O respeito pelos direitos das crianças e a busca por uma educação promotora da autonomia dos estudantes foram constantes na atuação profissional de Janusz Korczak (1878-1942), considerado um dos pioneiros na prática de Jornal Escolar, ao lado de Célestin Freinet.
Os exemplos de Korczak mostram a educação como uma opção ética radical e a gestão democrática e a comunicação como partes essenciais do processo de aprendizagem.
Aliás, tanto Freinet quanto Korczak apostaram no jornal impresso como aliado no processo educacional porque percebiam que os jovens tinham necessidade de expressar suas ideias.
Korczak também fundou o orfanato ‘Dom Sierot’ (A Casa dos Órfãos), na Varsóvia, em 1910, espaço que, após a Primeira Guerra Mundial, transformou em uma República onde as crianças tomavam todas as decisões coletivamente. Ferramentas como Código Moral, Conselho Jurídico, Cooperativa, Poupança, Empréstimo, Tribunal e o Jornal Impresso eram utilizadas na organização das atividades. A repercussão foi tão positiva que uma revista local da época (Nasz Przegrad, ou Nossa Revista) produziu uma edição infantil, organizada por Korczak, com contribuições de crianças de toda a Polônia, e com ‘remuneração’.
Em sua obra “Como amar uma criança” (1915) ele escreveu: “os cursos de jornalismo pedagógico poderão, talvez num futuro próximo, ser inseridos no programa de ensino nas escolas para professores”. O que ele chama de jornalismo pedagógico é, essencialmente, uma das áreas de intervenção da Educomunicação.
Janusz e as crianças do orfanato, precocemente, morreram durante a Segunda Guerra Mundial. Esta história é contada no filme “As 200 crianças do Dr. Korczak” (1990), de Andrzej Wajda, disponível no Youtube (migre.me/fCXGA).
Fonte: Jornal da Manhã 31/07/2013 (Texto publicado no blog Educom USP (educomusp.wordpress.com) com edição de Talita Moretto)
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