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segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Vencedores do Prêmio Comunicador Parceiro da Educação participam de oficina em SP

Nos dias 29 e 30 de novembro será realizada, em São Paulo, a Oficina do Prêmio Comunicador Parceiro da Educação. O encontro reunirá os comunicadores vencedores para uma troca de experiências e conhecimentos acerca do tema educação.

A ideia é estimular, por meio desse aprendizado e do contato entre esses profissionais, a produção de matérias e reportagens cada vez mais qualificadas sobre a questão do ensino no país. A capacitação contará com convidados especialistas nos temas Educação e Mídia, bem como uma visita à redação da Editora Abril e à Unidade de Piracicaba da Fibria (empresa do Grupo Votorantim).

Além de contribuir para a formação de comunicadores especializados no tema, o prêmio é também uma forma de valorizar o papel dos comunicadores e das mídias locais na disseminação de informações sobre educação, tendo em vista sua proximidade com os desafios e as oportunidades existentes em cada município.

O Prêmio Comunicador é uma iniciativa do Instituto Votorantim, por meio do projeto Parceria Votorantim pela Educação.

Para conhecer o nome dos oito jornalistas vencedores e acessar as matérias premiadas, clique aqui.

Confira abaixo como será a programação da oficina.

Dia 29/11

• Boas vindas e apresentação dos participantes

• O projeto Parceria Votorantim pela Educação e as ações para a imprensa

• Apresentação da análise de mídia sobre a cobertura da educação na imprensa brasileira – Agência de Notícias dos Direitos da Infância (ANDI)

• Conversa com Daniela Arbex, da Tribuna de Minas (MG) – “Jornalista Amiga da Criança”

• Apresentação do “Guia de Referência para a Cobertura Jornalística – Educação no Brasil” – ANDI

• Debate com Cristiane Parente, coordenadora do “Programa Jornal e Educação”, da Associação Nacional de Jornais (ANJ)

• Conversa com Fernando Rossetti, um dos fundadores da ONG Associação Cidade Escola Aprendiz e secretário-geral do Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (GIFE)

Dia 30/11

• Visita à Editora Abril

• Visita à Unidade Piracicaba da Fibria (empresa do Grupo Votorantim)

Por equipe Blog Educação

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Programa Jornal Escola e Comunidade, de Santos/SP, com inscrições abertas até 3 de dezembro

No Programa Jornal Escola e Comunidade (JEC), da Tribuna (Santos/SP), o final do ano letivo é o momento em que a equipe recorda as experiências de sucesso com o uso do jornal em sala de aula e se prepara para receber, em 2011, a turma com novos inscritos. Até o dia 3 de dezembro ainda é possível fazer inscrições para participar do JEC em 2011.

Podem integrar o Programa escolas, instituições de ensino e ambientes sócio-educativos em geral, de toda a Baixada Santista. As unidades interessadas devem se cadastrar no site www.atribuna.com.br/jornalescola e preencher um formulário com os dados da unidade. Vale lembrar que o preenchimento não garante a participação, pois todos os inscritos serão avaliados pela equipe do JEC.

Das escolas que compuseram o JEC em 2010, vamos avaliar o desempenho dos professores, as atividades desenvolvidas, assim como o comparecimento aos eventos promovidos e a disposição dos coordenadores de sugerir alternativas que dinamizam o conteúdo programático e fomentam o hábito da leitura. Para quem ainda não participou da iniciativa, será avaliada a proposta de trabalho e utilização do jornal como recurso pedagógico, em campo a ser preenchido no próprio formulário.

Como nesse ano, serão disponibilizadas 100 vagas e cada instituição participante terá direito a uma assinatura diária de A Tribuna, além dos 40 exemplares, distribuídos semanalmente pela rede pacote - que ajudam os professores a viabilizar trabalho proposto por nossa equipe.

Para 2011, a coordenação do Programa optou por dar continuidade ao trabalho desenvolvido. Dessa forma, o JEC continuará a realizar encontros temáticos a cada bimestre e também concursos culturais voltados a estudantes e professores. Os eventos de confraternização ao final dos semestres continuarão a ser feitos, para entreter e integrar, ainda mais, os envolvidos no JEC.

Para a coordenadora do Programa, Carolina Viana Morgado, as atividades desenvolvidas em 2010 foram um sucesso. “Realizamos palestras nas unidades do JEC, trouxemos estudantes de diversas escolas da Região para conhecer A Tribuna. Isso nos motiva a continuar trabalhando para consolidar a visão do jornal como um aliado da Educação”. Segundo ela, a equipe do JEC incentivou as unidades a desenvolverem jornais escolares e a explorarem outros meios de comunicação, como Internet e Rádio, e essas iniciativas devem persistir em 2011.

Fonte: JEC - A Tribuna/SP

Tecnologias trazem desafios aos professores

Enquanto muito se fala das tecnologias aplicadas à Educação, mas será que as escolas e os professores estão realmente preparados para essa realidade? Com o acesso a milhões de informações, por meio da internet, os professores precisam adequar o discurso e melhorar a comunicação com os alunos.

As vantagens e desvantagens do uso das tecnologias em sala de aula foram o assunto da entrevista, feita pela equipe do projeto Jornal Escola e Comunidade, do jornal A Tribuna (Santos/SP) ao professor Wendel Freire (foto), autor de "Ensino-aprendizagem e comunicação" - obra publicada pela WAK Editora.

A escola está preparada para acompanhar os avanços da tecnologia e da comunicação?

Não sei se nós estamos preparados para acompanhar a tecnologia. Isso exige uma dedicação quase exclusiva para acompanhar as novidades que, nem sempre, valem a pena para um educador ou uma escola. No início do século passado, saíamos das graduações prontos. Essa sensação já não existe mais. Assim, buscamos a chamada formação continuada a fim de adotar uma postura mais fluida. Mas, estamos abertos a experimentar os suportes que surgem nas prateleiras e nas mãos dos alunos de modo a estimular a criação conjunta? O que queremos com isso? Nos perguntamos sobre tais dispositivos, sobre seus usos, e estamos instigando nossos alunos a pensar sobre eles? Essas questões, e outras, podem nos ajudar a lidar com o nosso algoz contemporâneo: a velocidade. E encarar essas interrogações independe da receita de cada gestor escolar, seja da rede particular ou pública.

A “arte de ensinar” persiste nas escolas, apesar das mudanças na sociedade?

Ensinar deve ser parte de aprender, do mesmo modo que teoria e prática, na etimologia da palavra praxis, são indissociáveis. Arte exige sensibilidade, muito trabalho e pesquisa. Se pensarmos na arte de ensinar-aprender nesses termos, sem dúvida, podemos afirmar que ela está presente em muitas escolas. Principalmente, nas práticas de professores inquietos que, junto de crianças e adolescentes que dispensam formação para o uso dos multimeios, fazem algo natural, questionam o processo comunicacional. Esses educadores aprendem com os usos criados pelos seus alunos e ensinam ao desnaturalizar usos e dispositivos técnicos.

A figura do professor como parâmetro para seus alunos se encontra fragilizada diante da velocidade e diversidade de informação?

Parâmetros e modelos são questionados intuitivamente pelos jovens o tempo inteiro. Certamente, a figura do professor arrogante, dono do saber que vai generosamente levar sua “luz” aos alunos, está destroçada! Quem pensa no processo de ensino e aprendizagem unidirecional entra em forte colisão com um educando habituado à multitarefa, à multidirecionalidade. O educando é um ouvinte-espectador-leitor em um novo contexto comunicacional, onde passa a ter o poder de emissão, passa a produzir e veicular com grande facilidade e liberdade seus conteúdos. Este novo contexto, bem explorado por um professor investigador de suas práticas, pode se revelar bastante proveitoso na transformação coletiva de informação em conhecimento.

Que alternativa o professor pode adotar para estimular a leitura e oferecer conhecimentos mais aprofundados?

A pergunta me fez pensar no ensino de literatura. Preso à historiografia, ao ensino da sucessão de escolas literárias no tempo, ao ensino do que estudiosos disseram sobre as obras que eles consideram as mais significativas, não tem levado os alunos a serem melhores leitores, antes ainda, não fomentam o hábito de leitura, um dos seus principais objetivos. Não precisamos, nem devemos, abandonar isso, mas é extremamente necessário estabelecer links com o que é produzido hoje. Não só o que sai em livros, mas toda inovação que usa áudio, vídeo e fotografia, no ambiente denominado cibercultura. Afinal, a experiência das inovações narrativas do vídeo-poema, da ciberpoesia e dos contos escritos coletivamente podem despertar o interesse pelos mais diferentes tipos de texto.

