Leitores americanos gastam cerca de 20 vezes mais tempo lendo jornais em papel do que o noticiário na internet, mostram pesquisas. Enquanto o tempo médio gasto com o noticiário on-line é de 75 segundos por dia, aos jornais impressos os americanos reservam 26 minutos diários. Além disso, apenas 3% das notícias nos EUA são lidas em websites.
As conclusões são do economista-chefe do Google, Hal Varian, e foram expostas em workshop nesta semana em Washington sobre o futuro do jornalismo. São amparadas por pesquisas feitas em 2009 por institutos renomados como o Pew Research Center e o Laboratório de Jornalismo da Fundação Nieman.
"Há uma razão para o pouco tempo que os leitores gastam com notícias on-line: a maior parte dessa leitura se dá durante o trabalho", disse Varian, segundo discurso postado no blog do Google.
Por isso, lembrou ele, em 2008 (o último dado disponível), jornais e revistas americanos receberam o quádruplo da verba para anúncios destinada aos websites, perdendo apenas para a TV.
Com a circulação dos jornais caindo e os leitores na internet aumentando, editores nos dois meios buscam formas de explorar melhor a integração das duas plataformas (pelos números da Nieman citados pelo executivo, os jornais impressos tiveram em média 117 milhões de leitores ao mês nos EUA em 2008, ante 70 milhões on-line em junho último).
E o Google, com seu Google News agregando conteúdo muitas vezes exclusivo de outros veículos, viu-se na berlinda recentemente. Mas Varian diz que a empresa quer trabalhar com os jornais e vê nichos.
Neste mês, a mega-agência de notícias Associated Press somou-se a um grupo de jornais que vai do "Financial Times" ao "Wall Street Journal" e o "Le Figaro" e passará a cobrar pelo acesso a parte de seu conteúdo on-line fornecido no novo iPad.
Fonte: Folha de São Paulo/ Dinheiro - Texto Luciana Coelho (13/03/2010)
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