A partir do próximo mês, cerca de 75.000 estudantes de 150
escolas privadas do país passarão a adotar um sistema de ensino com foco no uso
de tablets. O Uno Internacional, do grupo Santillana, prevê a substituição
de projetores por lousas digitais, o uso obrigatório de iPads pelos professores
e a possibilidade de levá-los também a todos os alunos. Como parte do projeto
pedagógico, docentes, diretores e profissionais de TI participam de oficinas e
passam por acompanhamentos periódicos durante o ano letivo. No Brasil, a
primeira etapa de formação dos professores acontece no I Evento de Capacitação
no Brasil: Transformação XXUNO, quem levanta a mão?, nos dias 19 e 20 de janeiro,
no Centro Educacional da Universidade de Brasília, para 5 mil educadores.
No evento,
especialistas em educação vão discutir o tema e motivar os professores para a
utilização da ferramenta. Um deles é Luciano Meira, professor de psicologia da
UFPE e especialista em games educacionais. Meira já falou ao Porvir sobre a necessidade de
se mudar o DNA da educação, que deveria ser baseado em diversão, diálogo, desafio, narrativa e aventura (confira o vídeo de sua palestra). Já o embaixador da
Finlândia, Jari Luota, vai contar por que o país, que ocupa a terceira posição
no Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos), de 2009, é um dos mais
bem sucedidos no mundo.
A alta tecnologia na
educação é um dos fatores para revolução educacional finlandesa, que vem
investindo, sobretudo, na valorização do professor e do ambiente escolar. É o
que reforça Pablo Doberti, diretor global da Uno Internacional, que afirma que
antes de levar tais transformações à escola é preciso dar respaldo ao professor
para receber essas mudanças. “Os docentes precisam de capacitação e apoio
institucional, preparando constantemente a escola para o processo de mudança”,
diz.
Durante o processo de imersão digital, Renato Júdice, diretor
acadêmico do grupo, explica que é preciso, antes tudo, sensibilizar o professor
para que ele não se perca quanto ao uso dos recursos tecnológicos. Segundo ele,
“a proposta não é vender uma ideia, mas propor uma mudança conceitual, um jeito
diferente de ensinar”. Para Júdice, os tablets devem possibilitar mais diversão
e mais contato professor/aluno. “As aulas podem ser dadas de uma forma muito
dinâmica e divertida, aproximando os docentes das crianças, que passam a se
interessar, brincar mais e consequentemente aprender mais.”
Hoje, o sistema é adotado em países como México, Colômbia,
Argentina, El Salvador e Guatemala. Agora no Brasil, o sistema envolve as
instituições de ensino em uma grande rede, com intercâmbios presenciais e
virtuais. No futuro, pretende levar o modelo também à rede municipal
brasileira; três prefeituras, inclusive, já estão em fase de negociação.
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