Você concorda com o uso da internet como ferramenta pedagógica?

A cultura emergente na rede deve ser alvo da apropriação pedagógica, sem dúvida. Aliás, com dúvidas. O que é a “interatividade” além de uma palavra bastante desbotada pelos usos comerciais? E “hipertextualidade”? Como a noção texto se altera com o ambiente digital? Já não basta pronunciar tanto esses termos sem vê-los, de fato, no cotidiano escolar? A sala de aula pode ser enriquecida com práticas de pesquisa, interpretação e avaliação crítica de textos digitalizados.

Quais seriam os meios seriam mais adequados para serem usados em sala de aula?

A internet pode dinamizar conteúdos curriculares, mas também servir de objeto de estudo, na produção midiática, e na produção de mídias escolares, usando blog, podcasting ou postando criações audiovisuais no youtube. A metodologia do webquest e a criação de mapas conceituais podem significar bons pontapés nessa direção. Quem tiver o interesse de realizar os mapas pode recorrer a um programa, o Cmaptool, que pode ser baixado livremente.

A inclusão digital proporciona o contato com milhões de informações de todo o mundo. As pessoas estão preparadas para interagir nesse ambiente?

Lembro de um documentário chamado “Periferia.com”, realizado pela TV Cultura, que mostrava a proliferação de lan houses pelas metrópoles. As crianças e adolescentes da periferia não têm dificuldade em encontrar esses espaços e estão sim utilizando com frequência a internet. Mas seus usos limitam-se, geralmente, aos games e às redes sociais. Bastará, então, termos computadores nos ambientes para que a internet democratize os acessos ao conhecimento e à produção do conhecimento? Talvez as pessoas estejam preparadas instrumentalmente, mas não devemos nos contentar apenas com esse uso. Incluir digitalmente demandará um compromisso que as lan houses e seus empreendedores não tem como assumir, a formação de leitores, ouvintes e espectadores críticos, mas também, e principalmente, de produtivos emissores de textos diversos.

Fonte: Projeto JEC - A Tribuna/SP

Aluno atrasado na escola tem mais chance de evadir, diz pesquisa

Estudar com mais idade que a esperada para a série escolar, devido à repetência ou abandono, aumenta as chances do aluno de São Paulo não se matricular no ensino médio. O quadro é mais crítico para os estudantes com notas baixas em avaliações oficiais do ensino fundamental, aponta um estudo do Instituto Unibanco, apresentado nessa quinta-feira (25/11), na capital paulista.

Estar um ano atrasado no ensino fundamental diminui em 20% a chance de se matricular no ensino médio para os alunos com baixo desempenho no Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp) - que avalia o rendimento dos alunos do ensino fundamental. Para os atrasados com notas altas a probabilidade diminui 7%, segundo a pesquisa.

Para os alunos com mais de um ano de atraso, independente das notas nas avaliações oficiais, a probabilidade de ingresso no ensino médio reduz de 20% a 35%, aponta o estudo, intitulado “Relação entre Abandono Escolar no Ensino Médio e Desempenho Escolar no Ensino Fundamental Brasileiro”. A lógica se mantém para a permanência no ensino médio, segunda a pesquisa.

“Esses alunos estão em uma fase da vida em que não há forte preocupação com o futuro, principalmente quando há problemas para serem solucionados no presente, como falta de renda”, observou o coordenador da pesquisa, Amaury Patrick Gremaud. “Ele não se enturma com os colegas por ser mais velho e é caracterizado por já ter tido dificuldades no ensino fundamental”.

O diagnóstico da pesquisa foi observado na prática pela estudante do 1º ano do ensino médio Katarina Fernanda, de 16 anos, que sempre viu alunos abandonarem os estudos no colégio público em que estuda, em São José dos Campos (SP). “Muitos colegas pararam, pelos mais variados motivos, mas principalmente por problemas pessoais. Alguns voltaram e depois saíram de novo”.

Ele destaca que a evasão reduziu depois que a escola iniciou um projeto social para combater o problema. “Eu mesma não via muito sentido e não entendia porque estudar aquelas coisas”. Apesar disso, ela destaca que quando se fala em aprender o conteúdo, a classe ainda fica bem dividida. “Muitos alunos têm dificuldade de aprender o que é ensinado”.

“Combater a repetência iniciando projetos para evitar que ela aconteça é muito importante, porém é necessário garantir que os alunos aprendam”, observou o coordenador da pesquisa, durante o lançamento.

Metodologia

A pesquisa analisou dados do Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp) de 2007 e a situação de matrículas em 2008 e 2009. A pesquisa fica restrita a São Paulo por ser o único estado em que as notas das avaliações oficiais são cruzadas com outros dados dos alunos individualmente.

Rendimento

Assim como a idade, o mau rendimento nas avaliações oficiais do ensino fundamental diminui as chances dos alunos se matricularem ou permanecerem no ensino médio. Os estudantes com as piores notas têm 70% de chance de se matricularem nessa etapa do ensino, enquanto entre os com as maiores notas a probabilidade é de 97%, destaca a pesquisa.

Negros

Os alunos negros são os que têm mais chance de concluir o ensino médio, segundo dados analisados pela pesquisa. A probabilidade chega a ser 1,5% maior que os brancos. “Isso contraria o consenso habitual. Avalio que seja devido a um estimulo pela necessidade. Muitos têm uma ideologia maior que de outros grupos sociais e querem fazer a diferença”, observou Gremaud.

Além dos negros, as meninas cuja mãe tem ensino superior e que possuem computador em casa têm mais chance de concluir o ensino médio. A diferença entre os sexos só é observada na permanência, não na matrícula. Os alunos da zona rural têm maiores chances de evadir.

Fonte: Portal Aprendiz/ Texto: Sarah Fernandes - 25/11/2010

Mídia e Educação

Pesquisadores brasileiros e italianos participaram recentemente do Grupo de Pesquisa Núcleo de Infância, Comunicação e Artes (Nica), com sede na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

O encontro serviu para discutir a rearticulação e a formação de professores e comunicadores para integrar ações pedagógicas que trabalhem utilizando a comunicação e os multi-meios.
Entre os participantes estava o professor de Didática e Tecnologia da Educação da Università Cattolica del Sacro Cuore, de Milão, Pier Cesare Rivoltella. Segundo ele, que também é presidente da Sociedade Italiana de Pesquisa sobre Mídia-Educação, não há mais espaço para discutir influências positivas ou negativas da mídia nos jovens.

É preciso integrar o processo de aprendizagem com os meios de comunicação. Rivoltella afirma que a escola tem que se preparar para lidar com a velocidade dos meios de informação e com o uso, cada vez maior, de multi-tarefas.

Segundo ele, os psicólogos afirmam que essas novas características fazem com que os jovens percam sua capacidade de refletir em profundidade, já que realizam várias atividades ao mesmo tempo. O que é o grande desafio a ser trabalhado pelos educadores.

Fonte: Folha de Londrina (PR) - 25/11/2010

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Fórum de Educação & Comunicação discutirá temas como Linguagem Eletrônica e Segurança na Internet

Dia 2 de dezembro, das 8 ás 18 h, no Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo, SEESP, acontecerá o Fórum de Educação & Comunicação, road show que faz parte do Movimento Inova Young, em prol da Inovação, e que reúne jovens e pesquisadores de todo o Brasil.

O evento contará com a participação de educadores, profissionais de diversos setores e especialistas em comunicação, que tratarão do universo juvenil e das novas abordagens das instituições de ensino com a implementação das novas mídias como formas de comunicação. O evento estará aberto à participação de pais e alunos da rede privada e pública.

O I Fórum de Educação & Comunicação terá a coordenação da advogada e especialista em Direito Digital, Patrícia Peck Pinheiro e do engenheiro e professor universitário da Universidade Anhembi Morumbi, Osmar Pastore.

As atividades começarão às 8h30, com a palestra sobre Projeto Educação Pré-Sal, com o deputado estadual Pedro Bigardi (PC do B), seguida da palestra Perfil da Educação & Comunicação, com o vereador Eliseu Gabriel. Desafios na Comunicação com a Geração Y, com a diretora de comunicação da MM&P Assessoria e Comunicação, Ana Lúcia Pita, será tema da última palestra da manhã.

Às 11h30, terá início o painel Linguagem Eletrônica e Jovens, com Eric Mark, do Festival Internacional da Linguagem Eletrônica FILE e Lúcia Jamli Abel, coordenadora de pós-graduação da Universidade Paulista.

