A Psicologia tem buscado
enfatizar o crescimento
saudável e a criação de
espaço para a expressão
do ser. Por outro lado, a
escola ocupa praticamente
metade do tempo (ou mais)
de uma criança ou
adolescente.
Por isso, é importante que
os educadores estejam
atentos para que a escola
não seja apenas um lugar
com finalidade de cumprir
programas, mas também para trocas que contribuam à
formação da identidade e à construção de uma autoestima
saudável. O Programa Jornal, Escola, Comunidade,
desenvolvido pelo jornal A Tribuna, de Santos/SP,
entrevista a especialista Beatriz Acampora (*), autora do livro
Autoestima – práticas para transformar pessoas.
Por que a Psicologia tem enfatizado a importância da
autoestima no processo educativo?
A educação é a base de tudo e ela começa em casa, nas
relações íntimas familiares, nas construções das regras,
dos papéis sociais, do valor que as pessoas têm na vida
umas das outras, no cuidado diário em oferecer atenção
às necessidades daqueles seres que estão em formação:
crianças e adolescentes. A escola é o palco onde a
socialização se dá efetivamente na vida da criança, onde
ela começa a lidar com grupos grandes, a dividir espaço, a
compartilhar deveres, tarefas e objetivos. É importante que
este espaço tenha uma atenção voltada para a formação
da autoestima das crianças e adolescentes que
compartilham seus ambientes, pois os acontecimentos
da escola têm um impacto direto na vida deles.
De que forma isso é um facilitador na aprendizagem?
Uma criança com boa autoestima tende a se interessar por
si mesma, a fazer escolhas que não a prejudiquem, respeita
seus limites e os limites dos colegas, consegue superar os
desafios, ser mais resiliente diante das dificuldades, é mais
persistente e luta pelos seus objetivos. Na aprendizagem,
isso é um grande facilitador para que a criança ou
adolescente crie estratégias para os estudos, mesmo
nas disciplinas em que têm mais dificuldades. O professor
precisa estar preparado para lidar com os alunos nesse
sentido, tanto de baixa autoestima quanto de
supervalorização.
De que forma proceder?
Em primeiro lugar, o próprio professor deve ter uma boa
autoestima, pois o modo como nos relacionamos com as
pessoas apenas retrata como lidamos conosco.
Um professor com baixa autoestima dificilmente conseguirá
incentivar seus alunos a desenvolver uma boa autoestima.
Não porque ele não queira, mas porque seus
comportamentos, suas palavras sempre o trairão.
A postura do professor deve ser de observar,
compreender, acolher e oferecer recursos e estratégias
para mudanças em conjunto com a criança e com a família.
É importante buscar compreender qual a intenção positiva
por trás do comportamento da criança, ou seja, o que ela
está tentando sinalizar com seu comportamento, mesmo
que em um primeiro momento ele pareça inadequado.
Por que a escola é essencial na construção da
identidade e do autoconceito?
A escola não é a única responsável pela autoestima das
crianças e jovens, mas ela tem um papel essencial. É na
escola que surgem a competitividade, a inserção em grupos
distintos da família, a busca pela adequação e adaptação
social às regras que valem para todos, como uso de
uniforme, convívio social, cumprimento de horários de
entrada, saída, lanche. É preciso ter um olhar atento
ao modo que as crianças e jovens expressam seus
sentimentos, às padronizações de estereótipos, para
que a construção da identidade e do autoconceito
sejam saudáveis. É preciso ter espaço para olhar o ser.
(*) BEATRIZ ACAMPORA É MESTRE EM COGNIÇÃO E
LINGUAGEM, ESPECIALISTA EM PSICOLOGIA,
COMUNICAÇÃO E SAÚDE, PSICÓLOGA, JORNALISTA E
PROFESSORA DA UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ.
É AUTORA DE DIVERSOS LIVROS PELA WAK EDITORA.
enfatizar o crescimento
saudável e a criação de
espaço para a expressão
do ser. Por outro lado, a
escola ocupa praticamente
metade do tempo (ou mais)
de uma criança ou
adolescente.
