Programa O Liberal na Escola, do jornal O Liberal (PA), promove palestra no dia 11 de maio, em Belém, com o engenheiro, professor e pesquisador Manoel Ribeiro Júnior. O tema é Cabanagem - Revolução Social Popular.
A palestra é voltada a educadores e a coordenação do evento é do escritor, jornalista e educador Salomão Larêdo.
sexta-feira, 30 de abril de 2010
quinta-feira, 29 de abril de 2010
Site disponibiliza vídeos da Conferência Internacional O Impacto das TICs na Educação
Brasília sediou nos dias 27 e 28 de abril a Conferência Internacional "O Impacto das TICs na Educação". O objetivo foi revisar as abordagens e as práticas de avaliação sobre impacto das tecnologias da informação e comunicação na qualidade da educação da América Latina e do Caribe e discutir métodos para formação de professores.
A conferência foi realizada pela representação da UNESCO no Brasil, o Escritório Regional de Educação para a América Latina e o Caribe (OREALC/UNESCO Santiago) e a SEED/MEC.
Para o público que tem interesse na área, mas não pôde participar do evento, os organizadores disponibilizaram os vídeos com as palestras no site da conferência. Para assistir, basta acessar: http://www.iptvcultura.com.br/ticeducacao
Além da disponibilização das palestras foram criados grupos de discussão com participantes de vários países. A idéia é aprofundar o debate e trocar boas práticas nesse campo, ajudando na reflexão de políticas públicas. O site da conferência também reunirá toda a informação relevante sobre o evento: agenda, documentos oficiais, perfis dos palestrantes, novidades e notícias.
A conferência foi realizada pela representação da UNESCO no Brasil, o Escritório Regional de Educação para a América Latina e o Caribe (OREALC/UNESCO Santiago) e a SEED/MEC.
Para o público que tem interesse na área, mas não pôde participar do evento, os organizadores disponibilizaram os vídeos com as palestras no site da conferência. Para assistir, basta acessar: http://www.iptvcultura.com.br/ticeducacao
Além da disponibilização das palestras foram criados grupos de discussão com participantes de vários países. A idéia é aprofundar o debate e trocar boas práticas nesse campo, ajudando na reflexão de políticas públicas. O site da conferência também reunirá toda a informação relevante sobre o evento: agenda, documentos oficiais, perfis dos palestrantes, novidades e notícias.
quinta-feira, 22 de abril de 2010
A conferir!
Congresso Internacional Alfabetização Mediática e Culturas Digitais
Dias 13 e 14 de Maio
Sevilla/Espanha
congresoculturadigital.wordpress.com
Congresso Internacional de Educação
Dia 27 a 29 de Maio
Ponta Grossa/Paraná (Brasil)
www.isapg.com.br/2010/ciepg
V Seminário Nacional O Professor e a Leitura de Jornal: Mídia, Educação e Formação Docente
Dias 14 a 16 de Julho
UNICAMP
Campinas/ São Paulo (Brasil)
www.anj.org.br/jornaleeducacao e http://www.alb.com.br/portal/5seminario/index.html
Media Literacy Conference
Dias 19 e 20 de Novembro
Londres/Inglaterra
http://mlc2010.org.uk/index.php
Dias 13 e 14 de Maio
Sevilla/Espanha
congresoculturadigital.wordpress.com
Congresso Internacional de Educação
Dia 27 a 29 de Maio
Ponta Grossa/Paraná (Brasil)
www.isapg.com.br/2010/ciepg
V Seminário Nacional O Professor e a Leitura de Jornal: Mídia, Educação e Formação Docente
Dias 14 a 16 de Julho
UNICAMP
Campinas/ São Paulo (Brasil)
www.anj.org.br/jornaleeducacao e http://www.alb.com.br/portal/5seminario/index.html
Media Literacy Conference
Dias 19 e 20 de Novembro
Londres/Inglaterra
http://mlc2010.org.uk/index.php
Ensino bilíngue atrai as crianças graças a método lúdico e contextualizado
Educandário tradicional fundado em 1902, o Liceu Santista, em Santos (SP), oferece ensino bilíngue há seis anos. As aulas de inglês, terceirizadas, têm início a partir do nível III do ensino infantil, quando ocorrem uma vez por semana, e vão aumentando gradativamente. Assim, de duas vezes por semana no primeiro ano do ensino fundamental, o ensino de inglês passa para cinco aulas semanais no período a partir do sexto até o nono ano. No ensino médio, são realizadas aulas dirigidas, três vezes por semana.
“Temos conseguido excelentes resultados, inclusive com aprovação de alunos em universidades norte-americanas”, destaca a professora Alessandra Dias Vieira Marques, uma das coordenadoras do ensino bilíngue na instituição. Formada em letras e pedagogia, cursando pós-graduação em psicopedagogia, e com proficiência no idioma inglês pela Universidade de Michigan, Alessandra Marques explica que a proposta é oferecer um ensino bilíngue de qualidade, contextualizado e que garanta a fluência em todas as habilidades: fala, audição, escrita e leitura.
Na opinião da outra coordenadora do ensino bilíngue no Liceu Santista, Maria Vitória Komar, a metodologia utilizada é lúdica e contextualizada: “acreditamos que o aluno só aprende quando traz para o concreto o que aprendeu”, justifica a professora, que também tem proficiência no idioma inglês pela Universidade de Michigan.
Apesar de alguns alunos estrangeiros, a maior parte dos cerca de 1.200 estudantes da instituição é constituída por brasileiros. “Eles vêm de famílias que valorizam o aprendizado da língua inglesa como um importante diferencial,” ressalta Maria Vitória. Outros diferenciais são as turmas reduzidas, com cerca de 15 alunos no máximo; aulas no laboratório de informática; materiais multimídia, e a realização de vivências e projetos especiais, como culinária, filmes, música, poesia, e teatro, entre outros.
Na visão de Alessandra Marques, o ensino bilíngue é uma tendência na educação. “O idioma inglês já é uma obrigatoriedade no mercado de trabalho, independente da cidade e do país. Por isso nossa preocupação constante em oferecer o que há de mais moderno em termos de aprendizagem e material didático”, justifica.
Sonho
No Estado de Goiás, a Escola Internacional de Goiânia, criada em 1993, é uma escola bilíngue que atende 450 alunos do ensino infantil e da educação fundamental. Segundo a diretora pedagógica da instituição, Jeannette Aller Moreira, ela é resultado do sonho de oferecer um serviço de educação com visão globalizada, em que as crianças são alfabetizadas na língua materna e, simultaneamente, aprendem o inglês.
A aprendizagem se dá de forma lúdica, com atividades planejadas para atender o nível de desenvolvimento do aluno. Nas turmas iniciais, com crianças de um ano e meio a três anos, o inglês é usado durante todo o tempo, evitando-se o uso do português. Nas turmas de três a cinco anos são utilizadas as duas línguas, meio a meio. O processo de alfabetização em português tem início no primeiro ano, enquanto a alfabetização em inglês começa apenas no segundo ano. É no segundo ano também que os conteúdos das disciplinas curriculares específicas, como matemática e história, começam a ser apresentados nos dois idiomas. “Tal procedimento, ao mesmo tempo em que promove o conhecimento de áreas específicas, auxilia o processo de aquisição do inglês e facilita a alfabetização no idioma,” justifica Jeannette Moreira.
Do sexto ao nono ano, as aulas de inglês ocorrem quatro vezes por semana, com os alunos separados por níveis de conhecimento da língua. Nas disciplinas regulares, os alunos têm contato com conteúdos específicos na língua inglesa. Para a diretora pedagógica da Escola Internacional de Goiânia, a sociedade atual necessita de pessoas flexíveis e versáteis, e com boa capacidade de comunicação. “Devem dominar tecnologias de informação e possuir conhecimento de outras línguas e culturas,” ressalta.
Fonte: MEC
“Temos conseguido excelentes resultados, inclusive com aprovação de alunos em universidades norte-americanas”, destaca a professora Alessandra Dias Vieira Marques, uma das coordenadoras do ensino bilíngue na instituição. Formada em letras e pedagogia, cursando pós-graduação em psicopedagogia, e com proficiência no idioma inglês pela Universidade de Michigan, Alessandra Marques explica que a proposta é oferecer um ensino bilíngue de qualidade, contextualizado e que garanta a fluência em todas as habilidades: fala, audição, escrita e leitura.
Na opinião da outra coordenadora do ensino bilíngue no Liceu Santista, Maria Vitória Komar, a metodologia utilizada é lúdica e contextualizada: “acreditamos que o aluno só aprende quando traz para o concreto o que aprendeu”, justifica a professora, que também tem proficiência no idioma inglês pela Universidade de Michigan.