O coordenador do evento, Osmar Pastore, além de Douglas Venditti, da Newbrand Solutions, apresentarão a palestra Uma Proposta de Universidade Multicorporativa, logo após o intervalo, às 14h. Em seguida, o professor universitário Edmundo Lobassi, fará a palestra Geração Y e o Mercado de Consumo. Às 15h30, Márcia Romano, do Grupo Ser, falará sobre Inteligência Emocional nas Escolas.

O último painel do dia será Família Mais Segura na Internet, com a coordenadora do evento e advogada Patrícia Peck Pinheiro, Aloma Ribeiro Felizardo e Elenice Silva, ambas do Programa Bullying e Cyber Bullying, Michele Schmitz, consultora da Terra Fórum Educação e Marcelo Figueiredo, coordenador de segurança das Lojas Marisa.

Inscrições pelo site
http://www.inovayoung.com.br/

Serviço
Fórum de Educação & Comunicação
Movimento Inova Young
Dia 2 de Dezembro
SEESP - dos Engenheiros no Estado de São Paulo
Rua Genebra, 25
Centro – São Paulo
http://www.inovayoung.com.br/

Fonte: InovaYoung

Rede Gazeta e UVV lançam projeto piloto com alunos de Comunicação

Em comemoração aos 15 anos do programa A Gazeta na Sala de Aula, a Rede Gazeta, no Espírito Santo, fechou parceria com a Universidade de Vila Velha (UVV) para lançar um projeto piloto com os estudantes de Comunicação Social da faculdade. A ação tem como objetivo aproximar a academia do ambiente de trabalho e fazer com que os alunos vivenciem, na prática, o que aprendem na teoria.

Para apresentar o programa, foi realizado, na terça-feira, 23 de novembro, um encontro, no qual o diretor da Redação Multimídia, Antônio Carlos Batista Leite, a editora executiva da CBN e Gazeta Online, Luciane Ventura, e o diretor do Telejornalismo, Abdo Chequer, falaram sobre histórias de suas vidas profissionais. Além disso, os alunos tiveram a oportunidade de fazer perguntas durante uma entrevista coletiva e conheceram as redações e o parque gráfico da empresa.

Inicialmente, um grupo de nove estudantes da área irá participar do projeto e terá a oportunidade de aprender na prática sobre a profissão, passando por todos os veículos da Rede Gazeta. Participarão, também, de atividades como reuniões de pauta e apuração de matérias.

As atividades do projeto na Rede se encerram no dia 16 de dezembro, com previsão de retomada em março de 2011. Os mesmos alunos permanecerão participando até julho do ano que vem, quando uma nova turma será atendida.

Fonte: A Gazeta na Sala de Aula

Projeto Ler e Pensar lança livro sobre a importância da leitura na escola

Leitura: o mundo além das palavras, é primeiro livro do projeto Ler e Pensar, do jornal Gazeta do Povo (PR) e do Instituto RPC. Lançado em outubro, a publicação é a grande inovação do projeto em 2010: relaciona práticas desenvolvidas em sala de aula, por diversos professores do Ler e Pensar, com ensaios escritos por especialistas que contribuiram com o projeto ao longo dos últimos dez anos.

Desde 2001, afinal, o Ler e Pensar sempre procurou estimular a leitura como prática cotidiana de professores, vendo nesta iniciativa o caminho para a formação de cidadãos críticos e alunos melhor formados e informados. Utilizando o jornal como um recurso para isso, a experiência do Ler e Pensar oferece aos professores uma revisão de metodologias e aprendizado de novas formas de trabalho.

Agora, muito dessa história foi transformado em um livro no qual teoria e prática estão relacionadas em temas inovadores – como a Ciberleitura – e desafiadores – como a leitura no período de alfabetização, ou a formação de leitores críticos. A pequena edição, distribuída aos presentes no evento e enviada às Secretarias Municipais de Educação participantes do Ler e Pensar, serve para reconhecer boas iniciativas de professores, que fazem do incentivo à leitura uma missão de vida.

Confira, a seguir, os temas apresentados no livro e descubra, você também o mundo além das palavras. Para ler o livro em PDF basta acessar o linK: http://www2.rpc.com.br/clientes/irpc/portal/Files/News/file/livro-leitura.pdf.

Alfabetização e Letramento

O primeiro capítulo do livro debate o incentivo à leitura durante o período de alfabetização. Quem encara o desafio de teorizar sobre o assunto é a professora Angela Mari Gusso, doutora em Estudos Linguísticos, ex-professora da Rede Municipal de Ensino de Curitiba e docente em cursos de graduação e pós-graduação.

A teoria de Ângela é passada à prática por Elenice da Cruz Gonçalves, professora da Escola Rural Municipal de Santa Bárbara de Cima, em Palmeira. Utilizando o jornal com alunos em fase inicial de alfabetização, Elenice relaciona elementos lúdicos para estimular a leitura e alguns de seus bons resultados são relatados no livro.
Apropriação da Leitura Crítica

O desafio de ler criticamente exige, no mínimo, informações comparativas, fontes históricas, referências e análise de cenário. É isto o que aponta o jornalista e doutor em Literatura Brasileira, José Carlos Fernandes, professor em cursos universitários e jornalista da Gazeta do Povo, desde 1989.

Na Escola Municipal Germano Paciornick, de Curitiba, a professora Janisse Cordova Dornelas da Costa conseguiu aplicar a ideia da leitura crítica para alunos da 4ª série, fazendo das suas aulas um momento para promover mudanças nas atitudes e no modo de pensar dos alunos, e provando que a tarefa pode ser árdua, mas não impossível.

Práticas de Leitura no Ensino Fundamental

A proposta deste capítulo é despertar o interesse dos alunos pela leitura, na medida em que ele progride no Ensino Fundamental. Para isto, a pedagoga e mestranda em Educação, Ana Gabriela Simões Borges, coordenadora geral do Instituto RPC e a jornalista e mestre em Educação Andressa Grilo Assagra, responsável pela produção de conteúdos do Projeto Ler e Pensar, indicam pequenas práticas que podem ser desenvolvidas para tornar a sala de aula um espaço alfabetizador e de encantamento para a leitura.

Quem mostra que isto é possível é Márcia Bíscaro Kaminski, professora de 4.ª série na Escola Municipal José Eurípedes Gonçalves, do município de Campina Grande do Sul. Para Márcia, despertar o gosto pela leitura e estimular a produção de textos entre seus alunos é tarefa cotidiana.

Literatura Infantil e Contação de Histórias na Escola

A leitura deve ser trabalhada de acordo com o gênero textual, por isso são diversas as maneiras de ler, assim como diversos são os textos e os objetivos de leitura. Pensando nisso, Elisa Maria Dalla Bona relaciona Literatura Infantil e Contação de Histórias na Escola, num ensaio relacionado à prática da professora Suely Rubbo Coelli, que atua na Escola Municipal Frei Tiago Luchese, no município de Bituruna. Utilizando a técnica da Contação de Histórias, Suely mescla emoção, razão e imaginação, literatura e contação de histórias, incentivando seus alunos a associar experiências e ideias.

Leitura Significativa e Contextualizada

Ler não é somente identificar símbolos, juntar letras, relacioná-las aos seus respectivos sons e repetir frases lidas em cartazes ou anúncios. Ler significa decifrar informações e reconhecer seus significados e interações com o mundo. Essa discussão é feita no livro por Benedito da Costa Neto, professor de Língua Portuguesa e de Literatura, consultor, crítico de arte e escritor.

Já a prática em sala de aula deste capítulo foi feita por Adriana Margarete Rolim da Silva Gonçalves, professora do contra-turno da Unidade de Educação Integral Abranches, em Curitiba. Com aulas dinâmicas e divertidas, Adriana usa a leitura de jornal para motivar o aprendizado entre jovens adolescentes e faz das suas aulas um exemplo de criatividade, interatividade e estímulo ao protagonismo.

Práticas de Leitura na Comunicação e na Educação
Não há como interpretar uma informação ignorando a forma como a mesma é percebida pelo indivíduo receptor, suas referências e relações sociais. Toda comunicação pressupõe um receptor capaz de desvendar mensagens, promover elaborações culturais, e chegar à construção de relações entre a informação a que tem acesso ao seu próprio universo social. Quem discute o tema neste capítulo é a doutoranda em Educação Marlei Gomes da Silva Malinoski, professora da Secretaria Estadual de Educação do Paraná e da Universidade Tuiuti do Paraná. O tema é visto sob a ótica da professora e coordenadora da Unidade de Educação Integral Contraturno Dr. Osvaldo Cruz, em Curitiba, Mary Lucia Medeiros Baldança.

