo de 2010 e 2011. Esses professores têm desenvolvido práticas educomunicativas maravilhosas (sempre noticiadas nesta página)
FATO
A verdade é que não é possível mais retroceder. Agora é avançar, aperfeiçoar, conquistar. Bom trabalho a todos nós!
(*) Ayne Regina Gonçalves Salviano é jornalista e professora. Mestre em Comunicação e Semiótica. Especialista em Metodologia Didática. Professora no ensino médio, graduação e pós na rede particular de Araçatuba. Coordenadora do Programa Jornal e Educação Ler para Crescer da Folha da Região. ayne.salviano@folhadaregiao.com.br
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