Apesar de alguns alunos estrangeiros, a maior parte dos cerca de 1.200 estudantes da instituição é constituída por brasileiros. “Eles vêm de famílias que valorizam o aprendizado da língua inglesa como um importante diferencial,” ressalta Maria Vitória. Outros diferenciais são as turmas reduzidas, com cerca de 15 alunos no máximo; aulas no laboratório de informática; materiais multimídia, e a realização de vivências e projetos especiais, como culinária, filmes, música, poesia, e teatro, entre outros.
Na visão de Alessandra Marques, o ensino bilíngue é uma tendência na educação. “O idioma inglês já é uma obrigatoriedade no mercado de trabalho, independente da cidade e do país. Por isso nossa preocupação constante em oferecer o que há de mais moderno em termos de aprendizagem e material didático”, justifica.
Sonho
No Estado de Goiás, a Escola Internacional de Goiânia, criada em 1993, é uma escola bilíngue que atende 450 alunos do ensino infantil e da educação fundamental. Segundo a diretora pedagógica da instituição, Jeannette Aller Moreira, ela é resultado do sonho de oferecer um serviço de educação com visão globalizada, em que as crianças são alfabetizadas na língua materna e, simultaneamente, aprendem o inglês.
A aprendizagem se dá de forma lúdica, com atividades planejadas para atender o nível de desenvolvimento do aluno. Nas turmas iniciais, com crianças de um ano e meio a três anos, o inglês é usado durante todo o tempo, evitando-se o uso do português. Nas turmas de três a cinco anos são utilizadas as duas línguas, meio a meio. O processo de alfabetização em português tem início no primeiro ano, enquanto a alfabetização em inglês começa apenas no segundo ano. É no segundo ano também que os conteúdos das disciplinas curriculares específicas, como matemática e história, começam a ser apresentados nos dois idiomas. “Tal procedimento, ao mesmo tempo em que promove o conhecimento de áreas específicas, auxilia o processo de aquisição do inglês e facilita a alfabetização no idioma,” justifica Jeannette Moreira.
Do sexto ao nono ano, as aulas de inglês ocorrem quatro vezes por semana, com os alunos separados por níveis de conhecimento da língua. Nas disciplinas regulares, os alunos têm contato com conteúdos específicos na língua inglesa. Para a diretora pedagógica da Escola Internacional de Goiânia, a sociedade atual necessita de pessoas flexíveis e versáteis, e com boa capacidade de comunicação. “Devem dominar tecnologias de informação e possuir conhecimento de outras línguas e culturas,” ressalta.
Fonte: MEC
Mãe digital
A jornalista Vanessa Cabral dizia que nunca faria um blog, exceto se um dia tivesse algo realmente importante para contar. No início deste ano, ela encontrou um bom motivo para mergulhar nessa empreitada e conseguiu inovar o congestionado universo da blogosfera. Não há registro, pelo menos no Brasil, de que alguém tenha criado uma página na internet para acompanhar o cotidiano de seus filhos numa escola pública.
Irritada com o valor das mensalidades dos colégios particulares (de R$ 900 a R$ 1.500) e crítica em relação aos métodos pedagógicos, ela tomou coragem e matriculou seus dois filhos, Ian e Arthur, na escola pública (Brigadeiro Faria Lima) mais próxima de sua casa (em Perdizes). "Senti que, finalmente, tinha encontrado algo, de fato, interessante para escrever.
"Ocorreu, porém, que algumas pessoas passaram a perguntar a Vanessa se ela tinha algum problema psicológico. "Quando contei ao meu grupo de meditação que meus filhos estavam estudando numa escola pública, vi olhos arregalados como se eu tivesse blasfemado."No dia seguinte, recebeu e-mails, todos demonstrando preocupação. Num deles, uma amiga contou que sonhara que os meninos estavam correndo perigo.
A decisão de Vanessa, entretanto, foi cercada de cautela.Além de visitar por várias vezes a escola, conversou com a direção, com a coordenação e com professores. "Senti confiança." Viu que estavam criando ações extracurriculares e que se mostravam abertos à participação dos pais. Resolveu, então, participar do conselho da escola para poder influir na gestão.
Rapidamente, ela sentiu vontade de relatar sua experiência. Descobriu um jeito de unir seu projeto educativo ao seu projeto jornalístico, dando uma dimensão digital à maternidade.Para acompanhar melhor os filhos, teve de mudar sua vida profissional. Acertou um horário mais flexível na Redação em que trabalha (da revista "Poder", editada por Joyce Pascowitch).
Até agora, seu blog tem sido favorável à escola. Ela vem mostrando que há aspectos positivos apesar das dificuldades. Num dos textos, mostrou-se satisfeita ao ver um dos filhos fazer um projeto com base no quadro "Guernica", de Picasso.
Seus textos não só ajudam a desmontar preconceitos como também, ao mesmo tempo, mostram que a entrada da classe média nas escolas públicas pode melhorar a fiscalização dessas instituições.
Um dos projetos de Vanessa é que o blog seja um fórum de discussão que atraia as outras mães e pais de alunos da escola, mas, por enquanto, os leitores são seus amigos e conhecidos, cujos filhos estão em escolas particulares.
Fonte: Gilberto Dimesntein/ Portal Aprendiz
Irritada com o valor das mensalidades dos colégios particulares (de R$ 900 a R$ 1.500) e crítica em relação aos métodos pedagógicos, ela tomou coragem e matriculou seus dois filhos, Ian e Arthur, na escola pública (Brigadeiro Faria Lima) mais próxima de sua casa (em Perdizes). "Senti que, finalmente, tinha encontrado algo, de fato, interessante para escrever.
"Ocorreu, porém, que algumas pessoas passaram a perguntar a Vanessa se ela tinha algum problema psicológico. "Quando contei ao meu grupo de meditação que meus filhos estavam estudando numa escola pública, vi olhos arregalados como se eu tivesse blasfemado."No dia seguinte, recebeu e-mails, todos demonstrando preocupação. Num deles, uma amiga contou que sonhara que os meninos estavam correndo perigo.
A decisão de Vanessa, entretanto, foi cercada de cautela.Além de visitar por várias vezes a escola, conversou com a direção, com a coordenação e com professores. "Senti confiança." Viu que estavam criando ações extracurriculares e que se mostravam abertos à participação dos pais. Resolveu, então, participar do conselho da escola para poder influir na gestão.
Rapidamente, ela sentiu vontade de relatar sua experiência. Descobriu um jeito de unir seu projeto educativo ao seu projeto jornalístico, dando uma dimensão digital à maternidade.Para acompanhar melhor os filhos, teve de mudar sua vida profissional. Acertou um horário mais flexível na Redação em que trabalha (da revista "Poder", editada por Joyce Pascowitch).
Até agora, seu blog tem sido favorável à escola. Ela vem mostrando que há aspectos positivos apesar das dificuldades. Num dos textos, mostrou-se satisfeita ao ver um dos filhos fazer um projeto com base no quadro "Guernica", de Picasso.
Seus textos não só ajudam a desmontar preconceitos como também, ao mesmo tempo, mostram que a entrada da classe média nas escolas públicas pode melhorar a fiscalização dessas instituições.
Um dos projetos de Vanessa é que o blog seja um fórum de discussão que atraia as outras mães e pais de alunos da escola, mas, por enquanto, os leitores são seus amigos e conhecidos, cujos filhos estão em escolas particulares.
Fonte: Gilberto Dimesntein/ Portal Aprendiz
quinta-feira, 15 de abril de 2010
quarta-feira, 14 de abril de 2010
Maior evento de educação e mídia no país está com inscrições abertas
O V Seminário O Professor e a Leitura de Jornais, que acontecerá na UNICAMP, entre 14 e 16 de julho, já está com inscrições abertas. O maior evento brasileiro que discute a relação mídia e educação é uma realização da Associação de Leitura do Brasil (ALB), Faculdade de Educação da UNICAMP e Grupo ALLE, Rede Anhanguera de Comunicação (RAC) e Associação Nacional de Jornais (ANJ)/ programa Jornal e Educação (PJE), com apoio da Fapesp, Capes e Faepex.
O evento terá mesas-redondas, conferências, oficinas, lançamento de livros e comunicações. O tema deste ano será ‘Educação, Mídia e a Formação Docente’ em uma programação que coloca maior atenção na educação como um processo não exclusivamente escolar, mas realizado por inúmeros lugares e de vários modos em nossa sociedade, entre eles a mídia em geral; na mídia, atualmente bastante ampliada e modificada em função do crescimento do aparato tecnológico entre nós e nas características de uma educação realizada com ela e por ela e na formação dos profissionais para o exercício do magistério, considerando a permeabilidade da instituição escolar à cultura midiática e à sociedade contemporânea e o preparo necessário e urgente dos professores, na esfera da comunicação, das novas tecnologias e de suas linguagens, para a conquista de maior êxito em seu trabalho.