Leituras, Literaturas e Escola

Este capítulo é dedicado à análise comparativa entre o texto verbal e o texto literário, indicando que há uma relação entre o verbal e o literário que precisa ser compreendida e trabalhada no ambiente escolar. Catia Toledo Mendonça, doutora em Estudos Literários e professora universitária, teoriza sobre o tema; a prática é de Expedita Estevão da Silva, da Escola Municipal Augusto Staben, de Campina Grande do Sul.

Ciberleitura

Como e por que incentivar a leitura em ambientes virtuais? Como contribuir para a formação de cidadãos críticos e participativos, lançando mão dos recursos disponíveis no ciberespaço? Estas e outras dúvidas são respondidas por Márcia Silva Di Palma, mestre em Educação e professora universitária. Para ilustrar, eis a experiência da professora Sonia Maria Alves Domingues, da Escola Municipal Paulo Freire, de Curitiba. Veterana no uso do jornal impresso como recurso pedagógico, há dez anos ela desenvolve atividades utilizando esse instrumento como apoio às suas aulas. Recentemente, passou a trabalhar também com o jornal em plataforma eletrônica e revolucionou a utilização da sala de informática da escola.

Fonte: Instituto RPC

Família é fundamental para a formação de novos leitores

Compartilhamos abaixo matéria pubicada no jornal A TARDE/BA:
Não foi na escola que César Vital, 4 anos, tomou gosto pelos livros – e diga-se, de passagem, que ele ainda não sabe ler. Na verdade, este é o primeiro ano que o garoto frequenta uma sala de aula, mas já chegou com boa bagagem, fruto de leituras feitas com a mãe, a advogada Cláudia Vital, 44; os três irmãos, Daniel, 23, Bianca, 20, e Gabriel, 18; e o pai, Milton Flávio Silva, que vez por outra são convocados a ler um dos exemplares infanto juvenis que ele tem em casa.

Os três irmãos mais velhos de César já estão na universidade e sempre se dedicaram à leitura, “uns menos, outros mais”, pondera a mãe, Cláudia. O caçula, então, passou a ter a atenção dos irmãos que sempre leem para Cesinha, como é chamado na família.

O prazer pela leitura só aumenta, conta a mãe. “Agora ele está empolgado, porque viu na livraria livros do desenho que ele vê na TV, Thomas e Amigos e sempre pede para alguém da família ler”.

A predileção de Cesinha ainda é pelos contos de fadas. Se ninguém ajudá-lo, ele mesmo se vira e vai contando a história, conformese recorda ou como consegue interpretar os desenhos. O segredo para que o garoto goste tanto assim dos livros? “A hora da leitura, para meu filho, é uma hora de deleite, de prazer. Nunca dizemos para ele: tem que ler, menino!”.

Imitar
“Uma das características principais da criança é querer ser aprovada pelo adulto”, explica a educadora Mary Arapiraca da Universidade Federal da Bahia (Ufba). Para ela, o fato de ver os pais lendo faz a criança achar que ler é algo bom, a criança quer imitar o comportamento do adulto e quer ser aprovada. No entanto, Mary faz recomendações, a leitura deve ser incentivada e não “tutelada”. Ela frisa que é importante comentar o texto, “olha, isso que o autor escreveu quer dizer isso”, explica.

Para Mary, “a leitura é muito individual”. Além disso, a educadora critica a escola que delega essa tarefa aos pais. A escola também tem que dar ao aluno elementos “que o ajudem querer ler”, além da leitura obrigatória. Foi o que fez a Escola Girassol, no Itaigara/BA.

Troca de experiências
Os alunos da Escola Girassol, na Rua Sílvio Valente, participam do projeto Ciranda da Leitura. Além de um acervo de cerca de 5 mil livros, a escola estimula que os estudantes tragam de casa uma obra que tenham lido e que tenham gostado. A experiência da leitura deve ser compartilhada em sala. Os livros, segundo a diretora da instituição, Rosa Silvany, ficam na sala à disposição de todos.

Às sexta-feiras eles trocam, levando para casa, e na aula seguinte contam o que acharam do livro.

“Não é algo didático, é pelo prazer deles”, comenta.

A incidência da participação no momento da leitura é maior quando as crianças são menores, explica a professora Rosa. Por isso, a família também tem acesso à biblioteca e pode levar publicações.

“Aí cabe aos pais darem continuação em casa ao trabalho que aqui na escola é feito. E nós incentivamos essa participação”, explica Rosa.

Mesmo coordenando uma escola de 980 alunos, ela conta que é possível analisar quais salas de aula têm frequentado menos a biblioteca e tomado livros como empréstimo.

Depois de feita a análise, entra em cena o Varal da Literatura: “Penduramos em um varal os livros mais lidos e levamos à sala. É outra forma de incentivo”, diz.

Fonte: Jornal a Tarde, 22 de novembro de 2010. Primeiro Caderno, p.A6. Salvador/BA - Texto de Karina Costa

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Leer un periódico para entender cómo es el hombre

Dica de atividade com jornal para aula de filosofia. Quem sugere é a professora espanhola María Teresa Fernández Martínez, da cidade de Huelva, no sul da Espanha.

La profesora de Enseñanzas Medias en Huelva María Teresa Fernández Martínez publica en la revista 'Comunica 2' un ejercicio para que la clase de Filosofía sea más atractiva para el alumno. Propone atraer su atención analizando la información publicada en los periódicos.

Pensamiento abstracto
Según Piaget, el adolescente está capacitado para el pensamiento abstracto: tiene capacidad para emitir un discurso argumentativo. Es decir, pueden proceder de igual forma que se escribe un editorial, un artículo de opinión sobre la actualidad más candente, una columna, etc. El alumno, analizando los textos de las secciones de opinión, puede ejercitarse con libertad en los buenos y malos usos del discurso racional.

Opinión e información
Una vez seleccionados los artículos, hay que separar la opinión de lo puramente informativo, indicando cómo influyen las circunstancias personales en la opinión del autor. El profesor debe elegir aquellos textos que se aproximan más a la realidad del alumno. De esta forma garantizamos que el estudiante comprenda mejor de lo que se habla en el texto y así sea más fácil entenderlo.

La naturaleza humana
La visión subjetiva de algunos periodistas para elaborar ejercicios de Filosofía ayuda a explicar el concepto de 'hombre'. Al leer las noticias publicadas, las crónicas diarias, los alumnos serán capaces de comprender que el ser humano se mueve entre la dignidad más grande y la miseria más absoluta. Para hacerlo más evidente, la autora del artículo propone que los alumnos realicen varios 'collages', en los que se pegarán tantos titulares como sea posible y que en conjunto reflejen la naturaleza del ser humano.

Fonte: Aula/ El Mundo - Javier Munera

Estudantes da zona rural de Porto Velho criam o jornal “Notícias da Hora”

Uma forma bastante interessante dos professores desenvolverem em sala de aula as habilidades de pesquisa, reflexão, leitura, escrita e até fotografia com os estudantes são os jornais escolares.

Em Cujubim Grande, zona rural de Porto Velho (RO), alunos da Escola Municipal Deigmar Souza de Moraes, estão tendo a oportunidade de vivenciar essa experiência. Eles acabam de criar o “Jornal Notícias da Hora”, que servirá para divulgar as notícias da comunidade e os acontecimentos da própria escola. O projeto faz parte do programa Mais Educação, promovido pelo Governo Federal, por meio da Secretaria Municipal de Educação (Semed).

As atividades do jornal são todas realizadas pelos próprios alunos que cuidam desde a seleção dos assuntos até a produção dos textos e revisão final. Para escolher um nome criativo para o jornal, a escola promoveu um concurso entre os alunos. Gisele Lima Ferreira, aluna do 5º ano do ensino fundamental, e autora do nome “Notícias da Hora” conquistou o primeiro lugar com 181 votos. A segunda sugestão mais votada – Jornal Interesse de Aprender – ficou com 75 votos. Os demais nomes selecionados para concorrer na final foram: Jornal da Escola Deigmar, Jornal do Estudante, De frente com o Conhecimento e Jornal do Aprendizado.

A estudante Maria Daiane Bernardo Batista, também do 5º ano, gostou da ideia. “Acho que vai ser legal porque é a primeira vez que tem um jornal na escola”, diz. Ela sugeriu que sejam publicados assuntos sobre meio ambiente e tratamento de lixo. A monitora do Jornal Escolar, Jamília de Souza, espera que o informativo alcance o sucesso almejado. Acredita que a união de ideias (de alunos e professores) pode resultar em um bom trabalho.

