Dia 30/01 foi comemorado o Dia Nacional dos Quadrinhos. Apesar da
internet e de toda a tecnologia do século XXI, os gibis permanecem atuais
devido à capacidade dos autores em renovar e atualizar as histórias. A
tecnologia, que antigamente assustava os editores e quadrinistas, atualmente é
uma grande aliada desse tipo de produção.
O fato de serem facilmente
encontrados nas bancas, revistarias ou livrarias, e por seu tamanho e tipo de
papel, os quadrinhos ainda são sucesso entre muitos leitores. Principalmente as
crianças, que estão em fase de alfabetização e criando o gosto pela leitura. As
histórias cheias de desenhos e falas curtas, atrai o olhar e a atenção dos
pequenos.
Aparecido Ferreira é proprietário
da Banca Faroeste, em Maringá, uma das mais tradicionais e que está na cidade
há 40 anos no mesmo ponto. Ferreira conta que os gibis mais procurados hoje são
os da Turma da Mônica, mas o gosto dele é bem diferente. “Sou apaixonado pelos
primeiros personagens que surgiram; Zorro, Tarzan, Rocky Lane e Ray Roger.”
Os motivos para a continuidade do
sucesso dos quadrinhos são variados; vão desde a qualidade da produção ao
profissionalismo, passando pela maior distribuição, segmentação, e, é claro,
pela diversidade de gibis. A internet, como uma ferramenta de apoio é muito
forte, pois possibilita a criação de clubes de leitores que, antigamente, eram
muito complicados para serem implementados. Também facilita o acesso ao sistema
de assinatura e venda por lojas virtuais.
A banca de Aparecido é um ponto
de encontro para o pessoal “mais antigo”, como assim ele denomina. Vários
aposentados e colecionadores de gibis frequentam o local diariamente para
relembrar os velhos tempos, recontar as histórias que mais gostaram de ler,
falar dos personagens e principalmente, fazer venda e troca de raridades.
“As capas é o que mais me alegra,
tem dia que passo horas olhando para elas, me faz voltar ao passado, me lembra
a juventude.” E por falar em juventude, Aparecido sempre foi apaixonado por
histórias de faroestes, e por gostar tanto, nos dias livres ele se vestia à
caráter, com todos os acessórios utilizados pelos personagens dos quadrinhos, e
depois tirava várias fotos, que quando reveladas passavam por recorte, colagem
e montagem de capas de gibis, como se Aparecido fosse o personagem principal da
história. Relíquias que ele guarda até hoje e tem orgulho ao mostrar. “Quando
gostamos de uma coisa, não medimos esforços”, destaca.
Leitura
As histórias em quadrinhos, mais
do que um divertido passatempo são excelentes aliadas na educação, pois
despertam facilmente o interesse da criança, estimulam o hábito da leitura,
unem cultura e entretenimento, além de serem de fácil acesso e baixo custo.
Mais do que uma paixão, os
quadrinhos foram responsáveis pela alfabetização de Aparecido. Ele que só foi à
escola durante oito meses em toda a sua vida, aprendeu a ler, com os gibis.
“Meus pais trabalhavam na roça, a
gente se mudava muito, só tive a oportunidade de ir a uma escola quando eu
tinha nove anos e ainda por pouco tempo, porque depois nos mudamos de novo. Mas
esse tempo de estudo me fez aprender as letras e formar as palavras, então com
14 anos eu conheci os gibis e como as frases eram curtas eu conseguia ler. E
foi assim que eu aprendi a ler tudo o que sei até hoje, nos meus 66 anos de
vida”, conta emocionado.
Preocupado com outras crianças e
com o incentivo à leitura, há alguns anos Aparecido chegou a apresentar um
projeto de Gibiteca, para ser realizado em Maringá, mas infelizmente o prefeito
da época não se interessou pela iniciativa. “A intenção era montar um espaço
para lazer, onde as pessoas pudessem fazer o empréstimo e trocas de gibis, e
também terem um local agradável para a leitura”.
Blog: O Diário na Escola (http://blogs.odiario.com/odiarionaescola/2013/01/31/o-incrivel-poder-das-historias-em-quadrinhos/)
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