Pergunta-se como pode ocorrer a educação e o ensino escolar num mundo cada vez mais veloz, tecnológico, complexo, mutante e diverso? Propor qualquer resposta a essa questão, de caráter assertivo e definitivo, é bastante arriscado. No entanto, pode-se refletir sobre ela, no sentido de escolher os percursos de trabalho e de pesquisa que se considere mais proveitosos. Nesse sentido, o seminário tem como objetivos:
- Promover o diálogo do jornal com outras mídias no horizonte dos processos de formação dos professores e da prática pedagógica;
- Incentivar o debate sobre a compreensão dos conteúdos e dos modos de produção, veiculação e recepção da mídia, que interagem com os espaços escolares;
- Estimular a produção e o intercâmbio de resultados de pesquisas e experiências que tenham como foco aspectos relacionados com os usos da “Mídia na Educação”;
- Organizar e programar oficinas que facilitem a utilização da mídia na escola levando a uma maior compreensão dos diferentes discursos e recursos utilizados por ela;
- Aproximar as coordenadorias dos projetos “Jornal e Educação,” vinculados à Associação Nacional de Jornais (ANJ), fortalecendo uma rede para o intercâmbio contínuo de experiências;
- Oferecer durante a realização do evento, atividades culturais e artísticas, na UNICAMP.
Serviço: V Seminário Nacional O Professor e a Leitura de Jornal
Data: 14 a 16 de julho de 2010, de 8h30min às 18 horas
Local: Centro de Convenções e Faculdade de Educação/ UNICAMP
Dinâmicas: Conferências, mesas-redondas, comunicações e oficinas.
Atividades paralelas: Mini-feira do livro; Lançamentos; Sessões de Autógrafos; Atividades Culturais.
Realização: Associação de Leitura do Brasil - ALB; Rede Anhanguera de Comunicações - RAC Associação Nacional de Jornais - ANJ; Faculdade de Educação – UNICAMP/ Grupo de Pesquisa “Alfabetização, Leitura e Escrita” (ALLE)
Informações: www.anj.org.br/jornaleeducacao e http://www.alb.com.br/portal/5seminario/index.html
Alfabetização Audiovisual no V Seminário O Professor e a Leitura de Jornal
O V Seminário Nacional O Professor e a Leitura do Jornal, que acontecerá na Unicamp, entre 14 e 16 de julho, terá como uma das oficinas “Vídeo na Escola”, que será dada por Paula Kimo, da Oficina de Imagens, de Minas Gerais.
Paula é graduada em Comunicação Social - Relações Públicas pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais e pós-graduada em "Imagens e Culturas Midiáticas" pela Universidade Federal de Minas Gerais.
A expectativa da oficina, segundo Paula, é promover um espaço de leitura e experimentação da linguagem audiovisual de forma simples, com poucos recursos, algo que possa estimular a criatividade e o interesse dos educadores para produção de vídeo em processos educativos.
O V Seminário Nacional O Professor e a Leitura do Jornal é uma promoção da Associação de Leitura do Brasil (ALB), Faculdade de Educação da Unicamp/ Grupo ALLE, Programa Jornal e Educação (PJE)/Associação Nacional de Jornais (ANJ) e Rede Anhanguera de Comunicação (RAC), com apoio da Fapesp, Capes e Faepex.
Confira abaixo trechos da entrevista com Paula Kimo sobre o trabalho da Oficina de Imagens. A íntegra do bate-papo você lê aqui.
Qual a importância de trabalhar com vídeos em escolas e ambientes educativos de forma geral?
É importante trabalhar a chamada “alfabetização visual”. Desde a época das pinturas, da fotografia, depois passando pela TV, cinema e internet, a imagem tem uma boa parcela de contribuição na formação social e humana das pessoas. Na escola somos alfabetizados para ler o mundo em palavras, mas ainda temos uma grande demanda pela formação para leitura das imagens, para interpretação dos diversos sistemas de representação visual. Com isso, torna-se essencial em um processo educativo considerar a dimensão técnica, política, estética e ética das imagens que consumimos diariamente.
Geralmente, nos projetos com jovens e professores, trabalhamos a metodologia Latanet (www.latanet.org.br) que propõe aos participantes conhecer e explorar algumas características das imagens, desde a formação físico-ótica da imagem (por meio da construção de câmeras escuras), os processos fotográficos (em laboratório) e digitais (foto e vídeo), até a interpretação crítica de imagens e o intercâmbio de informações. Nessa metodologia experimentamos e sistematizamos um método para leitura e interpretação de imagens que utiliza referências de diversas épocas, do Renascimento às referências da TV que temos hoje.
O vídeo entra na escola como um dos componentes da alfabetização visual, da leitura e produção de imagens. Uma especificidade do vídeo é que ele chega às nossas casas por meio da televisão ou da internet. Nesse ponto é preciso refletir sobre os valores e padrões de comportamento que são disseminados por esses meios. Daí entra toda uma discussão sobre qualidade de informação, classificação indicativa, leitura crítica de programas e os tipos de acesso na internet. A escola, assim como a família, precisa estar atenta aos conteúdos veiculados e participar dos momentos de interpretação. Também as crianças, adolescentes e jovens precisam se responsabilizar neste processoa medida em que começam à conhecer, interpretar e selecionar de maneira crítica as informações da mídia.
Que resultados vocês conseguem verificar nos professores,e alunos e participantes em geral das oficinas?
Para os participantes das oficinas os resultados variam de acordo com o contexto. Vou listar alguns: valorização da auto-imagem; aumento da auto-estima e possibilidade de divulgar seu grupo cultural, sua escola, um projeto que participa, uma banda. Há também a ampliação de repertório acerca de temas diversos, na medida em que o vídeo segue o objetivo da pesquisa. Capacidade para interpretação crítica dos produtos audiovisuais, porque à medida em que os participantes conhecem e vivenciam um processo de edição de vídeo, começam a ver de outra forma os conteúdos da TV, começam a entender o processo de seleção e recorte da “realidade”.
Que resultados vocês conseguem verificar nos professores,e alunos e participantes em geral das oficinas?
Para os participantes das oficinas os resultados variam de acordo com o contexto. Vou listar alguns: valorização da auto-imagem; aumento da auto-estima e possibilidade de divulgar seu grupo cultural, sua escola, um projeto que participa, uma banda. Há também a ampliação de repertório acerca de temas diversos, na medida em que o vídeo segue o objetivo da pesquisa. Capacidade para interpretação crítica dos produtos audiovisuais, porque à medida em que os participantes conhecem e vivenciam um processo de edição de vídeo, começam a ver de outra forma os conteúdos da TV, começam a entender o processo de seleção e recorte da “realidade”.
Para produzir um vídeo é necessário trabalhar em equipe e percebemos resultados quanto à cooperação entre os participantes. Há também o aprendizado das técnicas de enquadramento, iluminação, manuseio dos equipamentos, etc.
A entrevista na íntegra e informações sobre o V Seminário O professor e a leitura de jornal você vê em www.anj.org.br/jornaleeducacao
Lei obriga todas as escolas do país a terem ao menos uma biblioteca
O Senado aprovou uma lei que obriga todas as instituições de ensino do país a terem pelo menos uma biblioteca escolar. De autoria do senador Cristovam Buarque (PDT-SP), o projeto de lei foi promulgado nesta terça-feira (13), pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte.
O projeto também determina que as bibliotecas deverão ter um acervo com pelo menos um título por aluno matriculado na instituição. Buarque ficou satisfeito com a aprovação.
- Este projeto só tem dois defeitos: demorou tantas décadas para ser aprovado e estabelece um prazo longo para sua execução. Os sistemas de ensino poderiam reduzir de 10 para cinco anos o prazo de instalação das bibliotecas.
Cristovam também mencionou dados do Ministério da Educação, segundo os quais 68% das escolas públicas do país não possuem biblioteca.
- A verdade é que as classes educadas do Brasil já estão chegando à época digital, com os e-books, enquanto as camadas sem acesso à educação ainda não entraram no tempo de Gutenberg, quase 600 anos depois que ele inventou a imprensa.
Dezenas de bibliotecários e de estudantes de Biblioteconomia que acompanharam a reunião aplaudiram a aprovação do projeto. Na opinião da diretora da Biblioteca Central da Universidade de Brasília, Sely Costa, que compareceu à reunião, este pode ser considerado um grande passo em direção à maior difusão da leitura e do conhecimento.
- É uma vitória enorme para um país como o nosso. Seremos um dos poucos países em desenvolvimento a contar com uma lei que torna obrigatória a existência de bibliotecas nas escolas.
Fonte: R7
O projeto também determina que as bibliotecas deverão ter um acervo com pelo menos um título por aluno matriculado na instituição. Buarque ficou satisfeito com a aprovação.
- Este projeto só tem dois defeitos: demorou tantas décadas para ser aprovado e estabelece um prazo longo para sua execução. Os sistemas de ensino poderiam reduzir de 10 para cinco anos o prazo de instalação das bibliotecas.