Mais Educação – Programa de Educação Integral criado pelo Governo Federal e executado em parcerias com as prefeituras.
De acordo com a diretora do Departamento de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino da Semed, Gláucia Negreiros, 41 escolas do Município participam do programa. Os alunos são envolvidos em oficinas de cultura, arte, esporte, lazer, educomunicação, meio ambiente e inclusão digital. O jornal escolar faz parte das atividades de Educomunicação.

Os monitores de jornal das escolas municipais de Porto Velho receberão material de apoio para a aplicação das oficinas, contendo Guia de Programação Visual, Caderno de Apoio ao Educador e Guia do Jornal Escolar, elaborados pela Ong Comunicação e Cultura – Fala Escola (www.falaescola.org.br).

Conheça também os projetos da ONG Comunicação e Cultura nos seguintes endereços:
- www.comcultura.org.br
- www.jornalescolar.org.br
- e www.clubedojornal.org.br

Fonte: Blog Educação/ Jornal O Nortão

Mídia e Educação

Compartilhamos abaixo texto publicado no blog Escola, do jornal Tribuna do Planalto (GO).

Mídia e Educação
Os dedinhos frágeis tocam o computador. “Vou ser jornalista quando eu crescer porque gosto de pesquisar e descobrir tudo que está acontecendo”, explica o menino. Weverton Gabriel Cândido da Silva tem apenas 6 anos, mas a professora diz que ele é muito curioso, demonstra uma expressão oral fluente, raciocínio rápido e é bastante investigativo. O garoto é uma das crianças matriculadas no Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Tio Romão que foi visitar a redação do jornal Tribuna do Planalto para conhecer, in loco, o processo de produção da notícia.
A visita é uma das ações previstas no projeto Conhecer a Mídia, desenvolvido pela instituição.

A proposta de informar as crianças sobre a produção da notícia partiu do interesse delas próprias, após uma brincadeira que a professora fez em uma roda de conversa sobre a televisão. Os educandos demonstraram curiosidade e passaram a questionar como as notícias chegam às pessoas. Segundo Dykla Cristina Abadia Lima Guimarães, professora que está desenvolvendo o projeto no CMEI durante este ano letivo, as crianças têm participado de diversas atividades relacionadas ao tema, como maquetes e desenhos, bem como assistiram a vídeos sobre o assunto.

Dykla afirma que oportunizar aos educandos a vivência prática dos conhecimentos adquiridos, torna a aprendizagem mais prazerosa e significativa e promover esse contato direto com a mídia favorece o desenvolvimento da leitura crítica do mundo e da notícia. “O trabalho com projetos nesse nível é muito importante, instigam a pesquisa e possibilitam novos saberes, assim como o desenvolvimento de valores. Conhecer o passo a passo da notícia despertou tamanha curiosidade nas crianças que, espontaneamente, elas passaram a narrar reportagens que viam ou até mesmo a trazer o jornal impresso para o CMEI”, comenta.

Educomunicação
Ismar de Oliveira Soares, professor da Universidade de São Paulo, é considerado um dos precursores da educomunicação no Brasil. Ele explica que a educomunicação consiste em um conjunto de atividades relacionadas ao conhecimento e uso dos meios de comunicação para a formação não apenas do aluno, mas de todas as pessoas para o exercício da cidadania. Ismar desenvolve projetos na rede municipal de ensino de São Paulo, em que promove a aprendizagem de como utilizar diferentes veículos de comunicação na escola, assim como da leitura crítica das mídias.

O professor descreve uma das experiências entre comunicação e Educação, a Rádio-Escola em São Paulo. “O projeto ocorreu entre 2001 e 2004 e tem continuidade hoje. Isso significou para nós um exercício de trabalho em rede. Não é trabalhar com 10, 15, 20 pessoas, mas trabalhar com 12 mil pessoas, discutindo com elas as práticas educomunicativas e levando o uso do rádio como solução para o problema da escola, especialmente aqueles relacionados a conflitos, a violência e a própria didática”.

Ismar ressalta que as pessoas, ao assimilar a linguagem midiática passam a discutir comunicação e a aprimorar outras linguagens. Jesús Martín Barbero, pesquisador sobre comunicação, em seu livro Pensando a Educação a Partir da Comunicação, também reconhece a importância da mídia como desencadeadora de um processo comunicativo e destaca que não se deve limitar a aplicação dos veículos simplesmente ao objetivo de assimilar uma nova tecnologia.

“O desafio é como inserir na escola um ecossistema comunicativo que contemple ao mesmo tempo experiências culturais heterogêneas, em torno das novas tecnologias da informação e da comunicação, além de configurar o espaço educacional como um lugar onde o processo de aprendizagem conserve seu encanto”, esclarece.

A influência direta da mídia na formação das crianças e jovens é inegável. Pensando nisso, os profissionais da Educação municipal têm realizado vários projetos relacionados aos meios midiáticos.

Leitura crítica
A coordenadora do CMEI Tio Romão, Leila Maria Pereira, comenta que, após o trabalho desenvolvido com as crianças utilizando os meios de comunicação, elas passaram a se tornar mais críticas diante das situações vivenciadas no ensino-aprendizagem. “Ao propor atividades em que elas são agentes de seu próprio conhecimento, a aprendizagem se torna mais prazerosa e, explorando suportes como a mídia, é possível ampliar a expressão linguística, assim como desenvolver a criticidade diante das informações recebidas pelos meios de comunicação”, avalia.

Herbert Marshall Mcluhan, pioneiro nas pesquisas das novas tecnologias de informação e comunicação, já na década de 70, estabeleceu o conceito de “aldeia global” em que a sociedade contemporânea estava confinando o homem a uma imensa aldeia global, onde as percepções humanas seriam modificadas pelas novas tecnologias da informação. Segundo o filósofo há uma verdadeira revolução tecnológica e de informação que transformou a maneira de ver o mundo. Ele enfatiza que a escola não pode ficar alheia a tais mudanças.

Pesquisas recentes do Ministério de Educação e Cultura, como as do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB), identificam que realmente os educandos do século 21 estão em descompasso com a leitura e escrita ensinadas na escola. Nas avaliações realizadas com estudantes do Ensino Fundamental e Médio constata-se um baixíssimo nível de compreensão, interpretação e reflexão.

Em outra dimensão, isso se reflete, também, pela demonstração da falta de interesse pelas técnicas convencionais de Educação. As crianças interagem com os meios de comunicação, como a televisão e a internet, desde muito cedo, e o papel da escola é o de integrar essas linguagens ao processo educativo, é o que propõe Maria Aparecida Baccega em seu livro Televisão e Escola: Uma Mediação Possível?.

Ela valoriza a leitura reflexiva dos multimeios, revelando o que está implícito nas informações e o sentido ideológico destas e para isso, conforme afirma a pesquisadora, é necessário que os meios de comunicação sejam integrados à escola como ferramentas educativas. “Ou seja: ou a escola colabora para democratizar o acesso permanente a esse ecossistema comunicativo ou continuará a operar no sentido da exclusão, tornando maiores os abismos existentes”.

Texto de Edilene Paiva

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Prêmio Comunicador Parceiro da Educação divulga vencedores

A edição 2010 do Prêmio Comunicador Parceiro da Educação já tem seus vencedores. Os comunicadores serão contemplados com uma viagem a São Paulo para participar de um curso nos dias 29 e 30 de novembro, com as despesas de passagem, hospedagem e alimentação pagas pelo Instituto Votorantim. A capacitação contará com convidados especialistas nos temas Educação e Mídia, além de visitas a redações de veículos nacionais.

Nesta edição, a banca julgadora foi composta por representantes da Agências de Notícias dos Direitos da Infância (ANDI); do Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (GIFE); do movimento Todos Pela Educação; e do Programa Jornal e Educação da Associação Nacionais de Jornais (ANJ); além do próprio Instituto Votorantim.

As matérias selecionadas representam a diversidade de temas que podem ser adotados como pauta pela mídia. Confira os vencedores e suas respectivas matérias:
- Adriana Ferezim – Gazeta de Piracicaba (Piracicaba-SP):
“No universo musical
- Lílian de Souza – TV Paracatu (Paracatu-MG): “A leitura e o IDEB
- Paulo Giovani Araújo – Jornal Correio do Sul (Arroio Grande-RS): “Prêmio à educação de qualidade – Especial
- Fabiano Pereira – TV Unimep (Piracicaba-SP): “Relação entre família e escola e suas implicações o processo de aprendizagem
- Hellen Santos – Rede Vanguarda (Jacareí-SP): “Série isolados bocaina
- Paula Maria Almeida Ferreira – TV Atividade (Muriaé-MG): “Escola se destaca no Ideb
- Gilmar da Silva Henriques – Tribuna do Cricaré (Conceição da Barra-ES): “São Mateus desponta de novo no horizonte do Brasil
- Sérgio Correa – Rádio Difusora Fronteira (Arroio Grande-RS): “Jornal da Educação

Iniciativa pioneira
Pioneiro na premiação de matérias veiculadas em imprensa local sobre pautas de educação, o Prêmio Comunicador é uma iniciativa do Instituto Votorantim, por meio do projeto Parceria Votorantim pela Educação.