Por isso, é importante que
os educadores estejam
atentos para que a escola
não seja apenas um lugar
com finalidade de cumprir
programas, mas também para trocas que contribuam à
formação da identidade e à construção de uma autoestima
saudável. O Programa Jornal, Escola, Comunidade,
desenvolvido pelo jornal A Tribuna, de Santos/SP,
entrevista a especialista Beatriz Acampora (*), autora do livro
Autoestima – práticas para transformar pessoas.
Por que a Psicologia tem enfatizado a importância da
autoestima no processo educativo?
A educação é a base de tudo e ela começa em casa, nas
relações íntimas familiares, nas construções das regras,
dos papéis sociais, do valor que as pessoas têm na vida
umas das outras, no cuidado diário em oferecer atenção
às necessidades daqueles seres que estão em formação:
crianças e adolescentes. A escola é o palco onde a
socialização se dá efetivamente na vida da criança, onde
ela começa a lidar com grupos grandes, a dividir espaço, a
compartilhar deveres, tarefas e objetivos. É importante que
este espaço tenha uma atenção voltada para a formação
da autoestima das crianças e adolescentes que
compartilham seus ambientes, pois os acontecimentos
da escola têm um impacto direto na vida deles.
De que forma isso é um facilitador na aprendizagem?
Uma criança com boa autoestima tende a se interessar por
si mesma, a fazer escolhas que não a prejudiquem, respeita
seus limites e os limites dos colegas, consegue superar os
desafios, ser mais resiliente diante das dificuldades, é mais
persistente e luta pelos seus objetivos. Na aprendizagem,
isso é um grande facilitador para que a criança ou
adolescente crie estratégias para os estudos, mesmo
nas disciplinas em que têm mais dificuldades. O professor
precisa estar preparado para lidar com os alunos nesse
sentido, tanto de baixa autoestima quanto de
supervalorização.
De que forma proceder?
Em primeiro lugar, o próprio professor deve ter uma boa
autoestima, pois o modo como nos relacionamos com as
pessoas apenas retrata como lidamos conosco.
Um professor com baixa autoestima dificilmente conseguirá
incentivar seus alunos a desenvolver uma boa autoestima.
Não porque ele não queira, mas porque seus
comportamentos, suas palavras sempre o trairão.
A postura do professor deve ser de observar,
compreender, acolher e oferecer recursos e estratégias
para mudanças em conjunto com a criança e com a família.
É importante buscar compreender qual a intenção positiva
por trás do comportamento da criança, ou seja, o que ela
está tentando sinalizar com seu comportamento, mesmo
que em um primeiro momento ele pareça inadequado.
Por que a escola é essencial na construção da
identidade e do autoconceito?
A escola não é a única responsável pela autoestima das
crianças e jovens, mas ela tem um papel essencial. É na
escola que surgem a competitividade, a inserção em grupos
distintos da família, a busca pela adequação e adaptação
social às regras que valem para todos, como uso de
uniforme, convívio social, cumprimento de horários de
entrada, saída, lanche. É preciso ter um olhar atento
ao modo que as crianças e jovens expressam seus
sentimentos, às padronizações de estereótipos, para
que a construção da identidade e do autoconceito
sejam saudáveis. É preciso ter espaço para olhar o ser.
(*) BEATRIZ ACAMPORA É MESTRE EM COGNIÇÃO E
LINGUAGEM, ESPECIALISTA EM PSICOLOGIA,
COMUNICAÇÃO E SAÚDE, PSICÓLOGA, JORNALISTA E
PROFESSORA DA UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ.
É AUTORA DE DIVERSOS LIVROS PELA WAK EDITORA.
Fonte: Jornal, Escola, Comunidade/ Autora: Carolina Morgado Viana (
http://hotsites.atribuna.com.br/atribuna/jornalescola/noticias.asp?idConteudo=1421&categoria=3)
Nenhum comentário:
Postar um comentário