Cristovam também mencionou dados do Ministério da Educação, segundo os quais 68% das escolas públicas do país não possuem biblioteca.
- A verdade é que as classes educadas do Brasil já estão chegando à época digital, com os e-books, enquanto as camadas sem acesso à educação ainda não entraram no tempo de Gutenberg, quase 600 anos depois que ele inventou a imprensa.
Dezenas de bibliotecários e de estudantes de Biblioteconomia que acompanharam a reunião aplaudiram a aprovação do projeto. Na opinião da diretora da Biblioteca Central da Universidade de Brasília, Sely Costa, que compareceu à reunião, este pode ser considerado um grande passo em direção à maior difusão da leitura e do conhecimento.
- É uma vitória enorme para um país como o nosso. Seremos um dos poucos países em desenvolvimento a contar com uma lei que torna obrigatória a existência de bibliotecas nas escolas.
Fonte: R7
Mais tempo para quê?
Um dos mais marcantes episódios de violência em ambiente escolar ocorrido nos últimos anos no Brasil se deu em um tradicional colégio público de São Paulo, frequentado por um pequeno número de alunos e localizado em área central da cidade. Na manhã de 12 de novembro de 2008, a então quase centenária Escola Estadual Amadeu Amaral, no Belém, foi varrida por uma onda de violência que ninguém sabe ao certo como começou: cadeiras e carteiras foram arremessadas, vidros destruídos, alunas rivais engalfinharam-se e os professores, com medo, fecharam-se em uma sala até a chegada da Polícia Militar, que, segundo relatos, só conseguiu apaziguar os ânimos na base do cassetete. Naquela mesma semana, atos isolados de vandalismo - como vidros quebrados e episódios de agressão - já indicavam o quanto o clima na escola estava se tornando insustentável.
Pouco menos de um mês depois, durante o anúncio de uma proposta antiviolência na Assembleia Legislativa de São Paulo motivada pelos eventos na Amadeu Amaral, a então secretária estadual de Educação, Maria Helena Guimarães de Castro, ressaltou um ponto fundamental, que até então era apenas uma nota de rodapé nos relatos sobre a onda de vandalismo: a escola era uma das cerca de 400 que adotaram o regime de tempo integral proposto pelo governo estadual, com previsão de nove horas diárias de aulas relacionadas ao currículo básico, atividades esportivas, artes, leitura, empreendedorismo e uma série de oficinas voltadas para a melhoria da aprendizagem e o crescimento pessoal e intelectual. Talvez por isso, como relatou a Folha de S.Paulo dias depois, a ex-secretária tenha questionado com tanta ênfase como a escola Amadeu Amaral tenha chegado àquela situação dramática.
Embora seja um exemplo extremo - a exceção, e não a regra - o caso ocorrido na tradicional escola da zona leste de São Paulo insere mais um ingrediente em uma discussão complexa: ao se falar em educação integral, está claro para especialistas que aumentar o tempo do aluno na sala de aula não é, por si só, capaz de transformar para melhor as experiências escolares. Por outro lado, se a educação integral exige, na teoria, mais tempo disponível de alunos e professores, como preencher essas horas a mais com atividades conectadas ao currículo básico, não apenas tornando-as um momento "livre" para jogar bola, usar o computador sem supervisão, adiantar a tarefa de casa ou ficar à toa no pátio esperando a hora de ir pra casa?
"A educação integral não é simplesmente estender o horário", diz Maria do Carmo Brant de Carvalho, superintendente do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), organização que assessora projetos em educação pública. "Na educação integral, o aluno precisa ter garantidas também as educações afetiva, moral, esportiva. Não é só a educação cognitiva, mas de várias dimensões", explica. Segundo ela, a média de horas de estudo nas escolas brasileiras públicas é hoje de quatro horas - muito pouco para dar conta de todas essas dimensões.
O entendimento da educação integral como uma formação em várias esferas também é defendido pela professora Janaína Specht da Silva Menezes, diretora da Faculdade de Educação da Unirio. "(A educação integral) é a busca da formação nas suas multidimensões: psicológica, afetiva e política, entre outras possíveis. É possibilitar que os alunos tenham acesso a condições que jamais teriam se permanecessem voltados apenas para o currículo tradicional", diz ela, que é também integrante do Núcleo de Estudos - Tempos, Espaços e Educação Integral (Neephi), formado por pesquisadores de diversas instituições de ensino superior do país. Isso não quer dizer, porém, que a educação integral poderia ser implantada sem ampliação da jornada. Não por acaso, o mapeamento realizado pelo Neephi a respeito do assunto foi batizado "Educação integral/educação integrada e(m) tempo integral: concepções e práticas na educação brasileira".
Para Vitor Henrique Paro, professor aposentado da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (Feusp), a diferenciação precisa ser feita para que não se confunda a educação integral com a educação "em tempo integral", puramente a ampliação do tempo em que a criança ou o adolescente permanece na escola. O que já é ruim, segundo ele, seria apenas ruim por mais tempo. "Dobrar o tempo dessa escola é criminoso, é sacrificar duas vezes a criança", afirma.
Ainda assim, números do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) indicam que mais tempo na escola pode garantir melhor aproveitamento nas disciplinas regulares: a cada hora adicional de estudo, diz a pesquisa, o desempenho dos estudantes no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) aumenta 2,5 pontos percentuais, em uma escala que vai de 0 a 500. Foram analisados no estudo dados de alunos de 4ª série nos anos de 1999, 2001 e 2003. Pela legislação, a carga horária mínima para que a educação seja considerada de "tempo integral" é de sete horas.
Mesmo esse período de tempo deve ser observado, para que as horas a mais na escola não acabem privando a criança do ambiente familiar por mais tempo que o necessário. Em sua análise sobre o mapeamento realizado pelo Neephi, Maria do Carmo afirma que as crianças e adolescentes precisam de um "tempo doméstico de direito à socialização, proteção e convívio familiar". As aulas de segunda a sexta-feira também precisam prever uma janela de "folga", para compromissos externos, como uma consulta médica. "Alguns outros países com tradição na opção pelo tempo integral liberam meio período de um dia da semana para a convivência e compromissos domésticos", afirma.
Agenda pública
No Brasil, embora o conceito de educação integral já fizesse parte do debate sobre a educação desde a década de 1930, principalmente com o educador Anísio Teixeira, as experiências públicas foram isoladas e se concentraram em projetos experimentais, como o Centro Educacional Carneiro Ribeiro, implantado em Salvador em 1953, ou em iniciativas que não tiveram a continuidade desejada, como no caso dos Centros Integrados de Educação Pública (Cieps) - os populares "Brizolões" - no Rio de Janeiro da década de 1980. (leia texto nas páginas 26 e 27).
Nos últimos anos, porém, esse movimento em busca da educação integral vem ganhando força nas redes públicas por meio de programas estaduais de estímulo à ampliação da jornada e, principalmente, do programa Mais Educação, do governo federal, que prevê acréscimo de repasses para a implantação de uma jornada mínima de sete horas, com a previsão de atividades de no mínimo três dos dez macrocampos estabelecidos pelo governo federal: acompanhamento pedagógico (obrigatório); meio ambiente; esporte e lazer; direitos humanos em educação; cultura e arte; inclusão digital; prevenção e promoção da saúde; educomunicação; educação científica; e educação econômica e cidadania. Dentro destes macrocampos é possível estabelecer atividades tão díspares quanto tae-kwon-do e rádio escolar, passando por grafite e história em quadrinhos, entre muitas outras. Os recursos chegam por meio do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
De acordo com a diretora da Educação Integral, Direitos Humanos e Cidadania do Ministério da Educação, Jaqueline Moll, o programa Mais Educação é o meio de colocar em prática algumas propostas que estão presentes na Constituição de 1988, no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e na Lei de Diretrizes e Bases (LDB) que visam o aumento da jornada escolar e a consolidação do acesso aos direitos básicos da criança e do jovem. "Há muitas tarefas pendentes na educação brasileira. A ampliação da jornada é uma condição fundamental para democratizar o acesso à cultura e uma maneira de diminuir as diferenças sociais", aponta.
De fato, o que as escolas públicas com jornada ampliada passaram a fazer agora é correr atrás de um modelo consolidado na educação privada há muito tempo, o de oferecer aulas de reforço, línguas ou esportes como um "adicional" às aulas regulares, no mais das vezes no contraturno. Para Jaqueline, porém, esse adicional deve sempre caminhar lado a lado com o currículo básico, sob risco de repetir erros anteriores, como a fragmentação do ensino e, em última instância, a descontinuidade das políticas voltadas para a educação integral. "Não queremos só um tempo complementar, mas um currículo para mais e para melhor", diz.
