Os blogs podem ser importantes ferramentas para desenvolver
habilidades relacionadas à escrita e comunicação com os alunos. Mas seu uso não
se restringe aos textos. O contato com as plataformas permite que os estudantes
desenvolvam outras habilidades como diálogo e senso de responsabilidade, ao
terem que, por exemplo, responder os comentários ou administrar questões de
direitos autorais sobre o que publicam. Para ajudar os educadores sobre o uso
dos blogs em sala de aula, Ben Curran, professor e consultor educacional em uma
escola em Detroit, nos Estados Unidos, dá dicas, passo a passo, de como criar
um blog, usá-lo em classe e até como ampliar seu acesso por meio de hashtags no
Twitter, como é o caso da #comments4kids, criada por especialistas para chamar pessoas a
comentarem em trabalhos de estudantes de todo mundo.
Segundo Ben
Curran, criar um blog, para muitos, é sinônimo de “trabalheira”, mas o
especialista garante que vale a pena. “É importante que os alunos tenham seus
textos lidos por mais pessoas do que apenas pelo professor. O impacto é
imensurável quando eles veem que suas publicações estão sendo lidas por
familiares, colegas e pessoas de todo o mundo. É uma forma de fazê-los se
atentarem a tudo, desde ao simples hábito da escrita até a escolha de palavras
para se comunicar com mais clareza”, afirma o consultor à Education Week.
Segundo ele, outros avanços são bastante claros: os alunos ficam
mais cautelosos para escrever, criam o costume de ler e reler os textos antes
de enviá-los ou publicá-los, estabelecem uma relação de troca com os colegas
compartilhando textos para revisão. “Os meus alunos, por exemplo, passaram a
ter conversas mais significativas sobre a escrita, fazem perguntas e
observações mais sofisticadas do que faziam antes. Eles se tornaram escritores
e passaram a viver ‘vida de escritores’, o objetivo final de qualquer
professor”, diz ele que é fundador da Engaging Educators, iniciativa que ajuda professores a
se engajarem a partir do uso da tecnologia. Em outras situações, afirma,
produzir um blog amplia a abordagem de novos conteúdos em sala de aula, como o
uso das mídias sociais, cidadania digital e direitos autorais.
Acompanhe as dicas:
1. Foco no tema
O primeiro passo que o professor precisa ter em mente é a
escolha do tema que deseja trabalhar com os estudantes. O ideal é que o tema
sirva como apoio a disciplina que esteja ensinando. Os assuntos podem variar,
desde diários reflexivos de matemática ou ciências, resenhas de livros ou até
mesmo artigos de opinião sobre atualidades. No caso do professor Curran, seus
alunos mantêm blogs que estimulam à prática de textos sobre política, como a revolta
da Síria, aos conflitos étnicos, como o assassinato do jovem negro Martin
Trayvon, 17, que estava desarmado e foi morto no ano passado por um vigia
voluntário nos Estados Unidos. Enquanto outra plataforma, permite que os alunos
compartilhem cartas que escreverem sobre questões sociais. E ainda, um último
blog foi produzido sobre os livros que os alunos estão lendo.
2. Formato e plataformas
Depois de
focar em um temática, é preciso pensar em formatos e plataformas. O professor
precisa decidir se quer criar um único blog, onde podem ser abarcados
diferentes assuntos ou criar várias plataformas. A vantagem de criar um único
blog é o “controle de qualidade” sobre as publicações, já que é o professor o
administrador de tudo que é postado. Em contrapartida, isso exigirá mais tempo
dele, já que precisará revisar e publicar os textos enviados por e-mails pelos
estudantes. Outra opção, é que a criação de blog individuais pelos alunos.
Neste caso, cada um tem um nome de usuário e senha individuais, e é responsável
por suas próprias postagens. Uma boa opção de plataforma que pode ser adotada é
o Blogger. O professor pode criar a plataforma e os
alunos, acima de 13 anos, (idade mínima para configurar contas do Google),
podem se cadastrar como autores. Dessa forma, o professor tem controle total
sobre o conteúdo e os comentários. Outra alternativa é o KidBlog,
desenvolvida especialmente para que professores e estudantes criem seus blogs
individuais.
Em ambas as plataformas, que são gratuitas, é possível ainda
gerenciar o nível de privacidade: ser totalmente privada, ter acesso restrito,
ou seja, ser aberta apenas aos colegas de classe, ou ficar disponível para toda
a web. Além disso, para garantir a segurança do que é postado, o professor pode
ainda se inscrever por e-mail ou RSS para receber notificações automáticas
sempre que novas publicações forem postadas.
3. Preparo e prática
Outro aspecto importante é a estruturação do blog (edição,
revisão e interação com os leitores) e o preparo dos estudantes em relação ao
senso de responsabilidade, já que os trabalhos publicados deixam de ser vistos
somente pelo professor, mas por qualquer pessoa do mundo com acesso à internet.
4. Divulgação
A última etapa é divulgação dos blogs. O objetivo é que os
professores estimulem seus alunos não somente a ler as publicações dos colegas,
mas que comentem uns os textos dos outros. Para atrair leitores para além da
sala de aula, um outro professor americano, William Chamberlain, decidiu criar
a hashtag #comments4kids, para ampliar o número de leitores dos blogs criados
por seus alunos.
Fonte: Porvir (http://porvir.org/porfazer/como-os-blogs-podem-melhorar-escrita-dos-alunos/20130206) 06/02/2013 Com informações da Educational
Week
Eu venho usando o blog no apoio a minha disciplina presencial no curso de bacharelado em enfermagem com bons resultados e isso acabou virando meu objeto de pesquisa no mestrado...bjs
ResponderExcluir