Por Marcus Tavares - Jornal O Dia
As recentes manifestações da população em todo o Brasil já fazem parte da história. Porém, o que mais chama a atenção são os bastidores: as discussões que ganharam e ganham espaço nas internet, muito longe dos holofotes da grande imprensa. A crítica de que as redes sociais estariam criando um cidadão mais individualista, solitário e participativo, apenas por meio de cliques e ‘curtidas’, não faz mais sentido. Daqui para frente, esse modelo de troca e compartilhamento de informações, já muitas vezes criticado por especialistas e ou intelectuais, se coloca como uma mídia que definitivamente não pode ser ignorada, muito menos subestimada.
Mas quem está na base? Crianças, adolescentes e jovens. Não à toa, são eles que lotam e engrandecem as passeatas pacíficas, exigindo de tudo um pouco. Estão lá lutando por diversos ideais — seus, dos outros e de todo mundo. Engana-se que pensa que eles estão lá pela festa ou pela exposição. Estão lá porque trazem os mesmos desejos e sonhos de uma vida melhor para todos.
Se nada é por acaso nesta vida, é a hora de esta juventude olhar também para o microcosmo de suas escolas. É hora de atuar de forma democrática, responsável e madura em torno de seus grêmios estudantis, tão vazios, desarticulados e desestruturados. É hora de diretores e professores possibilitarem que estas ações, iniciativas e atividades sejam potencializadas, deixando de lado medos e apreensões do que possa significar a presença de alunos mais participativos, questionadores e pró-ativos na construção de suas próprias vidas.
Da mesma forma que o povo (todos nós) clama, nas ruas, por escuta, creio que, na escola, muitos alunos também gostariam de ser mais ouvidos. E por que não? Dentro de um processo de diálogo, pacífico e respeitoso, ponderando todos os lados, essa escuta precisa existir até mesmo para que a garotada exerça, e saiba exercer, da casa/da escola às ruas, os seus direitos e deveres.
(*) Professor e jornalista especializado em Educação e Mídia
Fonte: http://odia.ig.com.br/noticia/opiniao/2013-06-29/marcus-tavares-das-ruas-para-a-escola.html 29/06/2013
As ruas transformaram-se em salas de aula
Por Carlos Eduardo Eagle - Jornal O POVO
Os últimos acontecimentos no país transformaram ruas em verdadeiras salas de aula. “Vem pra rua”, era uma das citações mais fortes acompanhadas de outras que, por sinal, eram bem pertinentes. E já que o convite para ir às ruas era constantemente repetido de diversas formas, os pais resolveram aderir ao movimento e, acredite, os filhos também foram. Durante as manifestações, crianças eram facilmente vistas com bandeiras e com os rostos pintados acompanhadas de adultos que uma vez ou outra estavam apontando, repetindo ou ensinado aos filhos o que significava tal acontecimento.
As crianças cidadãs perguntavam aos pais qual o significado de alguns termos empregados pelos manifestantes e o real motivo que levou tantas pessoas a fazerem manifesto por melhores condições de vida.
Pais e filhos durante a manifestação
Os pais querem o melhor para os seus filhos e isso inclui educação, saúde e segurança. Levar uma criança para junto de milhares de pessoas requer bastante cuidado e, para que seja uma boa experiência, é preciso aproveitar, com cuidado e atenção, cada atitude que possuem os manifestantes. Foi o que fez o professor André Fonseca, que levou o filho para acompanhar de perto a manifestação que acontecia próximo ao estádio Castelão.
O educador intercalava entre os gritos de protesto e as explicações direcionadas ao filho que segurava um cartaz com frases em apoio ao movimento. Outro pai amarrava uma bandeira do Brasil na criança enquanto explicava o que significava todo aquele movimento. Dessa forma, meninos e meninas puderam adquirir um conhecimento bastante enriquecedor porque os pais deram importância e tiveram paciência de ensiná-las.
Pequenos cidadãos
Uma forma bastante eficaz de aprendizado para as crianças é dar o exemplo sobre o que se deseja conquistar. Pais e professores devem mostrar aos pequenos cidadãos boas maneiras de comportamento. Pensando nisso, os valores que precisam fazer parte da vida de todos os seres humanos devem ser passados às crianças desde cedo e, ainda, pensar quais as maneiras que contribuirão para a conquista desses valores.
Envolvê-las em projetos sociais favorece o crescimento de boas atitudes que as acompanhararão durante toda uma vida e pode ser uma boa saída para quem busca uma formação humana de qualidade para os filhos. Visitar orfanatos, asilos, abrigos de animais ou outros lugares que necessitam de ajuda, são práticas sociais que contribuem com a formação de boas atitudes em relação ao meio em que vivem.
Dessa forma, ficará mais fácil respeitar o outro na fila do supermercado, no prédio, na escola e em todos os ambientes que necessite de respeito e atenção.
(*) Professor e Coordenador Pedagógico do Programa O POVO na Educação
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