Na opinião de Maria do Carmo, do Cenpec, a discussão sobre a educação integral entrou em definitivo na "agenda pública". Segundo ela, algumas redes municipais de grande porte, como Belo Horizonte e Sorocaba, por exemplo, são modelos a serem seguidos na aplicação da educação integral, o que mostra que é possível implantar esse novo modelo de maneira ampla e abranger, especialmente, as camadas mais baixas e vulneráveis. "Conseguimos universalizar o acesso à educação, mas ainda falta conseguirmos universalizar o sucesso. A educação integral traz uma série de medidas para melhorar a aprendizagem", compara.
Mapa diversificado
Atualmente, 500 municípios brasileiros aplicam, de alguma forma, a jornada escolar ampliada, segundo mostra a pesquisa realizada pelo Neephi a pedido do MEC e divulgada em 2009. Para chegar a esse número, os pesquisadores analisaram questionários respondidos por dirigentes educacionais de 2.112 cidades brasileiras (38% do total de 5.564), que relataram alguma experiência do tipo em âmbito municipal. Os demais municípios responderam o questionário. "Na maioria dos municípios, as experiências são muito recentes. Só agora a educação integral está tomando forma em termos nacionais", afirma Janaína, da Unirio, que atribui esse movimento aos recursos destinados pelo Fundeb ao projeto Mais Educação. "O dinheiro é um grande estímulo. Muitos municípios já tinham o objetivo de implantar (a educação integral), mas não havia financiamento", completa.
De acordo com o mapeamento, os estados com maior número de municípios com experiências de jornada ampliada são Rio de Janeiro, Ceará, Minas Gerais, Santa Catarina, São Paulo e Pernambuco. Por outro lado, Amazonas, Pará, Tocantins e Sergipe foram os que apresentaram menor quantidade. A pesquisa também calcula que cerca de 1,1 milhão de alunos em todo o Brasil estão em jornada ampliada. Um número pequeno quando comparado ao total de alunos da Educação Básica, de 52,5 milhões de alunos (cerca de 2% do total). Já em relação à carga horária, 55,5% das experiências ocorrem em períodos de sete horas diárias ou mais, o mínimo estabelecido por lei. A grande maioria das experiências estava sendo realizada no turno contrário - e em apenas 10,9% dos casos eram mescladas às aulas regulares.
O mapeamento também investigou quais atividades estavam sendo desenvolvidas durante o período de jornada ampliada - cada experiência reunia uma média de seis atividades diferentes. As duas principais modalidades eram relacionadas à prática de esportes (em 65% dos casos) e a aulas de reforço (61%). Em seguida, as principais atividades relatadas foram música, dança, teatro, informática, oficinas temáticas, artesanato e tarefas de casa, entre outras. No campo "outras atividades", muitos ainda relataram projetos ligados ao meio ambiente, como reciclagem, atividades pedagógico-culturais relacionadas à leitura e literatura e o cultivo de hortas e jardins.
Para a professora Janaína, essa diversidade de temas deve ser aproveitada sempre para enriquecer o currículo regular. "Algumas escolas possibilitam o 'aluno de tempo integral', o que é diferente da formação integral. Neste caso, o currículo deve ser pensado relacionando as atividades, em que o professor de esportes, por exemplo, vai trabalhar com o de matemática", explica. Por isso, diz ela, o projeto político-pedagógico precisa dar conta de estabelecer muito bem essas relações de atividades, assim como as relações entre os turnos. "As atividades não podem estar desconectadas do currículo".
A psicopedagoga Evelise Maria Labatut Portilho, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC/PR), também alerta para o risco de as atividades do horário ampliado permanecerem isoladas em relação às disciplinas básicas, como português e matemática. "Se a atividade de manhã é apenas centrada nos conteúdos e à tarde é mais lúdica, sem integração entre elas, então essa educação está fragmentada. O conceito de educação integral está perdido", afirma.
Em vista disso, defende que o currículo deve ser pensado de maneira ampla, envolvendo os dois períodos dentro do planejamento. "Uma atividade artística, como a pintura, deve sempre estar conectada ao que foi visto antes", aponta. Para exemplificar esse ponto de vista, Evelise chama a atenção para as atividades que são oferecidas em contraturno em muitas escolas privadas - como esportes ou línguas estrangeiras - e que não podem ser consideradas "educação integral". "Muitos pais trabalham e não podem deixar os filhos com a avó ou a empregada, então deixam na escola. De manhã é aula e à tarde vira um playground. Não é disso que estamos falando", diz.
Muros mais baixos
Para uma vertente dos defensores da educação integral, ela não precisa, necessariamente, ser realizada dentro da escola. Pelo contrário. Eles defendem que o conceito de educação integral prevê que o processo de conhecimento e aprendizagem contemple uma apropriação do espaço público como um todo, com apoio comunitário - uma das bases da ideia das Cidades Educadoras (leia mais nas páginas 30 e 31). Para isso, cada vez mais as escolas que procuram uma formação integral para seus alunos dialogam com parques, museus, igrejas, clubes, ONGs ou a espaços públicos diversos. É o que defende Maria do Carmo, do Cenpec, para quem a educação não pode ser circunscrita à sala de aula. "Temos lutado para que não seja preciso ampliar muito o tempo (de escola), mas sim circular nos espaços da própria comunidade", diz.
O conceito de espaço é importante na medida em que permite demonstrar que não só o conteúdo básico, mas também as outras dimensões de aprendizagem que fazem parte da ideia de educação integral podem ser transmitidos em qualquer contexto. "É possível aprender em qualquer espaço, tanto formal quanto informal", diz Evelise, da PUC/PR. Já na opinião de Jaqueline, do MEC, um projeto de educação integral tem o dever de diminuir os muros da escola e aproveitar os espaços públicos. "O espaço urbano é muito rico, permite o acesso a bens culturais a que muitos (alunos) da periferia não teriam acesso", diz ela, lembrando que as aulas em praças compõem uma ideia que remete ao filósofo Platão. "Não adianta as escolas ficarem de costas para a comunidade", diz.
Janaína, da Unirio, explica que a educação em ambiente externo desenvolve na criança a importância do senso de comunidade e favorece, do ponto de vista da aprendizagem, a correlação entre conteúdos. "Uma aula de canto em uma igreja, por exemplo, pode facilitar o estudo de aspectos históricos ou matemáticos por meio da arquitetura. Essa perspectiva de ampliação das possibilidades pede formação em teatros, em museus", diz. Na prática, o mapeamento realizado pelo Neephi mostra que a sala de aula é, ainda, o local mais utilizado para a prática de atividades em jornada ampliada. Na escola, os outros principais locais citados foram o pátio, a quadra de esportes e a biblioteca. Fora dela, o local preferido para as atividades são quadras/campos de futebol, seguido por praças/parques, bibliotecas, espaço de outras secretarias, clubes e associações comunitárias.
Mesmo o papel do professor passa por mudanças quando se fala em educação integral. Além da necessidade de integrar currículos, o que faz com que seja necessário estreitar o contato entre os docentes, a escola passa a ser palco de ação de educadores da própria comunidade, muitas vezes de forma voluntária, ou dos chamados "oficineiros", responsáveis por conduzir projetos específicos. Ainda que o professor continue sendo o principal responsável pelas atividades em jornada ampliada, o mapeamento do Neephi mostra a presença de estagiários, voluntários, funcionários de ONGs e agentes culturais, entre outros.
Jaqueline, do MEC, diz que a presença de estudantes universitários e pessoas da comunidade faz parte da ideia de educação integral defendida pelo governo. "É desejável que o pessoal do cinema, do teatro, da dança entre na escola, não para tomar o lugar do professor, mas para enriquecer a prática", diz. Além disso, a universidade também precisa estar preparada para dar respostas às demandas dessa proposta educacional na formação docente. Vitor Paro, da USP, resume a questão: "A educação integral se faz na sociedade, a criança não depende apenas do educador. Precisamos superar esse modelo de escola que já dura 300 anos", diz.
Para além dos ideais educacionais que deveríamos perseguir, resta, no entanto, uma questão de fundo em relação às estratégias a serem escolhidas pela educação pública brasileira para materializar estes mesmos ideais. Sabendo-se, em função dos números apurados pela Campanha Nacional pelo Direito à Educação, que o custo/aluno/ano eleva-se em até 60% para a adoção da jornada estendida, vale mais a pena investir no aumento desse tipo de oferta ou na consolidação dos turnos existentes em bases mais aceitáveis, provendo infraestrutura física e humana para seu funcionamento? Se as duas coisas puderem ser feitas ao mesmo tempo, excelente. Caso não, é preciso que se discutam prioridades.
