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quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

A tecnologia mais próxima da sala de aula. Será?


Os estudantes de hoje, em especial os adolescentes, buscam mais agilidade. Encontrar o conteúdo de todos os livros em poucos cliques, acesso a um conteúdo mais instigante com animações que ilustrem algum conceito da física ou mapas interativos em três dimensões que já mostram o relevo de determinada região, por exemplo, e principalmente, mais comodidade, sem a necessidade de levar muito peso em uma mochila.
A questão é: se as escolas adotassem os tablets no ano letivo, a tecnologia realmente seria útil para os estudos em sala de aula? Apesar dos inúmeros aspectos positivos da sua utilização nas escolas, precisamos considerar também diversos desafios que, infelizmente, ainda precisam ser vencidos para levar os livros didáticos para equipamentos rápidos, como esperam os estudantes dessa nova geração que já nasceu conectada.
Num colégio particular de Maringá, alguns alunos do ensino médio têm acesso as apostilas pelo tablet, o que facilita o estudo em casa, contra-turnos ou viagens, mas o equipamento é de uso proibido durante as aulas. “O tablet traz muitas opções de diversão, o que acaba tirando o foco do aluno para a pesquisa. Não adianta apenas ter o recurso, é preciso conscientização na hora de usar e preparação do corpo docente”, destaca o diretor da instituição de ensino e professor, Arnaldo Piloto.
“Sou a favor do uso de tablets na escola, mas não sem destacar que eles precisam ser utilizados de maneira inteligente. Não se trata apenas de usar uma nova tecnologia. O trabalho da escola deve ser envolvê-la em seu projeto pedagógico e determinar objetivos claros para a ferramenta”, acrescenta a professora do ensino fundamental, Edna Aparecida Barbosa.
Já o estudante de 15 anos, Lucas Cartacho, acredita que nos dias de hoje o tablet não vem para somar com a educação, “os alunos não estão preparados para ficar com esse tipo de equipamento na sala de aula. Assim como já acontece com os celulares, os tablets seriam utilizados para jogar ou navegar na internet, e não para o acesso ao conteúdo didático.”
De acordo com a professora universitária e doutora em Comunicação, Luzia Yamashita Deliberador, as crianças têm muita facilidade com a tecnologia, mas isso não quer dizer que elas vão utilizar esse instrumento a favor do aprendizado. “Sou da geração dos livros, onde folheamos a página e paramos para refletir sobre o conteúdo. A leitura online é mais rápida, o que às vezes a torna superficial. Para a inserção do tablet na educação, antes de tudo é preciso preparar a escola, o professor e o aluno, para receber esta novidade. É uma mudança que me preocupa muito.”
 Conteúdo
A grande maioria das editoras ainda está apenas planejando lançar livros didáticos para tablets, o que por enquanto torna inviável uma substituição do material didático impresso por conteúdo digital em grande escala.
Porém, a adoção imediata pelas escolas incentivaria as editoras a acelerar lançamentos de livros didáticos para esses equipamentos, e assim não perder mercado para as concorrentes que se anteciparem na digitalização de conteúdos.
 Professores
Com a implementação antecipada dos tablets, as escolas serão obrigadas a investir rapidamente na formação do corpo docente para que os professores aprendam a aplicar as novas tecnologias em sala de aula, melhorem a qualidade do ensino e consigam envolver e motivar os alunos, incrementando o aprendizado na medida em que conquistem seu interesse para um conteúdo mais interativo, dinâmico e atraente.
Uma pesquisa divulgada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) revelou que 75% dos professores da rede pública dependem principalmente de contatos informais para buscar aprimoramento sobre tecnologia aplicada à educação. Em outras palavras, não há orientação formal. O docente depende principalmente de sua motivação pessoal e da ajuda de colegas para aprender algo sobre o uso do computador e da web.
Reaproveitamento
Todos os anos as editoras enviam livros impressos para que os professores os avaliem e  escolham com quais querem trabalhar no próximo ano letivo. Os livros são sempre atualizados para novas edições e não podem ser reutilizados, sendo destinados, apenas e eventualmente, para reciclagem.
Na medida em que lançarem livros para tablets, as editoras serão forçadas a cobrar apenas pelas atualizações e não mais pelos relançamentos das edições que trazem conteúdos muito semelhantes aos das edições anteriores. Os conteúdos baixados nos tablets serão 100% reaproveitáveis e terão que ser cada vez mais inovadores, interativos e divertidos para entreter os estudantes. Por mais este motivo, quanto mais rápido o mercado editorial começar a desenvolver materiais em formato digital, melhor será. Se as escolas incentivarem o uso dos tablets, as editoras serão obrigadas a embarcar na digitalização.

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