Seu objetivo é destacar e estimular a produção de matérias sobre educação, por comunicadores que atuam em veículos sediados, com audiência ou em circulação nos 39 municípios que integram o projeto. Além de contribuir para a formação de comunicadores especializados no tema, o prêmio é também uma forma de valorizar o papel dos comunicadores e das mídias locais na disseminação de informações sobre educação, tendo em vista sua proximidade com os desafios e as oportunidades existentes em cada município.

Fonte: Equipe Blog Educação

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Jornada 2010 reúne escolas do Espírito Santo

Cristina Barbiero (camisa cinza) e Letícia Lindberg (blusa branca), do jornal A Gazeta/ES,
entregando premiações a educadoras do Espírito Santo
Professores do Programa A Gazeta na Sala de Aula, do jornal A Gazeta (ES), se reuniram no dia 9 de novembro, no Centro de Convenções de Vila Velha, para participar do evento Jornada 2010. O encontro foi marcado pelas apresentações dos projetos inscritos no Concurso Mídias na Educação, que escolheu, entre os meses de setembro e novembro deste ano, os melhores trabalhos, envolvendo jornal e outras mídias.

O trabalho “O Brasil me deixa com...", da EMEF Antônio Nicchio, de Colatina, foi o vencedor na categoria atividade. Já a escola de EMPEIEF Fazenda Franz Schneider, de Santa Maria de Jetibá, que apresentou o trabalho “Lar doce lar: quanto vale a sua história?”, venceu como melhor projeto. “Agradeço ao programa por nos dar a oportunidade de apresentar nosso trabalho e mostrar a cultura pomerana”, afirma a professora de Santa Maria de Jetibá, Brunelle Gaiba Jastrow.

Todos os trabalhos que participaram da última etapa do concurso foram apresentados durante a Jornada.

Fonte: A Gazeta na Sala de Aula/ES

Uso responsável da internet


Vídeo da campanha da Safernet e do Ministério Público para promoção do uso seguro, responsável e ético da internet no Brasil. O filme está sendo veiculado pelas principais emissoras de televisão do Brasil e faz parte da estratégia de mobilização e sensibilização da sociedade para garantir e defender os direitos humanos também na internet. Assista, divulgue, comente, participe! O futuro da internet depende do que fazemos com ela.

Seminário encerra atividades 2010 do A Tarde Educação

Para encerrar as atividades de 2010 do programa A Tarde Educação, o jornal A Tarde, realiza no dia 03 de dezembro às 14h, o Seminário Construção e Difusão do Conhecimento em Ambiente Virtuais no auditório da FIEB. Este ano o evento contará com a participação dos palestrantes Fredric Michael Litto, presidente da Associação Brasileira de Ensino a Distância, Adriano Miranda, pró-reitor na UNIFACS e Simone Branco, diretora de Educação à Distância da UNIJORGE.

Com o objetivo de trazer as diversas possibilidades de fazer educação em ambientes virtuais, o encontro será mais uma oportunidade para os interessados em discutir como o conhecimento nasce e circula nas plataformas virtuais.

O evento é gratuito e visa o público de educadores vinculados as escolas do Programa A Tarde Educação.

Inscrições:
http://educacao.atarde.com.br no Link Cadastro Professor, ou pelos telefones: (071) 3340-8599/ 3340-8782 / 3340-8563
Fonte: A Tarde Educação

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

O Liberal na Escola completa 15 anos e promove seminário no dia 26/11

No dia 26 de novembro o programa O Liberal na Escola, do jornal O Liberal (PA) promoverá seminário sobre educação, cultura, jornal e cidadania, em comemoração aos 15 anos do projeto, cujo lançamentro foi em 16 de fevereiro de 1995. A coordenação do projeto é de Salomão Laredo.

Mais notícias sobre o evento e o programa podem ser obtidas no blog: oliberalnaescola.blogspot.com

Programa Vamor Ler do jornal Tribuna do Norte completa 10 anos

Programa Vamor Ler do jornal Tribuna do Norte, de Apucarana (PR), completa 10 anos. Para comemorar a data foi realizada no dia 11/11 uma Mostra relativa aos 10 anos do projeto.
Na ocasião houve apresentações das escolas municipais, premiação dos três melhores trabalhos desenvolvidos com jornal e lançamento do Livro do Projeto Vamos Ler!


Programa Jornal, Escola e Comunidade, da Tribuna, de Santos(SP) recebe inscrições

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Textos do III Congresso Ibero-Americano de Compreensão leitora já podem ser acessados na web

Já encontram-se no site http://leituras.literaturas.pro.br os textos na íntegra apresentados no III Congresso Ibero-Americano de Compreensão Leitora - COMLEI, em duas listagens: por título do trabalho e por autor, ambas em ordem alfabética.
O III COMLEI aconteceu em outubro, em Brasília.

Inscrições para o Concurso Cultural Ano Internacional da Biodiversidade são prorrogadas até 15 de dezembro

As inscrições para o Concurso Cultural Ano Internacional da Biodiversidade: refletir, agir e preservar!, lançado por Edições SM no Ano Internacional da Biodiversidade, foram prorrogadas até o dia 15 de dezembro. A iniciativa permite que professores com agendas comprometidas nesta fase final do ano letivo tenham a oportunidade de enviar seus projetos no prazo e concorrer à divulgação de seu trabalho nas escolas públicas e privadas do país, a uma viagem para conhecer projetos de preservação da biodiversidade no Brasil e um kit com livros e DVDs relacionados ao tema.

O concurso tem como objetivo incentivar, valorizar e divulgar experiências educativas de qualidade que contribuam com o desenvolvimento do senso crítico e o compromisso socioambiental dos alunos, a fim de potencializar o papel da escola como espaço de conscientização e mobilização social.

Professores de todo o país podem participar com projetos. Basta que as iniciativas de conscientização envolvam grupos de dois a três professores, em que estejam representadas pelo menos duas disciplinas diferentes. Os três níveis de ensino e as redes pública e particular são contemplados separadamente, totalizando seis categorias, sendo três para escolas públicas e três para as privadas: Ensino Fundamental I, Ensino Fundamental II e Ensino Médio. Os trabalhos devem ser desenvolvidos dentro dos seguintes temas: Mudanças climáticas, Água e Biomas.

Essa iniciativa faz parte de um projeto maior, a Campanha da Biodiversidade, uma ação que visa a reunir e disponibilizar recursos para contribuir com o trabalho de sensibilizar crianças e jovens sobre os problemas ambientais. Foi inspirada na declaração de 2010 como Ano Internacional da Biodiversidade, feita pela Assembleia Geral das Nações Unidas. Para Edições SM, a atenção voltada ao tema representa uma oportunidade de promover uma reflexão mais ampla a respeito da importância vital da biodiversidade para o bem-estar e para a sobrevivência da espécie humana – e a escola é um espaço essencial para a formação da consciência ambiental.

A campanha mantém conteúdo sobre o tema no site
www.campanhadabiodiversidade.com.br. Nele, os professores encontram sugestões de atividades para diferentes disciplinas e níveis de ensino, assim como indicação de recursos complementares: sites, blogues, vídeos e outros materiais para enriquecer o debate. Profissionais da educação também podem contribuir com informações, conteúdos e links, intensificando a troca de experiências através do site.
Fonte: Assessoria de Imprensa

Narradores de Javé: a memória entre a tradição oral e a escrita


Pegamos caronma na dica do projeto A tarde e Educação, do jornal A Tarde (BA) e divulgamos abaixo artigo de Maria Aparecida Bergamaschi sobre o filme Narradores de Javé. Leia o texto e veja como você pode trabalhar com ele e/ou o filme com seus alunos. Boa leitura!!!
Começo minha fala a partir do que considero desencadeador do enredo do filme de Eliane Caffé: o prazer de “contar causos” para passar o tempo. Penso que o filme é uma homenagem aos contadores de histórias, aos contadores de causos. Se ocorridos ou inventados não importa, o que quero destacar é a sedução que exercem. O passageiro que perde o horário da embarcação ganha o abrigo (o quartinho dos fundos), mas, principalmente, ganha o entretenimento, a história do Vale de Javé narrada como se acontecida. Se Homero é evocado no filme para comparação com Antônio Biá é porque, com igual importância, podemos evocar os contadores dos contos de uma tradição brasileira, ameríndia e afro-descendente.