Fonte: Revista Educação/ Texto: Gabriel Jaretta
Pouco menos de um mês depois, durante o anúncio de uma proposta antiviolência na Assembleia Legislativa de São Paulo motivada pelos eventos na Amadeu Amaral, a então secretária estadual de Educação, Maria Helena Guimarães de Castro, ressaltou um ponto fundamental, que até então era apenas uma nota de rodapé nos relatos sobre a onda de vandalismo: a escola era uma das cerca de 400 que adotaram o regime de tempo integral proposto pelo governo estadual, com previsão de nove horas diárias de aulas relacionadas ao currículo básico, atividades esportivas, artes, leitura, empreendedorismo e uma série de oficinas voltadas para a melhoria da aprendizagem e o crescimento pessoal e intelectual. Talvez por isso, como relatou a Folha de S.Paulo dias depois, a ex-secretária tenha questionado com tanta ênfase como a escola Amadeu Amaral tenha chegado àquela situação dramática.
Embora seja um exemplo extremo - a exceção, e não a regra - o caso ocorrido na tradicional escola da zona leste de São Paulo insere mais um ingrediente em uma discussão complexa: ao se falar em educação integral, está claro para especialistas que aumentar o tempo do aluno na sala de aula não é, por si só, capaz de transformar para melhor as experiências escolares. Por outro lado, se a educação integral exige, na teoria, mais tempo disponível de alunos e professores, como preencher essas horas a mais com atividades conectadas ao currículo básico, não apenas tornando-as um momento "livre" para jogar bola, usar o computador sem supervisão, adiantar a tarefa de casa ou ficar à toa no pátio esperando a hora de ir pra casa?
"A educação integral não é simplesmente estender o horário", diz Maria do Carmo Brant de Carvalho, superintendente do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), organização que assessora projetos em educação pública. "Na educação integral, o aluno precisa ter garantidas também as educações afetiva, moral, esportiva. Não é só a educação cognitiva, mas de várias dimensões", explica. Segundo ela, a média de horas de estudo nas escolas brasileiras públicas é hoje de quatro horas - muito pouco para dar conta de todas essas dimensões.
O entendimento da educação integral como uma formação em várias esferas também é defendido pela professora Janaína Specht da Silva Menezes, diretora da Faculdade de Educação da Unirio. "(A educação integral) é a busca da formação nas suas multidimensões: psicológica, afetiva e política, entre outras possíveis. É possibilitar que os alunos tenham acesso a condições que jamais teriam se permanecessem voltados apenas para o currículo tradicional", diz ela, que é também integrante do Núcleo de Estudos - Tempos, Espaços e Educação Integral (Neephi), formado por pesquisadores de diversas instituições de ensino superior do país. Isso não quer dizer, porém, que a educação integral poderia ser implantada sem ampliação da jornada. Não por acaso, o mapeamento realizado pelo Neephi a respeito do assunto foi batizado "Educação integral/educação integrada e(m) tempo integral: concepções e práticas na educação brasileira".
Para Vitor Henrique Paro, professor aposentado da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (Feusp), a diferenciação precisa ser feita para que não se confunda a educação integral com a educação "em tempo integral", puramente a ampliação do tempo em que a criança ou o adolescente permanece na escola. O que já é ruim, segundo ele, seria apenas ruim por mais tempo. "Dobrar o tempo dessa escola é criminoso, é sacrificar duas vezes a criança", afirma.
Ainda assim, números do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) indicam que mais tempo na escola pode garantir melhor aproveitamento nas disciplinas regulares: a cada hora adicional de estudo, diz a pesquisa, o desempenho dos estudantes no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) aumenta 2,5 pontos percentuais, em uma escala que vai de 0 a 500. Foram analisados no estudo dados de alunos de 4ª série nos anos de 1999, 2001 e 2003. Pela legislação, a carga horária mínima para que a educação seja considerada de "tempo integral" é de sete horas.
Mesmo esse período de tempo deve ser observado, para que as horas a mais na escola não acabem privando a criança do ambiente familiar por mais tempo que o necessário. Em sua análise sobre o mapeamento realizado pelo Neephi, Maria do Carmo afirma que as crianças e adolescentes precisam de um "tempo doméstico de direito à socialização, proteção e convívio familiar". As aulas de segunda a sexta-feira também precisam prever uma janela de "folga", para compromissos externos, como uma consulta médica. "Alguns outros países com tradição na opção pelo tempo integral liberam meio período de um dia da semana para a convivência e compromissos domésticos", afirma.
Agenda pública
No Brasil, embora o conceito de educação integral já fizesse parte do debate sobre a educação desde a década de 1930, principalmente com o educador Anísio Teixeira, as experiências públicas foram isoladas e se concentraram em projetos experimentais, como o Centro Educacional Carneiro Ribeiro, implantado em Salvador em 1953, ou em iniciativas que não tiveram a continuidade desejada, como no caso dos Centros Integrados de Educação Pública (Cieps) - os populares "Brizolões" - no Rio de Janeiro da década de 1980. (leia texto nas páginas 26 e 27).
Nos últimos anos, porém, esse movimento em busca da educação integral vem ganhando força nas redes públicas por meio de programas estaduais de estímulo à ampliação da jornada e, principalmente, do programa Mais Educação, do governo federal, que prevê acréscimo de repasses para a implantação de uma jornada mínima de sete horas, com a previsão de atividades de no mínimo três dos dez macrocampos estabelecidos pelo governo federal: acompanhamento pedagógico (obrigatório); meio ambiente; esporte e lazer; direitos humanos em educação; cultura e arte; inclusão digital; prevenção e promoção da saúde; educomunicação; educação científica; e educação econômica e cidadania. Dentro destes macrocampos é possível estabelecer atividades tão díspares quanto tae-kwon-do e rádio escolar, passando por grafite e história em quadrinhos, entre muitas outras. Os recursos chegam por meio do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
De acordo com a diretora da Educação Integral, Direitos Humanos e Cidadania do Ministério da Educação, Jaqueline Moll, o programa Mais Educação é o meio de colocar em prática algumas propostas que estão presentes na Constituição de 1988, no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e na Lei de Diretrizes e Bases (LDB) que visam o aumento da jornada escolar e a consolidação do acesso aos direitos básicos da criança e do jovem. "Há muitas tarefas pendentes na educação brasileira. A ampliação da jornada é uma condição fundamental para democratizar o acesso à cultura e uma maneira de diminuir as diferenças sociais", aponta.
De fato, o que as escolas públicas com jornada ampliada passaram a fazer agora é correr atrás de um modelo consolidado na educação privada há muito tempo, o de oferecer aulas de reforço, línguas ou esportes como um "adicional" às aulas regulares, no mais das vezes no contraturno. Para Jaqueline, porém, esse adicional deve sempre caminhar lado a lado com o currículo básico, sob risco de repetir erros anteriores, como a fragmentação do ensino e, em última instância, a descontinuidade das políticas voltadas para a educação integral. "Não queremos só um tempo complementar, mas um currículo para mais e para melhor", diz.
Na opinião de Maria do Carmo, do Cenpec, a discussão sobre a educação integral entrou em definitivo na "agenda pública". Segundo ela, algumas redes municipais de grande porte, como Belo Horizonte e Sorocaba, por exemplo, são modelos a serem seguidos na aplicação da educação integral, o que mostra que é possível implantar esse novo modelo de maneira ampla e abranger, especialmente, as camadas mais baixas e vulneráveis. "Conseguimos universalizar o acesso à educação, mas ainda falta conseguirmos universalizar o sucesso. A educação integral traz uma série de medidas para melhorar a aprendizagem", compara.
Mapa diversificado
Atualmente, 500 municípios brasileiros aplicam, de alguma forma, a jornada escolar ampliada, segundo mostra a pesquisa realizada pelo Neephi a pedido do MEC e divulgada em 2009. Para chegar a esse número, os pesquisadores analisaram questionários respondidos por dirigentes educacionais de 2.112 cidades brasileiras (38% do total de 5.564), que relataram alguma experiência do tipo em âmbito municipal. Os demais municípios responderam o questionário. "Na maioria dos municípios, as experiências são muito recentes. Só agora a educação integral está tomando forma em termos nacionais", afirma Janaína, da Unirio, que atribui esse movimento aos recursos destinados pelo Fundeb ao projeto Mais Educação. "O dinheiro é um grande estímulo. Muitos municípios já tinham o objetivo de implantar (a educação integral), mas não havia financiamento", completa.
De acordo com o mapeamento, os estados com maior número de municípios com experiências de jornada ampliada são Rio de Janeiro, Ceará, Minas Gerais, Santa Catarina, São Paulo e Pernambuco. Por outro lado, Amazonas, Pará, Tocantins e Sergipe foram os que apresentaram menor quantidade. A pesquisa também calcula que cerca de 1,1 milhão de alunos em todo o Brasil estão em jornada ampliada. Um número pequeno quando comparado ao total de alunos da Educação Básica, de 52,5 milhões de alunos (cerca de 2% do total). Já em relação à carga horária, 55,5% das experiências ocorrem em períodos de sete horas diárias ou mais, o mínimo estabelecido por lei. A grande maioria das experiências estava sendo realizada no turno contrário - e em apenas 10,9% dos casos eram mescladas às aulas regulares.
