Grupo RAC foi o primeiro do Estado a criar projeto para reflexão sobre mídia nas escolas.
O projeto foi a primeira iniciativa de educomunicação em empresa jornalística desenvolvida no estado de São Paulo e um dos primeiros do Brasil. O Correio Popular completou 20 anos de existência e desde 1992 mantem um trabalho sobre o jornal como incentivo à leitura e capacitação continuada de professores para o uso da mídia na sala de aula. O projeto é orientado pela professora Cecília de Godoy Camargo Pavani.
Veja na íntegra o que o Correio Escola fala sobre o projeto:
O projeto envolve escolas de ensinos Fundamental e Médio, públicas e particulares, de Campinas e região. Os alunos são estimulados a manusear os jornais do dia e conhecer todos os cadernos, além de participar de debates, questionamentos e posicionamentos sobre o conteúdo analisado. Desde o ano passado, com o avanços da inovações tecnológicas, o projeto passou a ser chamado de Correio Escola Multimídia e, além da preparação para o trabalho com jornais impressos, passou a dedicar mais espaço também para a leitura crítica das mídias digitais e para a integração entre impresso e virtual.
De acordo com Cecília, o objetivo é levar o aluno a gostar de ler e de se informar diariamente, incorporando novos conhecimentos e comparando-os com os armazenados anteriormente a fim de formar opiniões consistentes e consciência de cidadania. Em 20 anos, cerca de 450 mil alunos já foram contemplados com o projeto e quase 4,5 mil passaram pelo projeto.
De acordo com a coordenadora e idealizadora, o uso da mídia no processo de aprendizagem exige, no entanto, preparo do educador para que cada uma das possibilidades desse universo seja aproveitada pelos estudantes. Para isso, nos primeiros anos, Cecília ia até as escolas que se inscreviam para o projeto e ajudava os professores a prepararem e desenvolverem atividades. A partir de 1995, o projeto começou a organizar encontros temáticos com professores para discutir temas relacionados aos assuntos tratados na reportagens e também para que jornalistas e fotógrafos pudessem apresentar as particularidades de suas atividades. Como forma de comemorar os 10 anos do projeto, em 2002, o Correio Escola passou a oferecer um curso de extensão cultural, com duração de um ano.
No curso, os professores recebiam informações para utilizar a leitura de jornal na sala de aula, debatiam questões educacionais e problemas contemporâneos, além de procurar envolver o professor com outras mídias, como TV, rádio, revistas e internet. “Nossa visão é que o jornal deve ser usado como recurso, embora não deva ser didatizado, ou seja, o professor não deve levá-lo para a sala de aula apenas para ensinar conteúdos, analisar questões gramaticais, estrutura do texto ou leitura de mapas ou gráficos. A leitura deve ser realizada como uma forma de contextualizar e entendimento das questões que fazem parte do dia a dia do aluno. Se o uso for apenas como ferramenta didática, o aluno pode perder o interesse”, explica o coordenador de jornalismo do projeto, Fabiano Ormaneze, que integra a equipe do Correio Escola há cinco anos.
Em 1993, em busca de mais informações e de comprovação científica do trabalho desenvolvido pelo projeto Correio Escola, Cecília ingressou no mestrado em psicologia escolar, na Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas). Cecília defendeu sua dissertação, orientada pelo professor Samuel Pfromm Neto, em 1995. O trabalho recebeu o nome de “O jornal como meio auxiliar de ensino-aprendizagem em classes de 1° Grau”. A dissertação mostra que o uso de jornais na sala de aula já tinha entre 80 e 90% de aprovação entre alunos, professores e diretores de escolas públicas e particulares. A partir dessa época, Cecília também passou a participar de vários congressos sobre jornal e educação, além de auxiliar outros jornais do País inteiro que queriam montar seus projetos.
Parte dos resultados da dissertação originaram o livro Jornal: (In)formação e ação, lançado em 2002, pela Editora Papirus. Cecília foi a organizadora da obra, que contou com colaborações de outras dez educadoras que, à época, compunham a equipe pedagógica do projeto e auxiliavam os inscritos a desenvolverem atividades com jornal na escola.
Enquanto desenvolvia a dissertação, o projeto ganhou um apoio importante: o professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Ezequiel Theodoro da Silva assumiu a secretaria de Educação do Município e passou a apoiar as atividades do projeto, inclusive conseguindo que as exposições, que passariam a ser realizadas todos os anos, até 2010, fossem realizadas no Centro de Convivência Cultural (CCC), no Cambuí. Professores levavam para a exposição os trabalhos que desenvolviam durante o ano.
MULTIMÍDIA
Desde o ano passado, o curso de extensão do Correio Escola passou a ser semipresencial. Os professores têm um encontro presencial por mês, mas semanalmente recebem informações, textos e atividades para realizar a distância. Todo o trabalho é acompanhado pela equipe pedagógica do projeto, formada, além de Cecília e Ormaneze, pelas educadoras Ângela Junquer e Elizena Cortez.
No ano passado, além do curso, o projeto também realizou o concurso Experiência 10. Professores, participantes ou não do curso de extensão, puderam inscrever atividades que desenvolveram em qualquer nível de ensino e consideravam criativas. Elas passaram por uma avaliação de educadores e jornalistas e as cinco melhores foram tema de reportagens publicadas em outubro, mês do professor, no Correio Popular. Os educadores selecionados também recebem prêmios, como laptop e câmeras fotográficas digitais. Além disso, como ocorre desde 2002, todos os anos, os três professores participantes do curso que melhor desenvolvem trabalhos com jornal e educação também foram homenageados.
ANJ
A coordenadora-executiva do Programa de Jornal e Educação da ANJ, que reúne cerca de 60 projetos de educomunicação em todo o País, mantido pelas empresas jornalísticas, lembra que o Correio Escola faz parte da história da educomunicação no País. De acordo com Cristiane Parente, “recordar vem do latim re-cordis, tornar a passar pelo coração. Falar sobre o Correio Escola Multimídia é recordar, falar com o coração sobre os 20 anos de caminhada de um programa que tem avançado junto com as conquistas da educação. É valorizar a tradição, entendendo a importância de estar sempre aberto ao novo, como faz esse projeto modelo para o País'.
Fonte: http://www.cca.eca.usp.br/content/correio-escola-pioneirismo-educomunicacao, com informações do Correio Escola Multimídia
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