Também gostaria de destacar outro aspecto forte que o filme suscita e que remete à história do Brasil: o acesso à terra, o direito ancestral dos povos americanos, direito que é continuamente usurpado por outra forma de relação com a terra introduzida nesse continente pelos europeus desde os primórdios da colonização. Desde então ocorrem contínuas migrações como a mostrada pelo filme e forjam uma legião infinita de sem-terras. A terra, cujos limites eram cantados, porque, como organismo vivo escuta e sente, respondendo aos anseios da vida das pessoas que a cultivam e que nela habitam com reverência. Transformada em propriedade porque entra em cena outra concepção de mundo e outra forma de ocupação: a exploração da terra, o lucro, o bem da maioria em detrimento dos “tantos” que perdem a terra e pedaços de vida (como diz o personagem do filme).

Bem, após essas considerações passo a abordar dois temas que sinto fortes no filme e acredito que foram eles que me mobilizaram para essa conversa: a memória e a oralidade, que os narradores de Javé confrontam com a escrita. O filme mostra a memória dinâmica e não como algo guardado em uma “caixa secreta”, em um baú, como costumamos dizer e que, em algum momento, é resgatada. Acredito que a memória é trabalho, como diz Ecléa Bosi, é imaginação, como mostram os narradores de Javé. Memória: lembrança e esquecimento; memória: trabalho de criação em função do presente.

Diante da ameaça concreta de inundação de suas terras e sem nenhuma documentação formal que comprove que elas lhes pertencem, surge a necessidade de usar a escrita – até então rechaçada (rechaço evidenciado no filme pelo desprezo ao morador que escrevia), a escrita, a ferramenta do Outro – revelador de uma outra cultura é requisitada como última chance de manter suas as terras que foram ocupadas através de outras migrações, em tempos ancestrais. Passam então a realizar um trabalho de memória, evocando lembranças, imaginando um passado épico, uma “história grande” do Vale de Javé, com heróis forjados e requisitados pelos homens – Indalécio – e pelas mulheres mais ousadas – a Maria Dina. E, nessa trama que visa buscar as origens de Javé, aparecem múltiplos elementos da memória individual e coletiva, como por exemplo, a história dos gêmeos, presente nos mitos de origem dos povos indígenas brasileiros. Ex. o mito de origem do povo Guarani também existem gêmeos, que são gerados cada um com um pai.

A relação entre história e memória é intensa e aparece em sua complexidade que dificulta colocar no papel, no “livro da salvação” as lembranças, as histórias contadas, “as idéias que estão na cabeça”. Aparecem no filme memória e história com suas peculiaridades: a história, filha de memória não pode com ela ser confundida e nem, tampouco há uma linearidade de produção da história como registro de lembrança dos fatos do passado. A memória, matéria prima da história é, como esta, produzida num campo de poder, evidenciados no filme por uma disputa para registrar lembranças de pessoas e famílias de maior prestígio. Le Goff (1996) explica que as sociedades “cuja memória social é, sobretudo oral ou que estão em vias de constituir uma memória coletiva escrita” permitem compreender a luta pelo domínio da memória. Diz também o autor que uma das preocupações dos indivíduos e grupos que dominam as sociedades é de tornarem-se também donos das lembranças e dos esquecimentos.

Portanto, história e memória são construções e ocorrem num campo de disputas como bem mostra o filme, em que cada família, cada morador tem a sua versão, constrói um passado para Javé, a partir de seus interesses pessoais e familiares. Vemos também os jogos de sedução de Biá, encarregado dos registros e que usa o poder da escrita para “tirar vantagem” em relação as pessoas que escolhe para registrar as narrativas.

Memória para os gregos antigos era Mnemosyne, filha de Urano (o céu) e Gaia (a Terra). Com Zeus Mnemosyne gerou nove filhas, as musas, responsáveis pela inspiração. Entre elas Clio, a musa da história. A memória, nesse entendimento tem a força da natureza e que, na belíssima exposição HomemNatureza, no Museu da UFRGS, é elemento forte e presente nos entrelaçamentos cultura-natureza. A memória é constituída a partir do presente e tem como função principal manter a coesão do grupo, identificando-os como uma “comunidade de memória”, produzida, criada, como mostram as narrativas dos moradores de Javé. No filme, cada pessoa, especialmente as mais velhas, requer para si o papel de guardiã da memória e o passado épico é recriado como estratégia de luta para manutenção da terra diante da ameaça concreta de inundação provocada pela construção de uma barragem.

A memória, entre lembranças e esquecimentos seleciona a partir dos anseios individuais e coletivos do presente, os fatos que devem e podem ser lembrados e ou esquecidos. E, nesse sentido, o filme mostra as diferentes versões do passado, cada uma com sua legitimidade, cada uma forjada por relações de afetos e desafetos: a disputa dos irmãos envolvendo heranças; o herói versus a heroína lembrada pelas mulheres e desconstruída por lembranças masculinas. A disputa por uma memória épica de grandes feitos ou de um passado fracassado reafirma a memória afetiva, “que tem no coração das pessoas um lugar único e especial”, como lembra
Carreiro ao comentar o filme.

O que interessa naquela situação é falar da fuga ou da retirada? Falar do medo e das frustrações ou da coragem dos ancestrais? São elementos que vem a tona e que a memória oral, com sua dinâmica, dá conta de todos esses conflitos, porém, na iminência de tornar essas narrativas fixas, a necessidade de uma verdade científica, comprovada e, se possível, documentada para escrever. O “terror da escrita” diz Lefrevre, ao abordar os conflitos vividos na modernidade ocidental que processual e conflitivamente abandona a tradição oral e adere à escrita como linguagem principal e de maior poder. Exemplo também são as experiências do povo Guarani com o qual trabalho, que explicitam o cuidado com a memória oral, com as idéias que “guardam na cabeça”, mesmo ao adquirirem a necessária escrita, que dá conta do presente e das relações que precisam estabelecer com as sociedades não indígenas.

Nas sociedades de tradição oral não há necessidade de memorização integral, palavra por palavra, mas o comportamento narrativo como papel mnemônico tem a função de atualizar o passado: “enquanto a reprodução mnemônica palavra por palavra está ligada à escrita, as sociedades sem escrita, excetuando certas práticas de memorização das quais a principal é o canto, atribuem à memória mais liberdade e mais possibilidades criativas”, diz Le Goff e que fica visível no filme: a principal concordância nas narrativas são os limites cantados da terra cultivada por cada família ou grupo.

A escrita, temida pelo povo de Javé, altera a relação com as palavras, fixa as idéias, rouba-lhe o movimento. A escrita é a anti-fala diz Lefevre (1991, p. 164-165), embora também afirme que a escrita jamais consegue suplantar completamente a tradição oral. “O importante é notar o caráter imperativo da escrita e do inscrito e sua duração. A escrita faz a lei. Muito mais ainda, ela é a lei. (…) ela obriga pela atitude imposta, pela fixação, pela recorrência implacável, pelo testemunho (transmissão e ensino) e pela historicidade assim estabelecida para a eternidade”.

Jack Goody (1996), estudioso da tradição oral de povos africanos, oferece alguns elementos para pensar a relação entre escrita e memória oral e a interferência da escrita que penso ser um dos elementos de reflexão proposta por Eliane Caffé. Diz o autor que nas sociedades orais a tradição é transmitida através da comunicação pessoal, das trocas que vão acompanhando o processo de esquecer ou de transformar fatos do vivido que deixam de ser necessários ou pertinentes, ao contrário das sociedades com escrita, cujo passado não pode ser modificado e é considerado distante, separado do vivido. A oralidade permite um refazer constante do passado a ponto de não separá-lo do presente.

Porém, vemos no final do filme uma reconciliação entre oral e escrito, momento em que Biá começa a escrever afoitamente no “livro da salavação”, talvez pela força do acontecimento que literalmente traga Javé. Penso que é um pouco o que diz Michel de Certeau (1988), ao analisar as relações entre oralidade e escrita. Considera impossível dissociar as duas práticas diante da força da memória e da tradição oral: “somente uma memória cultural adquirida de ouvido, por tradição oral, permite e enriquece aos poucos as estratégias de interrogação semântica cujas expectativas a decifração de um escrito afina, precisa ou corrige”, relativizando assim a pretensão de uma única produção favorecida sobremaneira pela escrita, em detrimento da oralidade. É também uma evidência que os registros escritos não apagam a experiência vivida, da memória que produz marcas indeléveis nos corpos e que a própria polissemia da leitura revela.