O mapeamento também investigou quais atividades estavam sendo desenvolvidas durante o período de jornada ampliada - cada experiência reunia uma média de seis atividades diferentes. As duas principais modalidades eram relacionadas à prática de esportes (em 65% dos casos) e a aulas de reforço (61%). Em seguida, as principais atividades relatadas foram música, dança, teatro, informática, oficinas temáticas, artesanato e tarefas de casa, entre outras. No campo "outras atividades", muitos ainda relataram projetos ligados ao meio ambiente, como reciclagem, atividades pedagógico-culturais relacionadas à leitura e literatura e o cultivo de hortas e jardins.
Para a professora Janaína, essa diversidade de temas deve ser aproveitada sempre para enriquecer o currículo regular. "Algumas escolas possibilitam o 'aluno de tempo integral', o que é diferente da formação integral. Neste caso, o currículo deve ser pensado relacionando as atividades, em que o professor de esportes, por exemplo, vai trabalhar com o de matemática", explica. Por isso, diz ela, o projeto político-pedagógico precisa dar conta de estabelecer muito bem essas relações de atividades, assim como as relações entre os turnos. "As atividades não podem estar desconectadas do currículo".
A psicopedagoga Evelise Maria Labatut Portilho, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC/PR), também alerta para o risco de as atividades do horário ampliado permanecerem isoladas em relação às disciplinas básicas, como português e matemática. "Se a atividade de manhã é apenas centrada nos conteúdos e à tarde é mais lúdica, sem integração entre elas, então essa educação está fragmentada. O conceito de educação integral está perdido", afirma.
Em vista disso, defende que o currículo deve ser pensado de maneira ampla, envolvendo os dois períodos dentro do planejamento. "Uma atividade artística, como a pintura, deve sempre estar conectada ao que foi visto antes", aponta. Para exemplificar esse ponto de vista, Evelise chama a atenção para as atividades que são oferecidas em contraturno em muitas escolas privadas - como esportes ou línguas estrangeiras - e que não podem ser consideradas "educação integral". "Muitos pais trabalham e não podem deixar os filhos com a avó ou a empregada, então deixam na escola. De manhã é aula e à tarde vira um playground. Não é disso que estamos falando", diz.
Muros mais baixos
Para uma vertente dos defensores da educação integral, ela não precisa, necessariamente, ser realizada dentro da escola. Pelo contrário. Eles defendem que o conceito de educação integral prevê que o processo de conhecimento e aprendizagem contemple uma apropriação do espaço público como um todo, com apoio comunitário - uma das bases da ideia das Cidades Educadoras (leia mais nas páginas 30 e 31). Para isso, cada vez mais as escolas que procuram uma formação integral para seus alunos dialogam com parques, museus, igrejas, clubes, ONGs ou a espaços públicos diversos. É o que defende Maria do Carmo, do Cenpec, para quem a educação não pode ser circunscrita à sala de aula. "Temos lutado para que não seja preciso ampliar muito o tempo (de escola), mas sim circular nos espaços da própria comunidade", diz.
O conceito de espaço é importante na medida em que permite demonstrar que não só o conteúdo básico, mas também as outras dimensões de aprendizagem que fazem parte da ideia de educação integral podem ser transmitidos em qualquer contexto. "É possível aprender em qualquer espaço, tanto formal quanto informal", diz Evelise, da PUC/PR. Já na opinião de Jaqueline, do MEC, um projeto de educação integral tem o dever de diminuir os muros da escola e aproveitar os espaços públicos. "O espaço urbano é muito rico, permite o acesso a bens culturais a que muitos (alunos) da periferia não teriam acesso", diz ela, lembrando que as aulas em praças compõem uma ideia que remete ao filósofo Platão. "Não adianta as escolas ficarem de costas para a comunidade", diz.
Janaína, da Unirio, explica que a educação em ambiente externo desenvolve na criança a importância do senso de comunidade e favorece, do ponto de vista da aprendizagem, a correlação entre conteúdos. "Uma aula de canto em uma igreja, por exemplo, pode facilitar o estudo de aspectos históricos ou matemáticos por meio da arquitetura. Essa perspectiva de ampliação das possibilidades pede formação em teatros, em museus", diz. Na prática, o mapeamento realizado pelo Neephi mostra que a sala de aula é, ainda, o local mais utilizado para a prática de atividades em jornada ampliada. Na escola, os outros principais locais citados foram o pátio, a quadra de esportes e a biblioteca. Fora dela, o local preferido para as atividades são quadras/campos de futebol, seguido por praças/parques, bibliotecas, espaço de outras secretarias, clubes e associações comunitárias.
Mesmo o papel do professor passa por mudanças quando se fala em educação integral. Além da necessidade de integrar currículos, o que faz com que seja necessário estreitar o contato entre os docentes, a escola passa a ser palco de ação de educadores da própria comunidade, muitas vezes de forma voluntária, ou dos chamados "oficineiros", responsáveis por conduzir projetos específicos. Ainda que o professor continue sendo o principal responsável pelas atividades em jornada ampliada, o mapeamento do Neephi mostra a presença de estagiários, voluntários, funcionários de ONGs e agentes culturais, entre outros.
Jaqueline, do MEC, diz que a presença de estudantes universitários e pessoas da comunidade faz parte da ideia de educação integral defendida pelo governo. "É desejável que o pessoal do cinema, do teatro, da dança entre na escola, não para tomar o lugar do professor, mas para enriquecer a prática", diz. Além disso, a universidade também precisa estar preparada para dar respostas às demandas dessa proposta educacional na formação docente. Vitor Paro, da USP, resume a questão: "A educação integral se faz na sociedade, a criança não depende apenas do educador. Precisamos superar esse modelo de escola que já dura 300 anos", diz.
Para além dos ideais educacionais que deveríamos perseguir, resta, no entanto, uma questão de fundo em relação às estratégias a serem escolhidas pela educação pública brasileira para materializar estes mesmos ideais. Sabendo-se, em função dos números apurados pela Campanha Nacional pelo Direito à Educação, que o custo/aluno/ano eleva-se em até 60% para a adoção da jornada estendida, vale mais a pena investir no aumento desse tipo de oferta ou na consolidação dos turnos existentes em bases mais aceitáveis, provendo infraestrutura física e humana para seu funcionamento? Se as duas coisas puderem ser feitas ao mesmo tempo, excelente. Caso não, é preciso que se discutam prioridades.
Fonte: Revista Educação/ Texto: Gabriel Jaretta
quinta-feira, 8 de abril de 2010
Pedagogia da Metodista de São Paulo promove oficinas
O curso de Pedagogia da Universidade Metodista de São Paulo promove, no Campus Vergueiro, a Oficina de Histórias em Quadrinhos, Brinquedoteca, Gibiteca e Laboratório de Metodologias. A oficina “Histórias em Quadrinhos” terá duração de 16 horas e ocorrerá na Brinquedoteca do Curso de Pedagogia. Já a oficina “Escrita e história: a observação e o registro como instrumentos indispensáveis à prática pedagógica” terá duração de 12 horas e ocorrerá na sala VB 303.
As atividades são gratuitas e podem participar alunos, funcionários e também toda a comunidade. Os interessados devem fazer inscrição por email:
Para a de HQ email: hqmetodista@gmail.com e para a de escrita e história email: monitoriametodista@gmail.com
Datas: 10/04, 24/04, 08/05, 29/05
Horário: 8h30 às 12h30
Local: Brinquedoteca Campus Vergueiro
Endereço: Av.Senador Vergueiro, 1304, Jardim do Mar, São Bernardo do Campo
Vagas limitadas
Fonte: Ass. de Imprensa/Metodista
As atividades são gratuitas e podem participar alunos, funcionários e também toda a comunidade. Os interessados devem fazer inscrição por email:
Para a de HQ email: hqmetodista@gmail.com e para a de escrita e história email: monitoriametodista@gmail.com
Datas: 10/04, 24/04, 08/05, 29/05
Horário: 8h30 às 12h30
Local: Brinquedoteca Campus Vergueiro
Endereço: Av.Senador Vergueiro, 1304, Jardim do Mar, São Bernardo do Campo
Vagas limitadas
Fonte: Ass. de Imprensa/Metodista
Ensino-Aprendizagem e Comunicação
Texto retirado do blog O Povo na Educação, sob a responsabilidade de Valeska Andrade:
Recomendo a leitura do livro: “Ensino – Aprendizagem e Comunicação”, organizado por Mary Rangel e Wendel Freire. Uma reunião de textos escritos por conceituados educadores de diversas disciplinas, como a Sociologia, o Jornalismo, e a Pedagogia, além da participação das diferentes institucionais, como as Universidades, os Meios de Comunicação e as Escolas.
Cristiane Parente, coordenadora do Programa de Jornal e Educação da ANJ, escreve um capítulo enfocando a comunicação, o ideal de educação dialógica e as novas formas de ensinar a aprender. Intitulado “Educação na soma com os meios” aborda o quanto veloz estão mudanças em relação à comunicação.
Ela cita uma afirmação do pesquisador Guilhermo Orozco, onde fala que em um contexto de avançadas tecnologias de informação, não é possível estudar a cultura fora da comunicação.
A polarização entre apocalípticos e integrados, teorizada por Umberto Eco, merece nossa atenção, embora, em meio a transformações estruturais vertiginosas do mundo atual, seja urgente equilibrar o receio e o entusiasmo com as novas tecnologias da informação e da comunicação.
E, mais urgente ainda, é incorporar essas tecnologias, crescentemente aperfeiçoadas, no complexo processo de ensino-aprendizagem, em favor da formação de cidadãos atuantes, reflexivos e colaborativos.
Torna-se necessária uma escola que ensine a selecionar informações, na sua expressiva dimensão, característica do mundo informatizado e globalizado, assim como proporcione o trabalho coletivo para sua análise e possível aproveitamento.
É preciso formar atores sociais em uma escola que estimule e acompanhe os avanços da comunicação. É preciso, enfim, que a escola se sintonize com o mundo contemporâneo.
Boa leitura!
Boa leitura!
Mais informações: www.wakeditora.com.br
segunda-feira, 5 de abril de 2010
Conae propõe 10% do PIB para educação até 2014
Notícia do jornal Valor Econômico (01/04/2010)
O Brasil precisa elevar dos atuais 4,7% para 10% o investimento em proporção do Produto Interno Bruto (PIB) na área educacional até 2014 e a principal fonte de recurso para viabilizar essa elevação deve ser receita do fundo social do pré-sal, que depende do início da extração do petróleo em águas profundas, cuja previsão vai além de 2014.
A demanda foi aprovada por ampla maioria em votação parcial dos delegados da 1ª Conferência Nacional de Educação (Conae), que reuniu mais de 3 mil professores e alunos, dirigentes estaduais e municipais, e será apresentada diretamente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que visita o evento na manhã de hoje (1 de abril), em Brasília. Ela é uma das 14 reivindicações que servirão como diretrizes para a elaboração de políticas públicas do setor nos próximos dez anos.
Se confirmada durante a plenária final da Conae, deverá ser levada em conta pelo Congresso na discussão das metas-leis do novo Plano Nacional de Educação (PNE) para o período 2011-2020, ainda este ano. O Valor apurou que a proposta exige que o dinheiro da exploração do pré-sal seja vinculado diretamente ao orçamento do Ministério da Educação, "não devendo passar por deliberação do comitê gestor do fundo social".
Do total dos recursos, 30% devem ser investidos pela União em educação superior e ensino profissionalizante, enquanto os outros 70% terão de ser transferidos para Estados e municípios para aplicação nos níveis básicos. A medida ainda traz uma ressalva: "Devem ser priorizados municípios com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Apenas dessa forma a riqueza do pré-sal poderá beneficiar o povo brasileiro".
De acordo com o projeto de lei 5.940/2009, que cria o fundo social, parte ainda não definida dos recursos desse mecanismo financeiro deverá ser usada em programas governamentais de combate à pobreza, enfrentamento das mudanças climáticas e desenvolvimento da educação, cultura, saúde pública e ciência e tecnologia.
O MEC não se manifestou sobre o assunto. Para o secretário-executivo adjunto da pasta e organizador da Conae, Francisco das Chagas Fernandes, trata-se de reivindicação de agentes da área educacional e da sociedade organizados na conferência, espécie de "termômetro" para futuras decisões. "É determinação desse governo incentivar a participação democrática via conferências e aumentar os recursos da educação. Cabe ao MEC propor um modelo de plano para ser debatido no Congresso."
Idevaldo Bodião, dirigente da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, acredita que a proposta é um recado para os legisladores. "Vários setores estão disputando o dinheiro do pré-sal. A conferência definir isso como resolução demonstra que o aumento de recursos para a educação é uma agenda que ganha terreno."
Para Mozart Neves Ramos, do movimento Todos Pela Educação, a proposta deveria ser mais realista. "Todo recurso que constar do PNE tem que estar relacionado às ações definidas. Quanto custa ampliar em 50% a oferta de vagas nas creches? Isso tem que ser calculado e apresentado, não podemos trabalhar com números mágicos, que serão obstáculos para o cumprimento das metas", afirma.
Outra proposta referente a financiamento que constará do texto final da Conae trata do custo-aluno qualidade, que estabelece nova referência para aportes na educação. A conferência também decidiu reivindicar a alteração do indicador que reajusta o piso nacional dos professores, trocando o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), pelo Índice de Custo de Vida (ICV), do Dieese.
Também tiveram deliberação favorável no evento: criação de fóruns estaduais e municipais para fiscalizar o cumprimento das metas do PNE, estabelecimento de eleições para diretores de escolas da rede pública, regulamentação constitucional da educação privada no país, reserva de 50% das vagas em universidades públicas para egressos da rede pública e aprovação da Lei de Responsabilidade Educacional, que prevê punição a gestores da educação pelo não cumprimento de metas de qualidade no sistema público de ensino.
O Brasil precisa elevar dos atuais 4,7% para 10% o investimento em proporção do Produto Interno Bruto (PIB) na área educacional até 2014 e a principal fonte de recurso para viabilizar essa elevação deve ser receita do fundo social do pré-sal, que depende do início da extração do petróleo em águas profundas, cuja previsão vai além de 2014.
A demanda foi aprovada por ampla maioria em votação parcial dos delegados da 1ª Conferência Nacional de Educação (Conae), que reuniu mais de 3 mil professores e alunos, dirigentes estaduais e municipais, e será apresentada diretamente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que visita o evento na manhã de hoje (1 de abril), em Brasília. Ela é uma das 14 reivindicações que servirão como diretrizes para a elaboração de políticas públicas do setor nos próximos dez anos.
Se confirmada durante a plenária final da Conae, deverá ser levada em conta pelo Congresso na discussão das metas-leis do novo Plano Nacional de Educação (PNE) para o período 2011-2020, ainda este ano. O Valor apurou que a proposta exige que o dinheiro da exploração do pré-sal seja vinculado diretamente ao orçamento do Ministério da Educação, "não devendo passar por deliberação do comitê gestor do fundo social".
Do total dos recursos, 30% devem ser investidos pela União em educação superior e ensino profissionalizante, enquanto os outros 70% terão de ser transferidos para Estados e municípios para aplicação nos níveis básicos. A medida ainda traz uma ressalva: "Devem ser priorizados municípios com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Apenas dessa forma a riqueza do pré-sal poderá beneficiar o povo brasileiro".
De acordo com o projeto de lei 5.940/2009, que cria o fundo social, parte ainda não definida dos recursos desse mecanismo financeiro deverá ser usada em programas governamentais de combate à pobreza, enfrentamento das mudanças climáticas e desenvolvimento da educação, cultura, saúde pública e ciência e tecnologia.
O MEC não se manifestou sobre o assunto. Para o secretário-executivo adjunto da pasta e organizador da Conae, Francisco das Chagas Fernandes, trata-se de reivindicação de agentes da área educacional e da sociedade organizados na conferência, espécie de "termômetro" para futuras decisões. "É determinação desse governo incentivar a participação democrática via conferências e aumentar os recursos da educação. Cabe ao MEC propor um modelo de plano para ser debatido no Congresso."
Idevaldo Bodião, dirigente da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, acredita que a proposta é um recado para os legisladores. "Vários setores estão disputando o dinheiro do pré-sal. A conferência definir isso como resolução demonstra que o aumento de recursos para a educação é uma agenda que ganha terreno."
Para Mozart Neves Ramos, do movimento Todos Pela Educação, a proposta deveria ser mais realista. "Todo recurso que constar do PNE tem que estar relacionado às ações definidas. Quanto custa ampliar em 50% a oferta de vagas nas creches? Isso tem que ser calculado e apresentado, não podemos trabalhar com números mágicos, que serão obstáculos para o cumprimento das metas", afirma.
Outra proposta referente a financiamento que constará do texto final da Conae trata do custo-aluno qualidade, que estabelece nova referência para aportes na educação. A conferência também decidiu reivindicar a alteração do indicador que reajusta o piso nacional dos professores, trocando o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), pelo Índice de Custo de Vida (ICV), do Dieese.
Também tiveram deliberação favorável no evento: criação de fóruns estaduais e municipais para fiscalizar o cumprimento das metas do PNE, estabelecimento de eleições para diretores de escolas da rede pública, regulamentação constitucional da educação privada no país, reserva de 50% das vagas em universidades públicas para egressos da rede pública e aprovação da Lei de Responsabilidade Educacional, que prevê punição a gestores da educação pelo não cumprimento de metas de qualidade no sistema público de ensino.
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