Creio que, com essas idéias, podemos iniciar um debate acerca das questões evocadas pelos Narradores de Javé e que são pertinentes hoje, como alerta Le Goff acerca da atualidade do tema: “a memória é um elemento essencial do que se costuma chamar identidade, individual ou coletiva, cuja busca é uma das atividades fundamentais dos indivíduos e das sociedades de hoje, na febre e na angústia”.

Referências Bibliográficas
BERGAMASCHI, M. A. Nembo’e. Enquanto o encanto permanece! Processos e práticas de escolarização nas aldeias Guarani. 2005. 270f. Tese de doutorado apresentada na Faculdade de Educação. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.
BOSI, Eclea. Memória e Sociedade: lembrança de velhos. São Paulo: T.A. Queiroz, 1983.
CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano: 1. Artes de fazer. 3a ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1994.
GOODY, Jack y WATT, Ian. Las consecuencias de la cultura escrita. In. GOODY, Jack (comp.). Cultura escrita en sociedades tradicionales. Barcelona, España: Gedisa, 1996, p. 39-82.
LE GOFF, Jacques. História e Memória. Campinas, SP: Editora da UNICAMP, 1996.
LEFEBVRE, Henri. A vida cotidiana no mundo moderno. São Paulo, Ática, 1991.
Fonte:
http://filmes.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=116

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Grupo Projetos de Leitura lança segunda coletânea de textos criados por estudantes de Escolas Públicas

Um livro recheado de histórias surpreendentes, lirismo, muita emoção e grande incentivo pedagógico. Esses são apenas alguns predicados que classificam “As 50 Melhores Crônicas do Ler é Bom, Experimente – Volume 2”. O livro traz crônicas escritas por alunos da Rede Pública de Ensino, selecionadas a dedo, por meio de um concurso literário em escolas de todo o Brasil e, ainda, crônicas inéditas dos escritores Pedro Bandeira e Laé de Souza.


Publicado pela Editora Ecoarte, o lançamento do livro será realizado no dia 9 de novembro, às 20h, na UNICID - Universidade Cidade de São Paulo, e estará disponível pelo valor simbólico de R$5,00. Na ocasião o publico contará com a presença de alunos autores e ainda do coordenador do projeto, o escritor Laé de Souza, que irá autografar a obra juntamente com os estudantes.
Incentivo a Leitura
A obra, é uma das etapas do projeto “Ler é Bom, Experimente!”, desenvolvido em todo o país pelo Grupo Projetos de Leitura e que conta com o patrocínio da Cia de Seguros Aliança do Brasil.

Para o coordenador do projeto, a leitura e a escrita devem ser encaradas como práticas essenciais à construção de cidadãos mais conscientes. “Nosso trabalho tem como objetivo formar uma nova geração de leitores. Eu como educador sei que isso não é uma tarefa fácil, mas acredito que não seja uma missão impossível quando oferecemos condições”, destaca Laé de Souza.

Laé de Souza acredita ainda que a leitura e a escrita precisam ser fomentadas como uma forma de prazer e não de maneira obrigatória, tendo o professor um papel fundamental nesse contexto. “Muitas vezes é na sala de aula que se descobre o mundo mágico da literatura. Os educadores precisam mostrar aos estudantes que a leitura é uma das grandes ‘chaves’ para abrir um incrível mundo de possibilidades”, opina.

LANÇAMENTO:
Onde: UNICID - Universidade Cidade de São Paulo – Tenda da Caravana da Leitura – montada no Bloco Alfa
Rua Cesário Galeno, 448 – Tatuapé - São Paulo – SP.
Quando: 9 de novembro, às 20h
Preço no lançamento: R$5,00

Mais informações: http://www.projetosdeleitura.com.br/ Fonte: Assessoria de Imprensa

Site do Vamos Ler de cara nova!

O site do programa de Jornal e Educação Vamos Ler, do Jornal da Manhã, de Ponta Grossa/PR. está de cara nova. Uma das seções mais visitadas é a de atividades com jornal, por isso, compartilhamos com vocês uma atividade realizada pela professora Dayme Bençal, de Castro/PR. Parabéns à professora e a seus alunos pela iniciativa!

TRANSPOSIÇÃO DO TEXTO VERBAL PARA O NÃO-VERBAL
Atividade realizada em maio de 2010

Escola: Colégio Emília Erichsen

Cidade: Castro/PR

Professora: Dayme Bençal

Turma: 6ª série (ver foto abaixo)

Objetivo e Metodologia: Durante um estudo sobre as reportagens de jornal, a professora pediu que os alunos escolhessem uma delas e passassem para a linguagem não-verbal.

No momento, a turma estava também envolvida em uma campanha solidária, e isso motivou que a matéria escolhida fosse sobre uma campanha de arrecadação de roupas.

A escola está arrecadando agasalhos para doar às crianças de um bairro rural (Guararema), em Castro.





Resultados esperados e alcançados: “O resultado superou as expectativas, pois os alunos se mostraram preocupados com a questão da solidariedade.” (Professora Dayme)

Sugestão de atividade com jornal: “Ministério Público do estado tem 20 registros de bullying”

O jornal A Tarde (BA) publicou a matéria “Ministério Público do estado tem 20 registros de bullying” e a turma do programa A Tarde Educação já pensou em uma atividade a ser feita na escola com os alunos. Se você não é da Bahia, não há problemas. Você pode ler a sugestão de atividades e pensar em adaptar a sua cidade e a suas condições. Boa leitura!

Assunto: bullying
Tema Transversal: Ética
Áreas do conhecimento: Língua Portuguesa, Matemática

Proposta de atividade:
Fazer Levantamento dos conhecimentos dos alunos em torno do tema bullying e de experiências pessoais
Leitura da matéria “Ministério Público do estado tem 20 registros de bullying”, publicada no jornal A Tarde no dia 29/10/10 pelos alunos.


Obs.: Professores(as) vocês podem usar matérias sobre bullying de jornais de dias anteriores ou retiradas do portal de jornais na internet.
  • Debater sobre o assunto, mostrando que aquilo que pensam ser uma simples brincadeira pode trazer algum sofrimento para o colega e que, de acordo com a intenção, repetição e motivação, pode ser caracterizado o fenômeno bullying.
  • Leitura do texto “Bullying: o exercício da intimidação”.
  • Pedir que os alunos pesquisem pela internet ou em bibliotecas sobre o assunto.Estimular a produção de questionário pelos alunos sobre práticas que podem caracterizar bullying e aplicar com alunos de outras turmas da escola que estuda.
  • Sistematizar em forma de gráfico após o levantamento dos dados do questionário.Colher depoimentos dos alunos relacionados à prática do bullying.
  • Divulgar das pesquisas realizadas na escola e que as outras turmas possam ter acesso.
  • Apresentar na escola de uma peça de teatro sobre bullying, escrita pelos próprios alunos.
  • Fazer montagem de um mural com exposição das pesquisas e descobertas, tentando sensibilizar toda a comunidade escolar.
  • Trabalhar criação artística ( rap, paródia, charge, tirinhas, etc.).Elaboração de um folheto informativo contendo os principais dados sobre bullying e suas características para ser distribuído na escola.

Fonte: Blog A Tarde Educação

Como falar de perda com uma criança?

Por Waleska Andrade / Blog O POVO na Educação
A dica de hoje é da leitura da Revista Educação Pública: Como falar de morte com uma criança? Um problema em que ninguém gosta de tocar, mas que inevitavelmente acontecerá com todos nós: a morte.

Como informar a morte para uma criança? De acordo com essa matéria, só depois dos sete anos ela percebe a morte como algo ruim.

Apesar disso, não se deve esconder dela esse acontecimento: dizer que a pessoa foi fazer uma viagem não é uma boa opção, pois a criança pode pensar que todos que farão uma viagem nunca mais voltarão.

A solução é responder às perguntas de forma simples e com frases curtas, de modo que a criança entenda que se trata de algo natural que acomete todos os seres vivos

Importante deixar claro que essa é uma ação que acontecerá com os animais, seus bichinhos de estimação, com as plantas e todos os outros seres vivos.

Pais, conversem mais com seus filhos. Diálogo é a educação do amor, da presença e da coragem!
Gera indivíduos mais corajosos, capazes de enfrentar com mais facilidade as adversidades da vida, sem mentiras ou falsas impressões. O texto é bem interessante e vale a pena!